(…)
O equívoco é confundir subsídio de desemprego (…) com
“rendimentos dados pelo Estado”.
(…)
[Os desempregados estão] a usufruir de um direito social que
resulta dos seus próprios descontos passados.
(…)
A lei protege as pessoas através do conceito de “emprego
conveniente”, para impedir que os desempregados tenham de aceitar qualquer
proposta de emprego, por qualquer valor, em qualquer lugar.
(…)
Assim, os desempregados têm direito de recusar uma proposta
de emprego quando esta não se enquadre naquele conceito de “emprego conveniente”
(…)
Mudar isto é voltar à velha retórica da direita que trata os
desempregados a partir do princípio da desconfiança - é “gente que não quer
trabalhar”...
(…)
Desfigura um direito social, tratando-o como uma esmola (que
não é!).
(…)
A ter em conta as declarações da Ministra, pode até supor-se
que uma das hipóteses é transformar descontos dos trabalhadores num subsídio ao
seu próprio empobrecimento.
(…)
Questionado no Parlamento esta quarta-feira, o
Primeiro-Ministro meteu os pés pelas mãos.
(…)
Sendo o valor médio do subsídio social de 397 euros
mensais, não parece que haja muitas ofertas de emprego em
que se ganha menos que o subsídio social de desemprego.
(…)
Ou seja, o que está em debate é mesmo uma mudança de fundo
para desproteger os desempregados e baixar os salários.
(…)
Montenegro bem pode esforçar-se por tapar o sol com a
peneira, que a Ministra e os patrões já desvelaram do que se trata realmente.
José Soeiro, “Expresso” online
Estamos cada vez mais próximos de uma guerra frontal entre a
NATO e a Rússia.
(…)
Em vez de falarem com a Rússia para evitar a hecatombe,
encenam uma sinistra “celebração” do dia D, transformando a Rússia, que foi o
país chave na derrota do nazismo, num ausente saco de boxe.
(…)
Todos os especialistas que consultei [anos 80 do século XX]
me confessavam, em privado, ser inevitável, mais tarde ou mais cedo, uma guerra
central com armas nucleares.
(…)
Gorbachev assumiu o comando da URSS. Então, aconteceu um
milagre: Gorbachev preferiu salvar a paz, mesmo arriscando sacrificar o império
soviético.
(…)
Ninguém o escutou [em 2014] quando este [Gorbachev]
acusou o Ocidente de ter traído a Rússia, cercando-a com a NATO.
(…)
É a atual fragilidade da Rússia que faz aumentar a
probabilidade de uma escalada bélica poder conduzir, no limite, a uma guerra
nuclear na Europa.
(…)
Na verdade, a mesma liderança medíocre que vai arruinar a
zona euro, talvez acabe por deixar mergulhar a Europa num mar de ferro e fogo.
(…)
Os EUA viram na “santidade política” de Gorbachev um sinal de
fraqueza e declararam-se vencedores da guerra-fria.
(…)
Quanto mais próxima a NATO estiver da vitória, mais certa
será a destruição mútua assegurada num inferno nuclear. O tempo escasseia para
evitar este pesadelo.
Tem
sido notícia neste jornal a forte
contestação ao investimento que o grupo Altri pretende realizar no coração
do território galego.
(…)
Trata-se
de uma contestação
sem precedentes, tais são os nefastos impactos para o território e suas
populações, do “modelo de negócio” associado ao grupo empresarial português.
(…)
No investimento que o grupo Altri pretende
realizar na Galiza muda o rio.
(…)
Para
este grupo empresarial, a produção industrial está associada a extensas
plantações de uma monocultura arbórea de espécie
exótica e invasora (do ponto de vista científico, não da decisão política), o
eucalipto.
(…)
Na Galiza, as plantações de eucalipto incidirão
em áreas de elevada biodiversidade, existentes na bacia
hidrográfica do rio Ulha.
(…)
Lá [na
Galiza] como cá, o investimento desta indústria recorre à “consultoria” de
agentes políticos, membros dos principais partidos na partilha do poder.
(…)
Os anúncios a estes investimentos das celuloses
têm sempre associados um cunho “verde” “bio”, “sustentável” e “renovável”.
(…)
Por
cá, sabemos bem quão “verdes” são os impactos crescentes nos incêndios
florestais associados às plantações de eucalipto e às suas projeções.
(…)
Na economia rural, estes investimentos resultam
no acelerar do empobrecimento, com efeitos na aceleração do despovoamento e da desertificação.
(…)
Os
atuais acontecimentos na Galiza, em particular na província de Lugo, lembram os
ocorridos há 35 anos no Norte de Portugal.
(…)
Ao se
oporem às celuloses, são hoje regiões de paisagens de menor perigo de
incêndios, assentes em modelos agroflorestais de maior valor acrescentado,
socialmente de menor impacto de despovoamento e de menores riscos para a saúde pública.
(…)
O que
claramente dispensamos são modelos de negócio que priorizam a distribuição de
dividendos a acionistas, através da depreciação e da delapidação dos nossos
territórios e dos seus recursos naturais.
Paulo Pimenta de Castro, “Público” (sem link)
A
organização de lobby
pró-israelita gastou 25 milhões de dólares (23,4 milhões de euros) para
conseguir derrotar Bowman na terça-feira e assim fazer calar uma das primeiras
vozes que se fez ouvir no Congresso dos Estados Unidos a pedir um cessar-fogo
na Faixa de Gaza depois de 7 de Outubro.
António Rodrigues, “Público” (sem link)
Aos 25
anos de democracia, a Nigéria continua a ser considerado um regime híbrido, de
acordo com o Índice Democrático: nem democracia plena, nem democracia
imperfeita, um híbrido entre um regime autoritário e uma aparência democrática.
(…)
O
Presidente Bola Tinubu foi eleito o ano passado numa votação tão carregada de
irregularidades que até os observadores internacionais tiveram de admitir que
lhe faltou transparência, eufemismo para aquilo a que a oposição chamou de
fraude, pura e simples.
(…)
Os
dois principais partidos do país, Convenção Republicana Nacional (NRC) e
Partido Social-Democrata (SDP), foram criados pelos militares, e qualquer
político que se pretende lançar na corrida às primárias para ser candidato por
qualquer deles precisa de juntar uma fortuna.
António Rodrigues, “Público” (sem link)
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