(…)
É neste contexto que, demasiadas vezes, as
parturientes sofrem violência física e verbal de profissionais de saúde.
(…)
Há
práticas e rotinas de tratamento médicos que foram normalizadas ao longo do
tempo que podem, e devem ser questionadas,
(…)
É importante olharmos para a medicina com
sentido crítico, criando um ambiente saudável de discussão e evolução.
(…)
Há que ter em conta que a violência obstétrica
existe em Portugal.
(…)
Ora, tal faz com que tenha sido extremamente
importante criar uma Lei que proteja as pessoas da violência obstétrica.
(…)
Somos o primeiro país europeu a ter na lei o
termo “violência obstétrica”, o que significa que Portugal está no caminho
certo.
(…)
É importante olhar para os dois lados do
contexto médico e humano do parto: o cuidado e respeito pelas parturientes e a
formação e condições laborais dos profissionais de saúde.
(…)
A
questão da violência obstétrica não é somente um problema das parturientes que
a sofrem, mas também das fracas condições de descanso e horários dos
profissionais de saúde da área.
(…)
Ora, mesmo com o grande avanço que representa
esta lei, é importante perceber como se pode melhorar a mesma, no sentido de
englobar a problemática completa da violência obstétrica.
(…)
Trata-se de uma forma de violência institucional e de género, que afecta negativamente a saúde física,
emocional e mental das mulheres e bebés.
(…)
A
violência obstétrica é sistémica.
(…)
Não
se veja a questão da “violência obstétrica” como um ataque aos e às obstetras,
mas como uma proteção em relação aos profissionais de saúde, para além das
parturientes.
(…)
As
mulheres não são máquinas de parir, nem os e as/os obstetras são máquinas de
fazer parir.
(…)
É preciso
que o Estado e os hospitais respeitem os profissionais de saúde.
(…)
Em
relação às parturientes, é indispensável que sejam ouvidas, que sejam cuidadas,
informadas, respeitadas.
(…)
O nosso país está a ser pioneiro na Europa, ao
incluir o termo “violência obstétrica” na Lei.
Com o entendimento entre PSD e Chega no que há
de fundamental na lei da nacionalidade e nas mudanças na imigração, que teve
como extra outro no IRS, não faz sentido continuar a falar do “não é não”. Morreu.
(…)
Até agora, Montenegro fazia um jogo de dupla chantagem, em que atirava para o PS e para o Chega a responsabilidade
de qualquer crise política.
(…)
Com o resultado eleitoral, percebeu que o Chega nunca será punido.
(…)
Tudo
o que é essencial é negociado com o Chega, sobretudo o que é essencial para o
próprio Chega.
(…)
Onde deveria haver um cordão sanitário, o Chega
é o interlocutor.
(…)
Quando chegar a hora de aprovar a fatura,
encosta o PS à parede, responsabilizando-o por uma crise.
(…)
A estratégia de José Luís Carneiro é esperar
por uma crise para pôr as garras de fora.
(…)
Ventura tem garras que Carneiro nunca terá.
(…)
Quem não percebeu [a escolha de Amadeu Guerra
para procurador-geral da República], reveja o papel a que se prestou,
com a absurda abertura de um processo a Pedro Nuno Santos nas últimas eleições.
(…)
É bom recordar que o entendimento com a extrema-direita não resulta da moderação do Chega.
Pelo contrário.
(…)
Só no final do ano passado [o PSD] se começou a
aproximar da extrema-direita.
(…)
No
essencial, o pacote legislativo do governo integra a agenda do Chega.
(…)
Esta clarificação nasce do resultado eleitoral, das vantagens em haver manobras de diversão.
(…)
[O PS] voltou às “abstenções violentas”.
(…)
Mal
o PS se mostrou realmente disponível para um bloco central informal, Montenegro
pôde descansar e dedicar-se apenas à relação com o Chega.
(…)
Ao
deslocar-se mais para a direita, [o PSD] normalizou as posições do Chega,
tornando mais fáceis os entendimentos políticos.
(…)
[O PS foi levado a anular-se e] a acentuar a
perigosa rampa deslizante a que assistimos.
(…)
Até os autarcas do PS estão a ser levados nesta
avalanche.
(…)
Veremos se as coisas mudam, ou se a via
portuguesa será a italiana, em que a esquerda não centrista desapareceu do
espaço institucional.
(…)
Seja qual for o futuro, a normalização do Chega
acabou com os problemas da direita.
(…)
[A esquerda] tem de recuperar o lugar de oposição
firme ao governo mais à direita da nossa história democrática.
(…)
[O
papel da esquerda] não é tentar manter um cordão sanitário de que não resta
qualquer vestígio.
(…)
É
ser a oposição a este governo.
Daniel Oliveira, “Expresso” online
Vivemos um tempo estranho em que há quem,
conscientemente ou não, prefira ignorar ou relativizar a ciência que nos diz
que as alterações climáticas são um facto documentado, medido e explicado que
está a transformar o mundo em que vivemos.
(…)
A todos, a ciência é clara: o planeta está a
aquecer, os impactos são visíveis e a origem humana das alterações climáticas é
inegável.
(…)
A todos, a ciência é clara: o planeta está a
aquecer, os impactos são visíveis e a origem humana das alterações climáticas é
inegável.
(…)
A ciência não é democrática, é factual. É feita
de observação, medição, experimentação e validação independente.
(…)
As alterações climáticas não são uma questão de
opinião. São uma certeza científica, confirmada por milhares de estudos.
(…)
O grande risco hoje não é a ignorância, mas a
indiferença. É a apatia estratégica de quem sabe, mas não age.
(…)
A ciência já fez o seu trabalho: diagnosticou,
alertou, propôs caminhos.
(…)
Porque a crise climática é também uma crise
humanitária, económica e democrática.
(…)
Precisamos de líderes que tenham a coragem de ser
honestos com as pessoas.
(…)
Negar a ciência nunca resolveu nenhuma crise.
(…)
Se ignorarmos a ciência, seremos as vítimas
voluntárias da nossa própria irracionalidade e da nossa estupidez.
Sem comentários:
Enviar um comentário