sábado, 15 de junho de 2024

MAIS CITAÇÕES (287)

 
Fascistas, racistas não passarão! Não passarão?

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Custa escrever, custa acreditar, mas eles já passaram! É difícil reconhecer o que não queremos ver, porque constitui uma derrota e uma ameaça.

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[Uma minoria] condiciona eleições, impõe agendas políticas e mediáticas, um clima de tensão e de agressividade permanente e designação de bodes expiatórios.

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A extrema-direita tem o talento cobarde de atacar sempre, prioritariamente, as populações mais vulneráveis, com menos possibilidade de organização, minorias com pouco ou nenhum poder.

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Raramente se fala do que sentem as pessoas discriminadas que são alvo de ódio racista, xenófobo, misógino ou LGBTfóbico.

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Não é preciso ser vítima de violência física para sentir os efeitos do racismo no seu corpo. As palavras, os discursos que conduzem depois a mão de quem passa para a violência física já são armas por si só.

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[A dor criada pelo discurso do ódio] pode ser física, mas também mental e moral com repercussões nefastas sobre a saúde das pessoas vítimas do discurso de ódio.

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[As vítimas] recorrem, para não receber mensagens de ódio, a estratégias de evitamento que põem em causa as suas vidas.

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Geralmente, os seres humanos não gostam, e têm medo, de ser odiados, desprezados ou isolados.

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Esta sensação de solidão [pode] ser também sentida consoante a resposta institucional, do Governo, da polícia ou dos tribunais.

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A forma como os polícias preferiram no 10 de junho proteger um ajuntamento neonazi enquanto reprimiam com violência manifestantes antirracistas é só um dos exemplos do abandono institucional. Eles já passaram!

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Devemos passar à fase de organização para um ataque frontal ao problema e o primeiro passo passa por admitir: eles já passaram!

Luísa Semedo, “Público” (sem link)

 

Os oceanos [que cobrem mais de 70% da superfície terrestre] são fonte de vida e um aliado essencial no combate às alterações climáticas, mas estão em risco, e nunca como hoje a necessidade de os proteger foi tão urgente.

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As alterações climáticas são um fenómeno cientificamente comprovado, causado pela atividade humana, e em rápida aceleração.

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O planeta está a aquecer. E os oceanos também, de uma forma alarmante.

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O ritmo de aquecimento dos oceanos duplicou em 20 anos, e a taxa de subida do nível do mar em 30 anos.

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[Audrey Azoulay, diretora-geral da UNESCO insta] os Estados-membros a investirem na recuperação e conservação das suas zonas marinhas protegidas, além da aplicação do Acordo de Paris.

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Em alguns pontos críticos no Mediterrâneo, no oceano Atlântico Tropical e no oceano austral a temperatura já ultrapassou esse valor [até 2°C acima dos níveis pré- industriais].

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A sua [dos oceanos] grande capacidade de absorção de carbono, em particular, faz deles aliados inestimáveis na luta contra as alterações climáticas.

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Hoje, entre as principais ameaças aos oceanos e às suas espécies estão, por exemplo, a poluição, sobretudo por plástico, por resíduos tóxicos, por excesso de nutrientes (…) mas também as emissões de gases de efeitos de estufa (…) Urgência Azul: proteger os oceanos para combater as alterações climáticas pela subida do nível do mar, pela ocorrência de eventos climáticos extremos cada vez mais intensos e frequentes, e pela acidificação da água dos oceanos.

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É necessário alterar a nossa forma de agir no mundo e sobre ele [oceano] pelo bem de todos.

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Se a legislação e os incentivos à transição verde são um passo fundamental, a educação e a consciência ambiental são essenciais para o sucesso da sua implementação.

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É importante dar a conhecer, sobretudo aos nossos jovens e crianças, os mais afetados por este flagelo, qual é o papel vital que os oceanos desempenham não só a nível ambiental, mas também económico, cultural e social.

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E essa consciência de que estamos a moldar o futuro que as nossas crianças vão, um dia, herdar leva a um último, e muito importante, ponto: o exemplo.

Rui Ferreira, “Público” (sem link)

 

No nosso país, como na União Europeia, existe hoje um descarado namoro entre a Direita e a extrema-direita. 

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[Estamos perante] um cavalgar de políticas ultraconservadoras e fascistas e uma quase inexistência de posições de extrema-esquerda.

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A maior parte dos conteúdos que surgem catalogados de extremismos de Esquerda não passam de propostas comuns - com percurso histórico - da social-democracia.

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A resposta a esta situação exige que se consiga construir um bloco social sustentado pela convergência entre os vários setores sociais progressistas.

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É preciso afrontar a manipulação que a Direita está a fazer do tema migrações.

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Desafiar os jovens a agir pelo direito a viver no seu país e a não se deixarem acantonar na ideia de que cada um por si e com “mérito” resolverá o seu futuro.

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A Esquerda, cujo espaço político se tem estreitado, continua, no fundamental, a identificar bem os problemas das pessoas e a relevância da questão social.

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O movimento sindical, mesmo fragilizado (por agora) continuará a ser ator fundamental na luta sociopolítica. As causas do definhamento da democracia são, também, os grandes obstáculos à estruturação, organização e ação dos sindicatos.

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As forças da democracia e do progresso têm experiência e capacidades para ultrapassar esta fase difícil. 

Carvalho da Silva, JN

 

O Dia de Portugal é, também, o Dia do Alcindo.

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No dia 10 de junho de 1995, um cidadão português foi assassinado de forma brutal, unicamente por ser negro.

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 Foi assim que um grupo de skinheads celebrou o “Dia da Raça”: inundando as ruas de Lisboa de violência e espancando os negros que encontrava pelo caminho.

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 Não tinha cadastro, era um cidadão cumpridor e um jovem cheio de amanhãs.

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Alcindo foi espancado de forma tão violenta que o seu corpo cedeu. 

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Onze dos acusados foram condenados pelo crime de homicídio (entre 16 anos e meio e 18 anos); os restantes por agressões, com penas mais leves (entre três anos e meio e quatro anos e nove meses).

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Vivemos tempos difíceis, que parecem inverter os ponteiros do relógio e fazer o mundo andar para trás. De repente, passou a haver espaço para discursos que legitimam o racismo, a xenofobia, o preconceito, o sexismo e outros tipos de violência.

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A melhor forma de celebrar Portugal, hoje e sempre, é de portas abertas a todos e todas, de janelas abertas a esse ar limpo do futuro. Foi num dia 10 de junho que a besta matou o Alcindo.

Martha Mendes, “diário as beiras”


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