sábado, 29 de junho de 2024

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As declarações da Ministra [do Trabalho, há uma semana no sentido de que “Não pode haver em Portugal pessoas a ganhar mais por subsídio de desemprego do que se estivessem a trabalhar”] contêm um equívoco e pressupõem a mudança de um conceito fundamental da lei atual. 

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O equívoco é confundir subsídio de desemprego (…) com “rendimentos dados pelo Estado”.

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[Os desempregados estão] a usufruir de um direito social que resulta dos seus próprios descontos passados.

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A lei protege as pessoas através do conceito de “emprego conveniente”, para impedir que os desempregados tenham de aceitar qualquer proposta de emprego, por qualquer valor, em qualquer lugar.

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Assim, os desempregados têm direito de recusar uma proposta de emprego quando esta não se enquadre naquele conceito de “emprego conveniente”

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Mudar isto é voltar à velha retórica da direita que trata os desempregados a partir do princípio da desconfiança - é “gente que não quer trabalhar”...

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Desfigura um direito social, tratando-o como uma esmola (que não é!).

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A ter em conta as declarações da Ministra, pode até supor-se que uma das hipóteses é transformar descontos dos trabalhadores num subsídio ao seu próprio empobrecimento.

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Questionado no Parlamento esta quarta-feira, o Primeiro-Ministro meteu os pés pelas mãos. 

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Sendo o valor médio do subsídio social de 397 euros mensais, não parece que haja muitas ofertas de emprego em que se ganha menos que o subsídio social de desemprego.

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Ou seja, o que está em debate é mesmo uma mudança de fundo para desproteger os desempregados e baixar os salários.

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Montenegro bem pode esforçar-se por tapar o sol com a peneira, que a Ministra e os patrões já desvelaram do que se trata realmente.

José Soeiro, “Expresso” online

 

Estamos cada vez mais próximos de uma guerra frontal entre a NATO e a Rússia.

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Em vez de falarem com a Rússia para evitar a hecatombe, encenam uma sinistra “celebração” do dia D, transformando a Rússia, que foi o país chave na derrota do nazismo, num ausente saco de boxe.

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Todos os especialistas que consultei [anos 80 do século XX] me confessavam, em privado, ser inevitável, mais tarde ou mais cedo, uma guerra central com armas nucleares.

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Gorbachev assumiu o comando da URSS. Então, aconteceu um milagre: Gorbachev preferiu salvar a paz, mesmo arriscando sacrificar o império soviético. 

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Ninguém o escutou [em 2014] quando este [Gorbachev] acusou o Ocidente de ter traído a Rússia, cercando-a com a NATO.

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É a atual fragilidade da Rússia que faz aumentar a probabilidade de uma escalada bélica poder conduzir, no limite, a uma guerra nuclear na Europa.

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Na verdade, a mesma liderança medíocre que vai arruinar a zona euro, talvez acabe por deixar mergulhar a Europa num mar de ferro e fogo.

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Os EUA viram na “santidade política” de Gorbachev um sinal de fraqueza e declararam-se vencedores da guerra-fria.

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Quanto mais próxima a NATO estiver da vitória, mais certa será a destruição mútua assegurada num inferno nuclear. O tempo escasseia para evitar este pesadelo.

Viriato Soromenho Marques, DN

 

Tem sido notícia neste jornal a forte contestação ao investimento que o grupo Altri pretende realizar no coração do território galego.

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Trata-se de uma contestação sem precedentes, tais são os nefastos impactos para o território e suas populações, do “modelo de negócio” associado ao grupo empresarial português.

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No investimento que o grupo Altri pretende realizar na Galiza muda o rio.

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Para este grupo empresarial, a produção industrial está associada a extensas plantações de uma monocultura arbórea de espécie exótica e invasora (do ponto de vista científico, não da decisão política), o eucalipto.

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Na Galiza, as plantações de eucalipto incidirão em áreas de elevada biodiversidade, existentes na bacia hidrográfica do rio Ulha. 

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Lá [na Galiza] como cá, o investimento desta indústria recorre à “consultoria” de agentes políticos, membros dos principais partidos na partilha do poder.

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Os anúncios a estes investimentos das celuloses têm sempre associados um cunho “verde “bio”, “sustentável” e “renovável”.

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Por cá, sabemos bem quão “verdes” são os impactos crescentes nos incêndios florestais associados às plantações de eucalipto e às suas projeções.

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Na economia rural, estes investimentos resultam no acelerar do empobrecimento, com efeitos na aceleração do despovoamento e da desertificação.

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Os atuais acontecimentos na Galiza, em particular na província de Lugo, lembram os ocorridos há 35 anos no Norte de Portugal.

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Ao se oporem às celuloses, são hoje regiões de paisagens de menor perigo de incêndios, assentes em modelos agroflorestais de maior valor acrescentado, socialmente de menor impacto de despovoamento e de menores riscos para a saúde pública.

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O que claramente dispensamos são modelos de negócio que priorizam a distribuição de dividendos a acionistas, através da depreciação e da delapidação dos nossos territórios e dos seus recursos naturais.

Paulo Pimenta de Castro, “Público” (sem link)

 

A organização de lobby pró-israelita gastou 25 milhões de dólares (23,4 milhões de euros) para conseguir derrotar Bowman na terça-feira e assim fazer calar uma das primeiras vozes que se fez ouvir no Congresso dos Estados Unidos a pedir um cessar-fogo na Faixa de Gaza depois de 7 de Outubro.

António Rodrigues, “Público” (sem link)

 

Aos 25 anos de democracia, a Nigéria continua a ser considerado um regime híbrido, de acordo com o Índice Democrático: nem democracia plena, nem democracia imperfeita, um híbrido entre um regime autoritário e uma aparência democrática.

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O Presidente Bola Tinubu foi eleito o ano passado numa votação tão carregada de irregularidades que até os observadores internacionais tiveram de admitir que lhe faltou transparência, eufemismo para aquilo a que a oposição chamou de fraude, pura e simples.

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Os dois principais partidos do país, Convenção Republicana Nacional (NRC) e Partido Social-Democrata (SDP), foram criados pelos militares, e qualquer político que se pretende lançar na corrida às primárias para ser candidato por qualquer deles precisa de juntar uma fortuna.

António Rodrigues, “Público” (sem link)


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