quarta-feira, 19 de junho de 2024

CITAÇÕES À QUARTA (108)

 
Voltámos a tomar conhecimento de conversas, que não deveríamos conhecer, através da divulgação ilícita de escutas telefónicas.

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Não se percebe muito bem o alcance e o significado dessa exclusividade, mas esse não é certamente o problema principal.

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O conteúdo das escutas revelado é manifestamente estranho à investigação da Operação Influencer

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A decisão de não destruir escutas telefónicas que não estão relacionadas com nenhum processo judicial e que têm sobretudo conteúdo político é altamente discutível.

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O perigo de guardá-las concretizou-se, como era previsível.

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A violação do segredo de justiça constitui crime.

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É de uma gravidade extrema para a credibilidade da Justiça assistirmos regularmente a violações desse segredo sem que se apurem os infratores e sem que existam consequências.

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É gravíssimo que os portugueses concluam que o MP prossegue estratégias e táticas destas para atingir os seus propósitos e que esses propósitos nem sempre coincidem com o que está na lei.

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Acabámos de saber que os contornos jurídicos do envolvimento de António Costa na Operação Influencer são assunto na Europa e que foi uma das razões para António Costa ainda não ter sido escolhido.

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Não deveríamos mesmo ter sabido do conteúdo destas escutas. Versam assuntos e decisões de natureza política, são conversas que deveriam ter sido apagadas. Mas agora é tarde demais.

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Os danos para a credibilidade da classe política, e para o próprio Estado de Direito, decorrentes de os cidadãos terem acesso ilícito a informações avulsas, descontextualizadas e sigilosas, são irremediáveis.

Carmo Afonso, “Público” (sem link)

 

A chamada “pele” da Terra, ou solo, mais conhecido por terra (terra arável para os agricultores), é o habitat terrestre com maior biodiversidade e o sustentáculo da biosfera.

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A sociedade humana depende dos serviços do ecossistema que este grande reservatório, de carbono, nutrientes e água, nos assegura [o solo].

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Em Portugal, estimou-se que mais de 70% dos solos possuem índice elevado de erosão, 25% de risco moderado e apenas 6% adequados à agricultura.

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Caminhar para o deserto
O desenvolvimento de técnicas agrícolas de conservação de solo e a redução do uso de químicos é, hoje, reconhecida como necessária.

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É necessário ter consciência que 21% das alterações climáticas estão associadas à degradação da paisagem e erosão dos solos.

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Apesar deste conhecimento científico [sobre redução da disponibilidade hídrica a sul do Tejo), os incentivos à produção agrícola de regadio têm vindo a aumentar, na área do Alqueva e no litoral com a exploração de água subterrânea.

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Não se deviam criar necessidades, nem fornecer incentivos, onde não há recursos.

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Independentemente do Alqueva ter, hoje, água em quantidade, o importante é pensar no futuro.

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Só deviam ser aceitáveis explorações de regadio quando fossem minoradas as consequências ambientais negativas, a médio e longo prazo. 

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Estamos a hipotecar a sustentabilidade ecológica, social e cultural, em troca dos interesses económicos.

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Portugal é um dos países da Europa com mais área construída por habitante e onde grande percentagem dos melhores solos agrícolas está impermeabilizada.

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Actualmente, vista de avião, a zona costeira, que vai desde a orla dunar de Tróia até ao Cabo de São Vicente, é uma zona a prazo.

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Considerada um tesouro paisagístico, por manter bom estado de conservação e habitats únicos, foi salvaguardada pelo estatuto de Reserva Ecológica Nacional e Parque Natural do Sudoeste.

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A pouco e pouco, estes dias emblemáticos criados pelas Nações Unidas [como o Dia Mundial da Desertificação e Seca]
servem apenas para agitar os ânimos, porque a escassez da água e a desertificação vão acabar por minar e adulterar a paisagem idílica que tem contribuído para Portugal estar no topo dos atractivos turísticos.

Maria Amélia Martins-Loução, “Público” (sem link)


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