sábado, 22 de fevereiro de 2025

MAIS CITAÇÕES (321)

 
Quem faz análise política e social com sentido crítico, olhando o mundo para além da bolha em que está metido, constatava o descambar de muita coisa, mas não previa a velocidade e amplitude das mudanças em curso.

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Está em marcha a recuperação do obscurantismo, a utilização manipuladora do misticismo que nos apresenta “bandidos” como enviados de Deus.

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O desprezo pela ciência, a utilização da mentira e do insulto como material corrosivo que destrói os organismos estabilizadores de valores e do funcionamento da sociedade.

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Trump fala em nome dos Estados Unidos da América (EUA) apoiado num movimento social obscurantista inculcado na sociedade norte-americana, articulado com poderes económicos, financeiros e culturais fortíssimos.

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Entretanto, prosseguiram as posições indecorosas de Trump e do seu vice, estilhaçando a diplomacia e as regras das instituições.

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Nos EUA está a expressão maior de um processo de regressão profunda que se alarga, no mínimo, ao Ocidente.

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É a primeira vez que a(s) potência(s) que disputam a liderança mundial não são ocidentais.

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Os bloqueios com que a UE se depara são fortes.

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As grandes empresas vão para lá “pelas qualificações” e pela cultura do saber fazer e valorização do produtivo.

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Por cá soube-se que vários dos nossos governantes, quando não estão no Governo, são empreendedores do imobiliário.

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Isto diz tudo sobre a desgraça em que caiu o perfil de especialização da nossa economia. Não deitemos a toalha ao chão.

Carvalho da Silva, JN

 

Tem-se generalizado a utilização do termo “democracia liberal” para distinguir daquilo a que se chama “democracia iliberal”. 

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Das duas uma: ou há democracia ou não há, e há critérios para se saber a resposta.

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Pode haver democracias em construção, democracias imperfeitas, democracias em crise, mas “democracias iliberais” não há.

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Pode haver eleições livres e controladas, e existir legitimidade eleitoral, e não haver democracia, pela falta de outros elementos constitutivos do que é uma democracia, em particular dois: o primado da lei e o respeito pelos procedimentos que garantem os direitos, garantias e liberdades.

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Na verdade, a radicalização tem um forte efeito de tornar aparentemente aceitável muito do que está a pôr em causa as democracias, como sendo “natural”.

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Muitas vezes, esta polarização tem como consequência que se sinta ou não a perda de liberdade conforme a “ecologia” em que se está, ou bem ou mal.

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As palavras de J.D. Vance e Elon Musk sobre a falta de liberdade de expressão na Europa parecem-nos absurdas vindas de um país que, sob o poder de Trump e dos republicanos MAGA.

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[Para eles] impedir frases contra os imigrantes e insultos racistas nas redes sociais é.

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A última coisa que aceito são as lições destes sicofantas de Trump.

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O que eles [Vance/Musk] dizem é que o discurso radical da extrema-direita é que deve servir para medir haver ou não liberdade de expressão.

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A crise da democracia é obviamente desejada por aqueles que a estão a matar, mas invisível para os que estão do seu lado.

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A radicalização e a polarização fragilizam a resistência e o combate pela democracia.

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Os EUA não são uma “democracia iliberal”, mas uma democracia em profunda crise que se transformará numa autocracia, nome benévolo para a ditadura, no momento em que Trump não aceite uma decisão judicial que o impeça, a ele e a Musk, de cometer ilegalidades, umas atrás das outras.

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A degradação do poder judicial nos EUA significa que o último travão à ditadura está muito débil.

Pacheco Pereira, “Público” (sem link)

 

Não é a primeira vez que vêm a lume insultos e ofensas dos deputados do Chega na Assembleia da República”.

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Mas, desta vez, o intolerável foi mais longe.

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[André Ventura] parece achar aceitável que, na Assembleia da República, o debate seja substituído pela agressão – quando uma coisa é a antítese da outra.

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É o paradoxo da intolerância de que nos falou Karl Popper: quando somos muito tolerantes com os intolerantes – e, especialmente com o intolerável – corremos o risco de destruir a tolerância.

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O insulto gratuito, principalmente quando praticado na Casa da Democracia, não é um exercício de Liberdade e em nada serve a Democracia e os cidadãos.

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Uma deputada que se debata pelo direito à inclusão, à vida independente e digna, de quem tem necessidades especiais é uma deputada que me representa.

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Todos os deputados que dão voz aos que não têm voz honram a missão que lhes foi confiada pelo voto dos cidadãos.

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Todos os deputados que que fazem um trabalho sério – que inclua todos por igual – na defesa da Liberdade, da Democracia, dos direitos individuais, da igualdade e da paridade representam-me, mesmo que não tenha votado neles.

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Quando permitimos que o debate seja substituído pela agressão, estamos a matá-lo.

Martha Mendes, “diário as beiras” (sem link)

 

No dia 20 do corrente mês de fevereiro celebrámos o Dia Mundial da Justiça Social.

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Este ano, sob o tema “Reforçar uma transição justa para um futuro sustentável” coloca a urgência de integrar a justiça social nas políticas de ação climática e desenvolvimento económico.

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Como é possível negar a urgência climática?

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A recente saída dos Estados Unidos do acordo de Paris é um mau presságio ara este projeto de alterar políticas e comportamentos.

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A pergunta inquietante é: ainda vamos a tempo?

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Os desafios globais persistem com sistemas económicos que continuam a dar prioridade ao lucro em detrimento das pessoas.

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A este grito inquietante juntam-se as diferentes vozes de organismos internacionais que, como a OIT, vem lembrar os elevados níveis de desigualdade.

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Entre nós é de salientar o alto nível de racismo e xenofobia ressaltado pelo resultado do Inquérito às condições de vida, origem e trajetórias da população residente.

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Não estão fáceis os caminhos da justiça e muito mais os caminhos da justiça social.

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Todo o poder tem pés de barro… mas, entretanto, há homens, mulheres e crianças esmagados, reduzidos a escombros.

Idalino Simões, “Diário de Coimbra” (sem link)


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