domingo, 21 de novembro de 2021

MAIS CITAÇÕES (156)

 
O muro que se ergue entre a Bielorrússia e a Polónia não dividirá o mundo livre da tirania.

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A Bielorrússia é uma ditadura, a Polónia ainda é uma democracia formal, membro da União Europeia.

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Entre os dois, confrontam-se duas retóricas de perfil autoritário que, de forma distinta, usam pessoas vulneráveis como arma ao serviço dos seus projetos de poder.

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Hoje, nada de essencial une o socialismo bolivariano degenerado da Venezuela, o islamismo xiita do Irão, o conservadorismo religioso autoritário de Erdogan, o regime falhado da Síria e os líderes vagamente nacionalistas de Mianmar. 

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O que leva esta gente à proteção russa ou ao controlo económico chinês é a sobrevivência dos seus líderes e das suas elites cleptocratas.

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A Rússia não promete uma sociedade sem classes porque o seu projeto imperial não é mais do que o projeto pessoal de Putin e dos que o servem.

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A China não exporta revoluções, exporta o fruto de um capitalismo de Estado bem-sucedido.

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No caso da Bielorrússia, a ligação a Moscovo é inevitável. 

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Boa parte do que assistimos na fronteira com a Polónia não passa de uma guerra por procuração.

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Os números da covid na Polónia estão, como em muitos países, a aumentar. E a inflação é um problema — em outubro, foi das mais altas da UE. A retórica militarista contra o invasor é útil ao governo polaco.

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Foi Lukashenko que orquestrou a ofensiva, mas a Polónia não deixa de ser um problema nosso. 

Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)

 

[Nos países europeus] os governos minoritários são uma excentricidade e, por razões que se compreendem, não oferecem estabilidade.

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[Nas coligações] nenhuma parte pode impor a sua agenda programática e que o peso relativo das reivindicações deve refletir a correlação de forças parlamentares. 

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Pode dar-se o caso de, em janeiro, Portugal ter resultados eleitorais em contratendência, com crescimento simultâneo dos dois partidos centrais. 

Pedro Adão e Silva, “Expresso” (sem link)

 

[Nos nossos dias a natureza da relação de muitos dirigentes do PSD com a Maçonaria] está associada às possibilidades de carreira política, que dá uma relação horizontal, e aos negócios e muito pouco aos “bons costumes” da tradição maçónica.

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É uma geração mais nova, que de um modo geral esconde a sua filiação maçónica.

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[Na génese do PPD] a nível local vários membros da extinta organização [União Nacional/Acção Nacional Popular] entraram no partido.

Pacheco Pereira, “Público” (sem link)

 

[Na Cop26] os ritmos contagiantes e poderosas palavras de activistas de todo o mundo contrastavam diariamente com a monotonia dos corredores cheios de delegados de fato e gravata.

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Esta COP foi, tal como todas as anteriores, uma Cimeira do Clima construída para falhar.

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Uma Cimeira do Clima em que a indústria fóssil teve a maior delegação.

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[Uma Cimeira do Clima em que a indústria fóssil foi melhor recebida] do que todos aqueles que deveriam ter estado a ser ouvidos.

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[A COP26] decidiu acolher acordos que nos colocam rumo a um aquecimento global de 2,4ºC - uma sentença de morte para milhões de pessoas.

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A crise climática não é um problema de amanhã, dos próximos cinco ou dez anos: está aqui agora, e não é dissociável de direitos humanos ou de justiça social.

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Segundo a Global Witness, 227 líderes e activistas climáticos foram assassinados em 2020, quase 30% deles na Colômbia, por defenderem as suas terras e o planeta.

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Não é possível resolver esta crise no mesmo sistema que a criou: um sistema imperialista, colonialista, capitalista.

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A crise climática é uma decisão política, e sabemos que a mudança de que precisamos não virá das instituições, mas sim do poder colectivo das pessoas.

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A luta por justiça climática também é isso: aprendizagem, colaboração, comunidade. 

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Há um mundo para além destas conferências, e de que é nesse mundo que a verdadeira mudança acontecerá.

Bianca Castro, “Público” (sem link)

 

O crescimento físico das nossas sociedades, o crescimento, vai ser detido inexoravelmente num futuro, cada vez mais próximo.

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Alterámos o sistema terrestre de formas irreversíveis (pelo menos na escala do tempo humano) e sem possibilidade de retorno.

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Caminhamos para um futuro de grande instabilidade em que as grandes alterações, imprevistas, radicais, serão a norma, cada vez mais constante.

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A partir de agora (…) podemos assistir a colapsos sistémicos globais.

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Só o dinheiro conta, a ânsia do lucro infinito promove a predação e a irracionalidade infinitas.

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E numa altura [2018] em que se faziam promessas de acção sobre o clima, simultaneamente solicitava-se aos países árabes que aumentassem a produção do dito ouro negro.

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Se a nível global o caminho do colapso parece irreversível, por aqui e ali vão surgindo sementes de esperança.

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Neste momento, salvo por aqui e por ali, estamos a caminho do precipício, num veículo sem travões e a alta velocidade, e o condutor não sabe, ou não quer, usar as mudanças.

António Eloy e Pedro Soares, “Público” (sem link)

 

André Ventura estatelou-se ao comprido esta semana e pregou mais um prego no caixão do partido que inventou, talvez um prego definitivo nas suas aspirações para as legislativas de 30 de Janeiro.

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Com as legislativas marcadas para daqui a dois meses, é muito difícil que este episódio revelador de André Ventura não vá ser recordado pelos eleitores de direita no momento em que decidirem optar por um dos partidos da sua área política.

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Sem a mínima vergonha na cara, Ventura desdisse o que apenas dois dias antes tinha defendido.

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Uma trampolinice que vai custar caro ao Chega nas legislativas.

Ana Sá Lopes, “Público” (sem link)


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