sábado, 10 de setembro de 2022

MAIS CITAÇÕES (197)

 
Já baixar dos 13% para os 6% o IVA da eletricidade apenas para o pequeno consumo inicial é só uma aldrabice que vale a poupança média de um euro por mês, para a maioria dos consumidores.

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A grande prioridade do Governo é lidar com a inflação contendo o aumento de rendimentos. Símbolo desta demanda é a trafulhice com as pensões.

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Os aumentos seriam de 7% ou 8%, em janeiro e passarão, sem contar com o adiantamento, a 4,5%.

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Menos cerca de 250 euros no conjunto do ano de 2024 e em cada ano seguinte, em média.

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A obsessão do Governo é impedir que os rendimentos acompanhem a inflação.

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Se o temor é a espiral inflacionista, querem travar uma inundação com um pequeno dique.

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A inflação chega a níveis que a história recente desconhecia por causa da guerra, de problemas na oferta e do preço da energia.

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[A Alemanha com] oito vezes mais população e a um PIB 16 vezes maior não devia corresponder um pacote 27 vezes superior ao português. 

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[Tal como outros países já o fizeram há que criar] um imposto sobre os lucros inesperados de empresas de energia ou outras que, à boleia da inflação, estão a encher os seus cofres, retirando dinheiro ao conjunto da economia.

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Só que, em Portugal, lucros e rendas são sagrados, salários e pensões nem por isso. 

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O que define um governo de esquerda não é quem cobra mais ou menos impostos (…). É como se divide o bolo.

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Nos últimos 20 anos, em que o PS governou a maior parte do tempo, os salários cresceram sempre abaixo da produtividade. O bolo foi cumulativamente mal dividido. 

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As crises inflacionárias são muitas vezes aproveitadas para uma divisão ainda mais injusta, retirando rendimento a quem trabalha.

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Por isso, os salários e pensões serão sacrificados.

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No caso dos pensionistas, vai à boleia da inflação para rever a lei e tirar-lhes dinheiro a que teriam direito.

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Habituado a driblar cativações e baixo investimento com reversões de medidas da troika, Costa viciou-se na arte do engano.

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As pessoas não gostam de empobrecer, mas detestam empobrecer e serem tomadas por parvas.

Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)

 

A introdução da AIA (Avaliação de Impacto Ambiental) como procedimento obrigatório no processo de licenciamento das atividades económicas foi um avanço da mais elementar importância.

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Diz-nos o Governo que a AIA vai passar agora de obrigatória para talvez-depende-do-caso ou até completamente-dispensável-e-desnecessária.

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Outro balde de areia que esta proposta nos atira para os olhos é o de que a “simplificação” da AIA será feita apenas fora das áreas sensíveis — como se fora das áreas protegidas não existissem rios, espécies, florestas ou pessoas que possam ser contaminadas.

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Este “quem cala, consente” faz com que o Governo assuma o risco de possíveis danos, que são, na verdade, responsabilidade do investidor.

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Falemos ainda da eliminação da necessidade de renovação da licença ambien­tal (prazos que já eram longos agora passam a ser eternos).

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O objetivo desta norma é só um: facilitar a vida do investidor.

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Retirar a obrigatoriedade da AIA é um enorme retrocesso do ponto de vista ambiental e de desenvolvimento tecnológico e económico.

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O Governo apresenta-nos uma lei que não cumpre os mínimos olímpicos ambientais, pelo contrário.

Bianca Mattos, “Expresso” (sem link)

 

À luz da sua génese e dos seus compromissos eleitorais e programáticos, o primeiro-ministro e o seu Governo estão a destruir o seu capital de confiança.

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[A democracia] não sobrevive sem verdade, rigor nas propostas do Governo e de todas as instituições que contribuem para a governação do país.

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Não é tolerável que o Governo manipule, por exemplo, os significados das medidas adotadas sobre as pensões ou sobre o IVA da eletricidade. Os portugueses merecem respeito, todos!

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O Governo sabe bem que as desigualdades se estão a acentuar, que a pobreza alastra num país demasiado condescendente com ela e sabe que não se vence a pobreza sem melhoria dos salários. 

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No fim da linha, onde estão os trabalhadores que vivem dos seus salários, tal [transferir custos] já não é possível.

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E para acionistas de empresas que aumentam preços à vontade, é oportunidade para brutal apropriação de riqueza.

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Segundo o INE, a remuneração bruta mensal média entre junho de 2021 e junho de 2022 cresceu 3%, enquanto a taxa homóloga de inflação se situava em 8,73% e continuou a crescer.

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Aproveita-se a situação de crise em que estamos para desencadear uma "reforma estrutural" da Direita? 

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A governação com a agenda do PSD já começou. Ficará mais espaço para a extrema-direita.

Carvalho da Silva, JN

 

De acordo com a consultora de aviação to70, o Aeroporto Humberto Delgado é, a nível europeu, de longe o aeroporto com o maior número de pessoas expostas por movimento aéreo, tanto num raio de 5km como de 10km.

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Já o relatório “Ruído ambiental na Europa 2020” da Agência Europeia do Ambiente refere que Lisboa é a segunda pior capital europeia em termos de exposição ao ruído do tráfego aéreo, logo a seguir ao Luxemburgo.

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Integra assim o grupo dos grandes aeroportos com o maior número de pessoas expostas.

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Em julho de 2019, a associação Zero fez medições de ruído no Campo Grande que revelaram valores muito acima dos limites definidos no Regulamento Geral do Ruído.

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Com o regresso do turismo, as medições realizadas pela Zero em julho de 2022 em Camarate, no concelho de Loures, voltaram a registar violações grosseiras dos limites estabelecidos.

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No entanto, é do conhecimento das autoridades, nomeadamente da Agência Portuguesa do Ambiente, pelo menos desde 2017, que existe incumprimento da legislação em vigor por parte da ANA – Aeroportos de Portugal.

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Estudos científicos demonstram de forma inequivocada que o ruído proveniente do tráfego aéreo provoca [entre outros malefícios para a saúde, a redução e degradação da qualidade do sono, o aparecimento de lesões vasculares, um aumento do risco de admissão hospitalar por doença cardiovascular, mortalidade mais elevada por doença cérebro – e cardiovascular…]

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Os grandes aeroportos europeus localizados próximos ou dentro de zonas urbanas já instituíram interrupções de operação noturna para proteger o bem-estar e a saúde da população.

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Enquanto a atuação do Governo continua subjugada aos interesses económicos de multinacionais como a Vinci, concessionária da ANA – Aeroportos de Portugal, resta à sociedade civil mobilizar-se.

Hans Eickoff, “Público” (sem link)


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