O
governo israelita informa que já foi vista “por milhões” a campanha estreada
quarta-feira nas ruas de “Nova Iorque, Los Angeles, Washington, Miami, bem como
em grandes cidades europeias como Londres ou Berlim”, com as caras ruivas dos
irmãos Ariel Bibas, quatro anos, e Kfir Bibas, dez meses, raptados no ataque de
7 de Outubro, e mortos pouco depois.
(…)
Embora
na própria versão israelita os Bibas não tenham sido mortos pelo Hamas, mas sim
por um pequeno grupo desconhecido chamado Senhores do Deserto.
(…)
Detalhes que não interessam ao marketing.
(…)
Como
foram mortos os irmãos
Bibas? Não sei. O Hamas disse que foram mortos, tal como a mãe, Shiri, num
bombardeamento israelita em Novembro.
(…)
Já comunicara isso a Israel então, sugerindo
enviar os corpos numa negociação. Israel recusou, optando por não reconhecer as
mortes.
(…)
Quando
os corpos foram devolvidos agora, um ano e quatro meses depois, a pesquisa
forense israelita concluiu que os dois irmãos foram mortos “com as próprias
mãos” dos captores.
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[Netanyahu voltou] a usar
o bebé Bibas e o seu irmão de quatro anos para tentar manipular os juízes do
tribunal a que teve de ir como réu.
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Bibi
ateara a fogueira, e tirou todo o proveito de mortes de que fora informado há
um ano e quatro meses.
(…)
A
versão de Israel é a da peritagem forense mas não foram divulgadas provas. A
versão do Hamas é a do bombardeamento. Temos muitas razões anteriores para não
confiar numa ou noutra sem provas.
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Sei que Netanyahu os está a usar para matar mais,
como tem feito aos reféns desde 7 de Outubro.
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Sei
que vários bebés palestinianos morreram
gelados em Gaza nos últimos dias, e os seus nomes não estão nas manchetes,
muito menos em Times Square ou Berlim.
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Sei
que 18 mil crianças foram mortas em Gaza desde 7 de Outubro, e se por cada uma
fizéssemos o minuto de silêncio que há a fazer agora pelos Bibas seriam 300
horas de silêncio.
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A
propósito de reféns mortos, esta semana as forças armadas de Israel divulgaram
enfim o seu inquérito sobre o falhanço de inteligência e resposta militar a 7
de Outubro.
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O Estado de Israel não só falhou na protecção
dos seus cidadãos, como foi bem sucedido a matar vários.
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Netanyahu usa bebés para matar melhor, isso
inclui matar o seu próprio povo.
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Nos EUA, Trump e Musk ameaçam os empregos
federais e a saúde, o clima, a ajuda humanitária do planeta.
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Trump tira o tapete à Ucrânia, à NATO, alia-se
com Putin, a União Europeia vê-se sozinha.
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[O novo líder alemão, Friedrich Merz] Convida
Netanyahu para uma visita, desafiando o mandado de captura do
Tribunal Penal Internacional.
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Porque é que a Espanha ou a Irlanda têm coragem
e Portugal é um capacho diplomático?
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Quem
tem defendido Israel e ao mesmo tempo a Ucrânia, como descalça a bota de Israel
agora votar contra a Ucrânia na ONU?
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Nos
últimos dias vimos até Trump postar uma animação
de si mesmo como estátua de ouro ou semi-nu com Bibi a beber cocktails na Trump Gaza.
(…)
O
Hamas disse que estava pronto a deixar o poder por um governo palestiniano
alternativo e Israel respondeu que nem Hamas nem a Autoridade Palestiniana.
(…)
O ministro da Defesa garantiu que os 40 mil já
deslocados [da Cisjordânia] não vão poder voltar.
(…)
Nas redes sociais palestinianas há uma ideia
recorrente: “Israel não ocupa a Palestina, Israel ocupa o mundo.”
Alexandra Lucas
Coelho, “Público” (sem link)
A discussão
em torno da apetência de uma significativa parte de governantes e deputados
para a criação e participação em empresas do negócio imobiliário e os
argumentos que vão sendo expandidos em torno desta controvérsia exigem reflexão
(…)
Montenegro
optou por não esclarecer, nos tempos e espaços devidos, o que devia ter
esclarecido.
(…)
O desgaste
do Governo parece imparável.
(…)
Porque
vários dos seus elementos estão em situações potencialmente idênticas à do PM.
(…)
A questão a
abordar neste texto não é o aprofundamento desta análise, mas, sim, observar as
muitas inverdades ditas por diversos políticos e analistas a propósito deste
imbróglio.
(…)
Em Portugal
existem muitas centenas de milhares de atividades empresariais.
Proporcionalmente, são bem mais que em muitos países do nosso espaço económico.
(…)
Determinação
não lhes faltou. Faltaram, sim, políticas de incentivo para que apostassem mais
em setores produtivos
(…)
Os
governantes e deputados que nas suas atividades profissionais escolheram ser
empreendedores no imobiliário têm o direito de o fazer, mas há
incompatibilidades a serem respeitadas.
(…)
O país está
prisioneiro da conjugação do inchaço imobiliário e turístico com a economia
paralela, com o excesso de trabalhadores a recibo verde e empresários em nome
individual, e com uma estrutura empresarial fragmentada e mal preparada.
(…)
A esmagadora
maioria faz milagres de gestão para que os seus baixíssimos salários lhes
permitam não passar fome e ter um mínimo de dignidade,
Carvalho da Silva, JN
Trump
tornou-se o homem providencial, convertendo o Partido Republicano numa mera
claque dos seus caprichos e considerações, desferindo ao mesmo tempo o mais
rude golpe ao Partido Democrata desde a época de Ronald Reagan.
(…)
Trump
governa por decreto, 75 até agora, uma média alucinante. Ignora o Congresso
americano que, pela primeira vez em muito tempo, sobe 12% na taxa de aprovação,
precisamente por nada fazer. Se isto não é uma sentença aterradora para a
democracia parlamentar, não sei o que será.
(…)
A
única barreira entre Trump e o seu reinado têm sido os tribunais
que, apesar de tudo, têm peneirado os seus diktats
pelo crivo do Estado de direito. Aqui recai a primeira e mais relevante
oposição ao assalto autoritário de Trump à Democracia
(…)
Quem
já percebeu que os ventos mudaram foi a Cooperativa de Preservação dos
Super-Ricos, que pretende mais uma vez reativar a sua profana aliança com os
ultranacionalistas para defender as suas desmedidas fortunas.
(…)
Em
Portugal, e no resto da Europa, parece que só nos resta resistir onde ainda não
sucumbimos, enquanto cantamos os louros ao imperador.
João
Vasco Ferreira, “Público” (sem link)