(…)
[O problema do IRS Jovem] é ser, na prática,
irreversível e, por isso, um cavalo de Troia.
(…)
A desigualdade dentro das empresas será insustentável.
(…)
A única saída será alargar o modelo, levando a uma tal perda
fiscal que tornaria o Estado social insustentável.
(…)
Quanto à descida cega do IRC, não passa de uma caríssima
fezada.
(…)
O psicodrama que vivemos há meses resulta de o Presidente ter
transformado o Orçamento numa moção de confiança anual.
(…)
Fê-lo em 2022, quando Costa se queria livrar da
‘geringonça’.
(…)
Qualquer Governo minoritário pode escolher o momento mais
vantajoso para ir a votos [conseguindo responsabilizar o opositor pelo
chumbo do OE].
(…)
A estratégia de Montenegro já era clara antes da posse:
repetir 1987, obrigando a oposição a fazer cair o Governo.
(…)
Bastava distribuir dinheiro nos primeiros meses e não ceder
no essencial do OE para ir a eleições
(…)
Até lá, era governar como se a maioria fosse plena.
(…)
Não podendo haver dissolução nos últimos seis meses do
mandato de Marcelo, se o OE passar serão dois anos com 29%, a tentar esticar o
dinheiro e a visível incompetência de alguns ministros.
(…)
Marcelo mandou [em novembro do ano passado] o país para
eleições, pela segunda vez, sem pestanejar.
(…)
Não, os duodécimos não são uma tragédia. Ninguém deu por eles
na primeira metade de 2022. E não, o PRR não está em causa.
(…)
Se não quer fechar todas as portas de saída da crise,
disfarça bem.
(…)
Se formos a votos, é preciso marcar eleições, fazer campanha,
formar Governo e apresentar novo Orçamento. Até lá, ficamos em... duodécimos.
(…)
Se o Presidente quer obrigar os partidos a entenderem-se,
diga-lhes que é inútil pensarem em eleições. Vai ver como se entendem
num instante.
Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)
Estes acontecimentos [incêndios rurais recentes] são a
demonstração evidente da ocorrência, com uma maior frequência, de eventos
extremos.
(…)
A preparação das populações é, cada vez mais, um fator de
grande pertinência no que diz respeito à prevenção.
(…)
Em
Portugal, apesar dos incêndios rurais serem um problema recorrente e incisivo,
o conhecimento das populações sobre o risco de incêndio é considerado baixo.
(…)
Há uma
imperativa necessidade de investimento em infraestruturas adequadas e seguras
(abrigos/refúgios/rotas de evacuação), assim como melhorias nos sistemas de
comunicação e ações de sensibilização e simulacros regulares.
(…)
É muito importante perceber que, cada vez mais, podem surgir
incêndios extremos.
(…)
Quando [toda uma série] variáveis se combinam, o cenário
poderá ser catastrófico!
(…)
Na falta de uma preparação adequada das populações para esta
nova realidade, grandes tragédias podem voltar a ocorrer!
(…)
É imprescindível reforçar, de forma contínua, uma verdadeira
implementação, monitorização e avaliação dos programas de prevenção e de
sensibilização.
(…)
Uma estratégia preventiva a médio e longo prazo deve ser
sustentada por um compromisso político sólido e duradouro.
Diogo Miguel Pinto, “Público” (sem link)
Os jogos de compromissos em relação ao Orçamento do Estado
para 2025 são apresentados em trinta minutos num encontro entre Luís Montenegro
e Pedro Nuno Santos.
(…)
Menos uma hora do que o encontro da semana passada parece ter
sido suficiente para armar uma solução de cedências e ganhos relativos que não
desculpem uma eventual tentação de não viabilização do Orçamento.
(…)
Se Pedro Nuno Santos for literal e firme em relação ao que já
afirmou, terá todas as razões para recusar o Orçamento.
(,,,)
Tanto no IRS Jovem como sobretudo no IRC, a aproximação do
Governo fica muito longe do que o PS pretende.
(…)
Se essa aproximação pode ser adensada no âmbito do IRS Jovem,
já é muito difícil conceber que Pedro Nuno Santos possa dar o dito por não dito
em matéria de IRC.
(…)
O sentido de Estado do Governo procura encontrar um culpado e
Pedro Nuno Santos, ao remeter-se ao silêncio, não instala a sua narrativa,
permitindo que o primeiro-ministro seja o primeiro e o último a falar.
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