(…)
Mas a arma israelita mais eficaz é a fome.
(…)
Quase toda a população de Gaza enfrenta níveis elevados de
insegurança alimentar aguda.
(..)
E meio milhão vive o último patamar da fome coletiva.
(…)
Em abril, havia 300 mil retidos no Norte de Gaza a sobreviver
com uma média de 245 calorias diárias, 12% do recomendado.
(…)
Chegam-nos cada vez menos imagens, porque Israel impôs o
bloqueio através de ataques a jornalistas.
(…)
O genocídio em Gaza até funciona como manobra de diversão
para esconder o que está a acontecer na Cisjordânia.
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O reconhecimento do Estado da Palestina, que o Governo
português se recusa a acompanhar, é tão urgente.
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Netanyahu não tem medo da justiça internacional, da ONU ou
mesmo da Casa Branca. Sabe que são tudo palavras.
(…)
As armas, o dinheiro e os apoios que interessam continuam a
chegar.
(…)
[O Governo de Israel tem dois propósitos]: acelerar a
destruição da solução dos dois Estados e adiar a prisão do corrupto Netanyahu.
(…)
Se houver uma diferença entre os crimes cometidos pelos
soldados israelitas em Gaza e pelos soldados russos em Bucha, será a frieza
tecnológica.
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Da violação do direito internacional ao desprezo pelas
organizações que o administram, da amoralidade expressa pelos círculos próximos
de Netanyahu e de Putin à desumanização de outro povo, nada os distingue.
(…)
A ilegalidade e a amoralidade de ambos [Netanyahu e Putin]
resultam da ideia de predestinação nacional, étnica ou religiosa a que todos os
outros se devem submeter.
(…)
[O sionismo] transformou-se, nas mãos da extrema-direita, num
projeto de limpeza étnica.
(…)
Sem limites, humanos e Estados fazem o
mesmo: oprimem, roubam e matam.
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[No Ocidente] quem
manifesta solidariedade com Israel, quando assistimos ao genocídio de um povo,
entra em todos os salões políticos.
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Apoiantes da agressão
russa e da agressão israelita têm uma coisa em comum: escolheram o seu
criminoso.
(…)
A moralidade ficaria
para quem tem a coerência de tratar Putin e Netanyahu de igual modo: dois
candidatos a partilharem a mesma cela.
Daniel
Oliveira, “Expresso” (sem
link)
O processo que conduziu
à queda do Governo de Costa é um episódio que a História estudará no
paralelismo com o “soft power” dos golpes de estado institucionais.
(…)
Pobre trama, esta, que
continua a produzir a prova que comprova a falta de sentido e arbítrio da
Procuradoria Geral da República, cuja demissão se impõe, caso não pretenda sair
pelo próprio pé.
(…)
Decidindo não correr
riscos, mantendo o inaceitável, [Marcelo] fragiliza-se ainda mais, não sendo
garante maior do que quer que seja.
(…)
Os próximos capítulos
eleitorais indiciam a instabilidade que pode surgir antecipadamente na
discussão do Orçamento do Estado, pelo que os posicionamentos partidários
actuais nem sequer revelam uma orientação clara.
Há de facto um enredo de problemas à
volta do MP, mas, de entre eles, eleger a perceção que os portugueses têm do
seu funcionamento merece reflexão.
(…)
Parece
existir uma relação entre a atuação do MP e a sua falta de credibilidade.
(…)
É
evidente que essa perspectiva agrava-se à medida que os casos se sucedem.
(…)
Governar com o intuito de melhorar a
perceção que as pessoas têm dos problemas é conflituante com resolver as causas
dos problemas.
(…)
O mais
difícil é precisamente fazer um ser humano ver as coisas tal como elas são.
(…)
Quando a ação política anda a toque de
caixa das perceções está condenada ao fracasso e começa a confundir-se com
comunicação e propaganda.
(…)
[O Governo] não pode reduzir problemas
complexos, como o que atravessamos com a Justiça e com o MP, ao que é apreendido
pelo “olhar do cidadão.”
Carmo Afonso, “Público”
(sem link)
Hoje, [nos EUA] como escreve esta semana
na revista Time, “o risco de termos alguma forma
de guerra civil é desconfortavelmente superior a 50%”.
(…)
Emmanuel Macron, em França, também veio
esta semana, a última da campanha para as eleições legislativas antecipadas do
próximo domingo, agitar esse fantasma da guerra civil .
(…)
Para a antiga ministra da Educação Najat
Vallaud-Belkacem, num comentário no canal BFMTV, ao mencionar a possibilidade de
uma guerra civil, Macron “não está apenas a anunciá-la, mas a desejá-la?”
António
Rodrigues, “Público” (sem link)
Esse cordão sanitário [à volta dos
partidos de extrema-direita] está cada vez mais fragilizado, porque os partidos
conservadores e liberais precisam muitas vezes do extremo para conseguir
maiorias à direita e porque os próprios partidos do extremo “se moderaram
ao crescer”.
(…)
Para o professor de Harvard, os EUA são
hoje “menos democráticos” que em 2015, antes de Donald Trump ser pela primeira
vez eleito Presidente, e acredita “que se irão debilitar ainda mais se Trump
voltar ao poder”.
(…)
Se Trump voltar a ser eleito “irá
provocar uma crise grave, irá debilitar instituições a longo prazo e poderá
causar um nível de violência muito preocupante”.
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Trump constitui hoje uma ameaça muito
maior para a democracia que em 2016, porque nessa eleição ele “não estava à
espera de ganhar, não estava preparado, não tinha plano, nem experiência, nem
equipa”.
(…)
Agora sabe
[como usar os seus instintos autoritários] Comprar a democracia ou e disse-o “mais abertamente que
outros autoritários do século XXI, como Orbán ou Erdogan, que planeia usar o
Estado, o Departamento de Justiça para perseguir os seus inimigos políticos.”
António Rodrigues, “Público” (sem link)
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