CITAÇÕES

 O aumento do custo de vida entra-nos pelos depósitos de combustível dentro, transformando em produtos de luxo os que antes eram banais.

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[Não se trata de] uma política ambiental, é uma forte arma de desigualdade, pois pesará sempre mais nas carteiras menos recheadas.

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Basta uma pequena visita à mercearia ou ao supermercado e somos assaltados pelos aumentos de preços dos produtos expostos nas prateleiras.

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O aumento do custo de vida é real e ameaça os rendimentos das famílias.

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Os alertas para esta escalada de preços escassez de produtos não são apenas nacionais, surgem pelo mundo.

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Há pontos de resistência [como é o caso do Ministério das Finanças] onde parece que esta preocupação mundial não entra, que vivem uma outra realidade.

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Há questões [como o combate à especulação dos preços dos combustíveis] que não precisam de esperar pelo Orçamento do próximo ano para terem uma resposta.

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Não quis o PS (e a direita toda) que fosse fixado um preço máximo para a venda de gasolina e do gasóleo como o Bloco de Esquerda propôs ainda há umas semanas no Parlamento.

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Não responder a esta realidade [atual] é falhar no apoio às famílias e à economia, continuar a colocar o défice à frente das necessidades do país.

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Se esse apoio [às famílias] fosse mais forte seria também mais rápida e capaz a recuperação económica, como se percebe na comparação com outros países europeus.

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[A proposta de OE2022] faz promessas de baixas de IRS para milhões com valores individuais irrisórios.

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Rejeita valorizar quem trabalhou uma vida inteira e tem direito a uma reforma digna mantendo um corte pelo “fator de sustentabilidade”.

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Ficam lesados os mais velhos e os mais novos que estariam disponíveis trabalhar, bem como o combate à pobreza.

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Mantém os cortes indiretos que a troika deixou nos salários dos trabalhadores.

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Falha no investimento público que defende os serviços que nos são fundamentais.

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[A proposta de OE2022] porque falha em respostas essenciais para corrigir problemas estruturais do país.

Pedro Filipe Soares, “Público” (sem link)

 

Marcelo pode estar, como já estão "estadistas" do seu partido, a entrar na ansiedade obsessiva da crise.

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Marcelo habituou os portugueses a esperarem dele comentários a tudo e mais alguma coisa e a ser uma espécie de homem sociedade. 

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Marcelo possui um versátil jogo de anca que o apresenta como limador de arestas, mesmo quando as está a vincar.

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[Marcelo devia ajudar os portugueses] a situarem-se melhor nas reivindicações sociais e económicas de que não podem abdicar: o combate estrutural à pobreza.

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[Também] a valorização do trabalho e a dignificação de quem trabalha, ou já trabalhou uma vida.

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A teia que a pandemia teceu, e ainda nos aprisiona, está a provocar arrastamento nas decisões e na ação dos setores público e privado.

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O Governo e o Partido Socialista deviam estar na linha da frente da criação de novas dinâmicas.

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E faz muita falta uma ação governativa bem mais capaz e ofensiva.

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Os procedimentos para dar efetividade aos compromissos devem ficar claros.

Carvalho da Silva, JN

 

Para lá do Orçamento do Estado para 2022 (OE22), mexe um outro orçamento oficioso, repleto de decisões essenciais à vida das pessoas, fulcral para o funcionamento do país, mas desconhecido de todos os parceiros sociais, sindicatos e classes profissionais.

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Debaixo da mesa, serve-se o "Estatuto do Serviço Nacional de Saúde", documento que decorre da Lei de Bases da Saúde e que será apresentado sem que médicos, enfermeiros ou qualquer profissional ou interveniente no sector da saúde tenha sido tido ou achado.

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Em causa, também, o "Estatuto dos Profissionais da Cultura".

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Para adensar o menu, a "agenda do trabalho digno".

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Eis as cartas fora do baralho, retiradas da cartola de António Costa no encontro de ontem com o grupo parlamentar do PS, neste processo de simulacro de conversações à esquerda do OE22, algo nunca visto em anos de negociação orçamental.

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Enquanto se simula ou negoceia, vivemos um momento político onde eleições antecipadas não aproveitam a ninguém, senão à extrema-direita. 

Miguel Guedes, JN

 

No meio da apresentação da proposta de Orçamento (…), acontecem sempre destas coisas, algumas declarações importantes são sepultadas pelos números e pelos argumentos.

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É o caso de uma contabilidade apresentada por João Paulo Correia, vice-presidente da bancada do PS.

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Várias promessas de apoios sociais, em particular a desempregados de longa duração, a precários e pessoas a recibos verdes que ficaram sem trabalho, a trabalhadoras domésticas e a profissionais da cultura, não foram concretizadas, ou foram atrasadas, ou foram mergulhadas em teias burocráticas intransponíveis. 

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Em consequência, a negociação do Orçamento seguinte tornou-se mais difícil, dada a desconfiança sobre o cumprimento das promessas anteriores.

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[João Paulo Correia declarou numa entrevista ao “Jornal de Negócios”] que “70% dos acordos já estão concretizados”.

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Mas faltarem 30%, não se sabendo como se chega a vias de facto nessas matérias, é um susto.

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Ora, o problema talvez seja ainda mais complicado.

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Na saúde, então, a lista é dolorosa.

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Será isto os 30% por completar e os 70% prontíssimos?

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[Talvez] a conta do deputado ignora a realidade e os faltosos 30% podem agigantar-se. 

Francisco Louçã, “Expresso” Economia (sem link)

 

O aumento do PIB em 2021 está estimado em mais de 11 mil milhões de euros, em grande parte ainda para recuperar da pandemia. 

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Como seria de esperar, sobre a distribuição desse valor e o uso da sua receita tributária incide uma luta acesa.

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Os argumentos para justificar as distintas opções são igualmente repescados do manual e entre os defensores da virtude da acumulação de capital há sobretudo dois.

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O primeiro é que não pode ser posto em causa o pacto entre o Governo e o patronato. 

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Não se mexe na precariedade.

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O segundo argumento é o do défice zero. 

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Em nome do défice, o investimento deve reduzir-se, os salários devem ser condenados a perder poder de compra e o SNS deve continuar preso na impossibilidade de contratar médicos.

Francisco Louçã, “Expresso” Economia (sem link)