sábado, 27 de novembro de 2021

CITAÇÕES

 
Rio ou Rangel sairão vencedores do processo interno, mas derrotados na sociedade pelo triste espetáculo dado.

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No deve e haver, ficou por fazer a pergunta mais importante: se os candidatos do PSD não se conseguem ouvir um ao outro, porque há-de o país escutá-los?

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Salomonicamente, dividamos a coisa a meio e concluímos o óbvio: nenhum dos dois tem estatura para o cargo, deixemos a vaga para quem tenha mais ideias.

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Na década passada [Fernando Alexandre o guru económico de Rangel] queria colocar em lei o corte de um mês de salário nas pensões, escrever na pedra da lei o corte no 14.º mês dos pensionistas.

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Joaquim Sarmento, que alinha na equipa de Rio com as mesmas funções para o pensamento económico, ainda há semanas convocava os demónios contra o aumento do salário mínimo nacional.

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É por isso que não se discutem conteúdos, para não explicar que no essencial estão de acordo, as duas faces do PSD são medonhas para quem trabalha ou para quem trabalhou.

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Esta direita foi quem sacrificou à especulação do mercado o direito à habitação, não tem resposta para o caos climático, quer tirar ainda mais direitos a quem trabalha, acha que os salários em Portugal são de ricos.

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A falta de credibilidade da ideia [de maioria absoluta para o PSD] é tanta que não chega a ser uma ameaça.

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[No CDS] se não tivessem perdido tanto tempo nos absurdos combates ao marxismo cultural ou à ideologia de género, talvez agora fizessem bom uso das aulas de cidadania e desenvolvimento.

Pedro Filipe Soares, “Público” (sem link)

 

Haverá uma fórmula para acreditar que a dimensão da pandemia está controlada e que a asfixia dos SNS, exausto e sem o investimento em outras condições e mais recursos humanos, não irá acontecer.

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António Costa segue o caminho político e elenca um conjunto de medidas, para daqui a uma semana, que os números crescentes da pandemia se encarregarão de desmentir em meados de Dezembro.

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Estamos a criar condições perfeitas para desperdiçar as circunstâncias extraordinárias que o sucesso do plano de vacinação nos permitiu ter

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Agora, o Governo pede aos portugueses que se contenham nas festividades natalícias e na passagem do ano, a mais de um mês de distância e depois do exemplo do ano passado.

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Festejar a pensar na contenção é uma ideia peregrina e um péssimo sinal que anuncia eleições em aproximação. 

Miguel Guedes,JN

 

[As sondagens] dão aos dois possíveis candidatos da extrema-direita [francesa] uma forte supremacia sobre os mandarins neogaullistas que se perfilaram até agora. E surge Barnier.

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[A candura de Barnier] misturando o espírito do Pai Natal com o serviço à pátria, é digna de manual, mas não acrescenta muito.

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[O eletrochoque que Barnier propõe] será uma moratória de cinco anos para a entrada de imigrantes não-europeus.

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Está o ingrediente da extrema-direita, fechar a fronteira, e está um regresso ao gaullismo, a soberania do hexágono, que agora seria surpreendentemente imposta pelos próprios tribunais europeus.

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Quem diria que o elegante Barnier usaria o muro contra os imigrantes como mote. 

Isto de castigar os imigrantes ou de prometer a bandeira nacional contra Bruxelas vem com a função.

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Rui Rio repetiu nos Açores o refrão do ataque à subsidiodependência para agradar a todos os partidos do Governo Regional.

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É fácil insultar os pobres, é sempre o caminho mais confortável.

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Basta a ocasião para fazer o barão: em precisando, qualquer líder de direita atravessa o espelho.

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Quando disputa com a extrema-direita, ninguém segura o bom candidato da direita, será mais agressivo do que o concorrente.

Francisco Louçã, “Expresso” Economia (sem link)

 

A refinaria [de Sines] é a infraestrutura com mais emissões de gases com efeito de estufa do país.

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A concentração actual de dióxido de carbono na atmosfera é a maior pelo menos há 3 milhões de anos. 

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O capitalismo global vai deixar a casa arder.

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Durante a última cimeira do clima foram expostos mais centenas de novos poços de petróleo e gás em todo o mundo, no relatório Drill Baby Drill.

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Não está a acontecer nenhuma transição na matriz energética global.

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As energias renováveis não retiram dióxido de carbono e metano da atmosfera nem anulam o efeito dessas moléculas. 

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[As energias fósseis] continuam a aumentar e continuam a aumentar a concentração de dióxido de carbono na atmosfera.

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Seguramente que não está a acontecer nenhuma transição justa.

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O objectivo desta transformação é travar os piores cenários da crise climática e construir um mundo justo.

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Transição justa, em capitalismo, significa remunerar e garantir a manutenção do interesse dos investidores das petrolíferas e empresas fósseis e afins.

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As empresas fósseis em Portugal podem esconder os seus investimentos fósseis noutros países e ajudar a vender a aparência de descarbonização.

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A refinaria de Sines deve ser encerrada ou profundamente transformada, como devem ser várias outras infraestruturas industriais emissoras em Portugal, esta década.

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[Em Portugal] a maior parte da transição tem de começar a acontecer agora.

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Analisar a resposta à crise climática a partir de uma perspectiva de business-as-usual do capitalismo é inútil.

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Ou mudamos quase tudo acerca da nossa sociedade esta década ou um clima inclemente mudará tudo por nós e contra nós. 

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A civilização humana não terá as suas bases materiais garantidas se não forem travados os piores cenários das alterações climáticas, que são cada vez mais os mais plausíveis.

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Os capitalistas tratarão deste assunto como tratam de qualquer outro assunto: procurando lucrar. 

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O que significa que a refinaria de Sines, num estado “normal” das coisas, será encerrada quando capitalistas o decidirem.

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Se este processo for liderado por capitalistas – e sê-lo-á sempre que não houver uma acção política completamente intencional em sentido contrário – o resultado será injustiça social e despedimentos em massa.

João Camargo, “Expresso” Diário


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