sábado, 22 de junho de 2024

MAIS CITAÇÕES (288)

 
Vivemos tempos de enfoque discursivo nas mudanças e de uma agitação desordenada sobre a arrumação das forças políticas, das ideologias, e da relação de forças na geopolítica.

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Nas últimas décadas as políticas da habitação foram concebidas como se estivéssemos perante problemas individuais, quando se trata de uma questão coletiva, a exigir compromissos e ação do Estado.

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Só os filhos dos ricos e alguns de classes altas terão acesso a habitação. 

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A efetividade do direito à habitação é essencial para a coesão social e para a substituição equilibrada das gerações.

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Eles sofrem imenso por não terem emprego. 

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O valor médio mensal do subsídio de desemprego é 649 euros.

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As disfuncionalidades deste país crescem aceleradamente..

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Mais jovens universitários estão a abandonar os seus cursos por dificuldades associadas à pobreza em que vivem as suas famílias. Isto é desastroso.

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[Assiste-se a] um contínuo desacreditar da democracia; a extrema-direita instalada a minar todas as instituições; a promoção da bufice, instrumento do fascismo.

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Entretanto, os dois principais atores políticos da última década [Marcelo e Costa] contribuem para este país disfuncional. 

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Só falta mesmo a erosão do Partido Socialista, que dá fortes sinais de vir a ser cumprida.

Carvalho da Silva, JN

 

Depois do 25 de Abril de 1974 muita gente escapou à justiça pelo seu comportamento durante a ditadura.

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[Há], em especial, um grupo que escapou à penalização do seu papel na ditadura: os juízes dos Tribunais Plenários.

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Era gente que devia ter sido punida com rigor, mas escaparam por uma mistura de protecção corporativa e por serem “meritíssimos juízes”.

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Digo isto porque justiça não havia de todo então e estamos agora a caminhar para institucionalizar não justiça, mas violação de direitos humanos, abusos de poder, interferência não-democrática na vida política.

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Quem escolhe os tempos, seja o Ministério Público que pede as diligências, sejam os juízes de instrução que as autorizam, sabe muito bem qual o impacto público na vida política que têm medidas como as buscas.

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 É pura política e da pior.

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É um ataque à democracia que não precisa de qualquer lei sobre o discurso de ódio, para ser isso mesmo, ódio.

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Não tendo as escutas qualquer relevância criminal, a sua realização e divulgação são aquilo que deveria ser classificado como espionagem política.

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Não havendo em Portugal uma polícia política, é um crime que vai directamente ao âmago da saúde da nossa democracia.

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E eles sabem também quais os jornalistas a quem podem confiar as “revelações” dos Assanges nacionais com doses de espionagem política.

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Registo que, [há jornalistas que] recebendo material intencionalmente envenenado, amplificam o veneno desse material.

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Mas há mais um actor, nós que lemos e julgamos o que lemos, formando opinião.

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E, como é óbvio, ninguém fecha os olhos nem deixa de ter opinião sobre o que vê, ouve ou lê, independentemente do seu julgamento sobre o modo como está a receber aquilo que é o fruto de um crime.

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Se houver alguma cultura democrática e mediática, distingue o que é veneno e o que é informação.

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É também neste reino [em que a cultura democrática e mediática não abunda] que o comentário sério deve fazê-lo, como uma das raras armas em democracia.

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A melhor resposta a este ataque à democracia e aos nossos direitos é dizê-lo na cara de todos, alto e bom som, sem um segundo de hesitação.

Pacheco Pereira, “Público” (sem link)

 

Algumas projeções indicam que as próximas eleições francesas podem levar ao desaparecimento do macronismo como força parlamentar.

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Exibindo o vigor dos seus 39 anos no solitário passeio da tomada de posse, Macron prometia tudo a todos.

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Desiludiu em quase tudo, em particular na tentativa de renovar o eixo franco-alemão.

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O bloqueio germânico continua a ser a única constituição económica da UE.

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A espontânea insensibilidade social de Macron criou-lhe a revolta dos “coletes amarelos”, mas o mais ameaçador gesto do presidente – para a França e a segurança global – foi a sua tese da “ambiguidade estratégica” perante a Rússia, desde fevereiro último.

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De Gaulle sabia que fazer da Rússia um inimigo seria um erro mortal para um estadista francês.

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Aqueles que julgam ser só uma luta entre esquerda e direita o que se joga nas próximas eleições francesas esquecem que a clivagem existencial mais urgente para os europeus é entre a guerra e a paz.

Viriato Soromenho Marques, DN

 

Aquando da invasão da Ucrânia pela Rússia, o Ocidente prontamente condenou as intenções do “mais forte” de devorar “o mais fraco”.

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[No Médio Oriente] não há um conjunto de humanos a ser hediondamente perseguido por outro que é maior e mais artilhado?

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Onde está a tal virtude europeia fundadora dos direitos humanos?

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Se os palestinos tivessem um tom de pele mais claro, talvez houvesse mais empatia quando são queimados vivos

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[Talvez] por [os palestinianos] não serem brancos, a sua dor não lhes doa tanto [aos ocidentais].

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Em 2015, deu à costa turca, morto, como um saco de batatas, o pequeno Aylan Kurdi .

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Pela sua semelhança “connosco” — até sinto vómitos —, a fotografia de Aylan correu o mundo e foi importante para a consciencialização europeia do desastre humanitário que se vivia.

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É este o nível do nosso egocentrismo: para termos pena, precisamos de nos rever (…) é mesmo preciso que se pareçam connosco.

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Pois não é assim: de cada vez que morre um palestino indefeso morre um pouco do espírito europeu, um pouco da humanidade, um pouco de nós.

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É triste que os pequenos nunca tenham razão — mas mais triste ainda é que, quando esta lhes é dada, estejam já mortos: a boiar.

Henrique Pinto de Mesquita, “Público” (sem link)


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