(…)
E como não se indignarem quando, apesar de o
salário médio líquido ser de €972 (a que acrescem subsídios), a primeira
proposta do Governo ter sido a de baixar o salário de entrada?
(…)
E como não se impacientarem quando a sua
carreira não é revista há 20 anos?
(…)
É mais uma classe a sofrer duas décadas de
degradação da Função Pública que acompanha um discurso político de ataque às
funções do Estado.
(…)
Precisaremos de uma estrutura profissional e
nacional com carreiras atrativas.
(…)
Preparar o país para os efeitos das alterações
climáticas tem custos pagos pelos impostos.
(…)
É impossível cobrir estes custos se o populismo
fiscal continuar a dominar o discurso político.
(…)
Não me esqueço da conivência [de Montenegro]
com todas as demonstrações de abandalhamento nas forças que armamos,
aproveitando-o até [quando estava na oposição].
(…)
Ou do oportunismo de quem se pendurou em
“movimentos inorgânicos” de enfermeiros, fragilizando os sindicatos.
(…)
Não se pode esperar que os bombeiros respeitem
uma barreira de polícias quando os polícias fizeram o mesmo nas escadarias da
Assembleia da República.
(…)
O poder político não pode esperar respeito
pelas regras quando um partido instala a baderna no Parlamento perante a
tibieza medrosa de quem o preside.
(…)
Quando saíram das negociações, os dirigentes
sindicais explicaram que a manifestação não fora marcada por eles. Conhecemos a
marca de água daquele comportamento.
(…)
Mais do que o Governo ou o patrão, quem
alimenta estes movimentos “inorgânicos” tem os sindicatos como alvo.
(…)
Em vez de se sentir incomodado, quem andou a tirar
poder aos sindicatos, desinstitucionalizando o conflito laboral, deve assumir
as suas responsabilidades.
(…)
Daniel Oliveira, “Expresso”
(sem link)
O inconcebível protesto dos bombeiros sapadores
em algumas ruas de Lisboa e junto ao Campus XXI pode ser uma árvore no meio da
floresta que estamos cansados de ver ardida, um momento de exaustão de uma
classe profissional que não aguenta mais o ostracismo a que tem sido votada.
(…)
Os bombeiros sapadores podem querer apagar os
seus fogos assim, cansados de arder em lume brando.
(…)
Apesar de algumas legítimas reivindicações da
classe, que não vê condições revistas há 22 anos, (…) [levanta] sérias dúvidas
sobre a instrumentalização do fogo.
(…)
A manifestação até pode ser um rastilho como os
outros, que acaba por estourar na demagogia ou na ânsia de violência que
capitalize para outros voos.
(…)
No caso dos bombeiros sapadores, assistimos à
maior demonstração de “friendly fire” corporativo, como nas guerras onde as
baixas são contadas por fogo amigo, dentro da própria trincheira.
O
enfraquecimento do Irão interessa a israelitas e turcos e ambos beneficiam da
fragilização do xiismo nas suas fronteiras e do regime iraniano na
generalidade.
(…)
Uma
coisa é a retórica inflamada de Erdogan contra Israel por causa da Faixa de
Gaza e o Líbano, outra coisa é o pragmatismo para um Governo turco que sonha
restaurar um império otomano de influências.
(…)
Em
duas décadas de discursos turcos mais ou menos vociferantes contra Israel, as
relações comerciais entre os dois países nunca deixaram de aumentar.
(…)
Quem
escreve sobre a existência de um conluio entre Israel e a Turquia poderá não
andar longe da verdade – mesmo que não seja explícito, será pelo menos tácito.
António Rodrigues, “Público” (sem link)
A
indústria televisiva passou a jogar papel importante na diplomacia turca depois
de Erdogan chegar ao poder, como ferramenta de soft power destinada a melhorar a imagem do
país.
António Rodrigues, “Público” (sem link)
No
final de 2013, a Assembleia Geral das Nações Unidas declarou o dia 5 de
dezembro de 2014 como o primeiro Dia Mundial dos Solos (DMS).
(…)
Deste
então, esta data é celebrada todos os anos para destacar a importância deste
recurso essencial e não-renovável, do qual dependemos para produzir cerca de 95%
dos alimentos que consumimos.
(…)
Apesar
da sua importância, a situação dos solos no mundo é preocupante. Segundo a FAO,
cerca de 33% dos solos estão degradados e mais de 90% poderão estar nesta
situação até 2050, especialmente os solos agrícolas.
(…)
Esta realidade torna urgente a adopção de
práticas de gestão sustentável dos solos.
(…)
É este
conhecimento [sobre as
propriedades do solo e das suas dinâmicas ao longo do tempo] que
permitirá proteger os solos e garantir a sua capacidade de sustentar a vida no
planeta, agora e no futuro.
(…)
Em cada cm2 de solo saudável, biliões de microrganismos
interagem de forma complexa, decompondo matéria orgânica e suprimindo doenças.
(…)
O
século XXI trouxe a sequenciação de próxima geração (NGS), uma tecnologia que
permite estudar diretamente o DNA do solo, identificando milhares de espécies
microbianas sem a necessidade de cultivo.
(…)
A
perda de diversidade microbiana causada por práticas agrícolas intensivas e
pela poluição compromete a saúde do solo e, consequentemente, as suas funções.
(…)
A
perda de diversidade microbiana causada por práticas agrícolas intensivas e
pela poluição compromete a saúde do solo e, consequentemente, as suas funções.
(…)
A NGS
já transforma as práticas de gestão dos solos. Na agricultura, avalia a saúde
microbiana do solo, orientando intervenções como o uso de fertilizantes
orgânicos ou simplesmente na redução dos clássicos fertilizantes de síntese.
(…)
Que
este Dia Mundial do Solo inspire ações para desvendar os seus mistérios e
preservar as suas riquezas para o futuro.
Helena Moreira e Albano Beja-Pereira, “Público” (sem link)
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