sexta-feira, 20 de setembro de 2024

CITAÇÕES

 
Se compararmos com os incêndios de 2017, bem diferente é o papel do Presidente.

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Onde antes procurava responsabilidades, [a comunicação social] hoje assiste a briefings sem perguntas.

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E, no entanto, há política para debater. 

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As coisas estão melhores porque o sobressalto nacional de 2017 levou a que se tomassem medidas nos anos seguintes. 

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Temperaturas superiores a 30 graus, humidade inferior a 30%, vento superior a 30 km/hora são a receita para o desastre.

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O verão de 2023 foi o mais quente de que há registo na Europa.

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Nós somos das principais vítimas das alterações climáticas e só as debatemos para desancar ativistas. 

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Até a Califórnia, com parques nacionais cuidados, perdeu quatro mil quilómetros quadrados de floresta este ano.

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Mas o que está apenas nas nossas mãos é o desordenamento crónico do território.

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Temos grande parte do território abandonado e envelhecido. 

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Não se pode esperar que o abandono do território não tenha como consequência a incúria.

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Com a floresta abandonada, só o eucalipto parece ter retorno. 

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Os eucaliptais ocupam 10% do território nacional, muitíssimo mais da área florestal. 

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Mesmo assim, 81% da área reflorestada depois de 2017 são eucaliptos.

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A Navigator defende um aumento da área para a plantação.

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O secretário de Estado das Florestas [do governo de Passos Coelho] foi para diretor-geral da associação que reúne os gigantes da celulose. 

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A espécie, não autóctone, tomou conta do território como uma praga. 

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O debate político não tem de se resumir a encontrar bodes expiatórios.

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Temos um quarto das ignições que já tivemos. O mesmo que Inglaterra. 

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Há centenas de incêndios que não chegam a ser problema. 

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Não é por acaso que o primeiro-ministro abordou o tema do fogo posto da forma mais populista possível.

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[Dessa forma afasta] preventivamente, o foco das políticas públicas.

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Montenegro conseguiu que tudo o que é político (…) desaparecesse.

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[Montenegro] fez do fogo posto o tema central.

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[Desvia] as atenções para o que enoja todos.

Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)

 

Durante décadas, lidamos com os fogos florestais da mesma forma, através de uma intensa indignação glorificada a revolta que depois se esvai à medida que o fumo se dissipa.

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O problema existe em todos os anos.

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Acontece que nem todos os anos temos sorte.

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Os fogos de 2017 ensinaram-nos algo e trabalho foi feito na percepção da realidade e actualização dos registos.

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É fácil apontar o dedo aos incendiários reais e aos fantasmas. 

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Qualquer reforma do ordenamento e da gestão da floresta ou dos territórios só pode ser letra viva depois da alteração da legislação sobre a propriedade no âmbito do direito sucessório. 

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Convenhamos, não há terreno mais consensual como o dos fogos florestais para fazer reformas.

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Hoje, após sete mortes, ao continuar a baixar a bandeira para decretar luto nacional, apenas nos despejamos moralmente numa culpa colectiva conveniente que nada resolve, vazios. 

Miguel Guedes, JN

 

A política está entregue, em muitos casos, aos piores, e como os políticos não são mais do que uma expressão daquilo que somos (escolhemos aqueles que melhor nos representam), isto só quer dizer que nós, como sociedade, estamos piores.

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Perder a razão é uma expressão vulgar para definir o estado de alguém que se deixa (mal) levar pelas emoções e agride, fere, mata.

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Vencer pela força em vez do argumento é comum nas ditaduras, não pode ser a arma das democracias.

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Se [um político] não consegue conter-se perante a provocação mais básica, como será ele capaz de gerir a pressão do quotidiano complexo de liderar uma vila, uma cidade, uma província, um país?

António Rodrigues, “Público” (sem link)

 

Manter Donald Trump vivo é a melhor maneira de derrotar a mentalidade violenta de muitos que o apoiam.

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Atentar contra a sua vida só aumenta a sua aura e empresta-lhe uma coragem que ele realmente não tem.

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Ao contrário dos filmes que os americanos (e o mundo) tanto gostam, a cobardia de Trump tem sido recompensada.

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Na sua visão do mundo, quem se sacrifica pelo bem dos outros é um fraco e, se morre ao fazê-lo, um perdedor.

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Os seus apoiantes não lhe aplicaram a mesma lógica argumentativa que Hollywood dá aos cobardes.

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O ex-Presidente tem de sentir na pele a marca dos votos, tem de ser novamente despedido por 81 milhões ou mais de norte-americanos.

António Rodrigues, “Público” (sem link)

 

Mais de um terço dos políticos dos cerca de dois mil municípios autónomos da Suíça foi insultado nos últimos 12 meses, sendo que as mulheres são as mais afectadas pelas ofensas.

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A violência digital é bem mais comum, com 31% dos inquiridos a relatar que já foram vítimas de linguagem agressiva e ameaças online.

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Sendo um estudo inédito, e não podendo, por isso, comparar-se com outros para aferir se o fenómeno está ou não a aumentar, os 36% de políticos alvos de insultos verbais não deixam de ser “surpreendentes”.

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O estudo está longe de dar um retrato sombrio da política local suíça, até porque a grande maioria dos deputados municipais está satisfeita com os seus mandatos.

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[Mas] os insultos, a violência e o sentimento da falta de influência não deixam de ter “um impacto particularmente negativo” nessa mesma satisfação.

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Cerca de um quarto dos deputados actuais não deseja continuar o seu trabalho na próxima legislatura.

António Rodrigues, “Público” (sem link)

 

[Num momento decisivo para a vida do país, que é a aprovação do Orçamento do Estado] ninguém quer discutir temas que importam ao longo prazo do país ou apresentar propostas alternativas para a saúde, educação, habitação e justiça, assuntos que deveriam ser discutidos e negociados e que são urgências há várias legislaturas.

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Todos percebem que alguém vai ter de ceder e é a isso que os partidos estão condenados – resta saber se o partido que governa, se a oposição.

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O cenário de duodécimos, que é o resultado de um orçamento não aprovado, é uma alternativa que não só revela a fraqueza do atual executivo como também ameaça a estabilidade administrativa do país.

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Não havendo um orçamento que permita fazer reformas que importam, temos um país condenado à pequenez pela própria classe política.

Bruna Santos, “Público” (sem link)


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