sexta-feira, 21 de março de 2025

CITAÇÕES

 
O tema desta campanha são mesmo os “becos de natureza pessoal e ética” de Montenegro, usando um eufemismo do Presidente.

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Nenhum primeiro-ministro pode receber uma avença, diretamente ou através de uma empresa de fachada, ou pode achar que as suas relações empresariais estão defendidas por qualquer tipo de sigilo. 

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E a certeza que o primeiro-ministro iria ser “torrado” é sinal de pouca confiança nos factos e nas provas.

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Os programas dos partidos serão semelhantes aos do ano passado, os líderes são todos os mesmos. 

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As crises do SNS e da habitação continuam a agravar-se, com a ajuda de uma desastrosa ministra da Saúde e de políticas que inflacionaram ainda mais os preços das casas. 

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O dinheiro do excedente herdado foi distribuído, como se esperava, a pensar num ciclo curto. É o trunfo deste Governo, depois de Costa nos ter andado a dizer que era insustentável responder às exigências de professores, polícias e oficiais de justiça. 

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O PS viabilizou-lhe o programa e o Orçamento.

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E há poucas semanas inviabilizou duas moções de censura.

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Nunca um Governo com uma base parlamentar tão curta teve tanto espaço de manobra.

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[A falta de ética de Montenegro] é a única razão para termos sido obrigados pelo próprio a voltar às urnas.

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Mas que o PSD não se iluda: mesmo desfocado, o perfil de Luís Montenegro mudou para sempre e com toda a justiça. As pessoas nunca mais o verão da mesma forma.

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O estrago já foi feito por Montenegro e pairará na campanha.

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Não faltam indecisos numas eleições que ninguém queria.

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A maioria dos portugueses já percebeu que as relações de Montenegro com algumas empresas são, sendo delicado, muito pouco saudáveis. 

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O que nos será perguntado é se, havendo uma situação económica estável e tendo distribuído dinheiro, nos importamos com a vulnerabilidade de quem nos governa.

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Veremos se o líder do PS, que ao fim do ano já não é visto como “irresponsável”, consegue conquistar mais do que a deceção ética com Montenegro.

Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)

 

Em Loures, o presidente da câmara municipal ameaça continuamente a destruição de estruturas abarracadas e casas autoconstruídas.

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Ricardo Leão compra conflitos públicos com comunidades e bairros vulnerabilizados, colocando vidas em situações precárias impossíveis.

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Os danos que causa às vidas de pessoas não podem ser perdoados.

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São pessoas que trabalham, que têm filhos e famílias. Que crime cometeram?

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Recebem o salário mínimo e não conseguem pagar uma habitação.

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Foram empurradas para casas autoconstruídas, solução que as salva de dormirem ao relento.

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E recebem do município uma resposta completamente desprovida de empatia e compreensão.

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Com o mesmo sentido de oportunidade política, a Iniciativa Liberal (IL) aproveita o caso da ocupação de uma casa para propor o agravamento de penas de prisão para a ocupação e a agilização dos processos de despejo.

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Porquê? Porque pretende criminalizar o sintoma de uma emergência social.

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Tanto a Câmara Municipal de Loures como a IL escolhem definir como problema os sintomas da crise de habitação que o país vive.

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Fazem-no sem qualquer vestígio de preocupação para com as pessoas arrastadas para as margens da sociedade.

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Os preços das rendas e das casas estão completamente descolados da realidade.

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Se a crise se torna aguda nas classes médias, significa que a maioria do país está a sofrer ainda mais.

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Ou adotamos políticas habitacionais que impeçam os despejos, regulem o mercado.

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Ou mantemos o rumo e escolhemos medidas para atacar sintomas, cavalgar o populismo e atirar pessoas para situações indignas.

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Um é o caminho do Estado Social e das boas políticas públicas. O outro é o da desumanidade.

Daniel Borges, “Público” (sem link)

 

Qualquer semelhança com a ficção não é pura coincidência.

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Todo o contexto de incêndio tem mão humana, um fogo que começou a arder com Luís Montenegro mas que agora contamina qualquer posição política autárquica ou presidencial.

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A confusão é uma entropia eleitoral que poderá fazer crescer a abstenção no eleitorado do bloco central para níveis superiores.

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[A abstenção à esquerda do Chega] pode encarregar-se de deixar quase tudo como está na correlação de forças, ainda que se inverta a liderança do país.

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Mesmo no sopro das notícias, parece haver um outro PSD à espreita.

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Há um PSD que não lhe perdoa a [Montenegro] cerca sanitária que ergueu à extrema-direita e a fragilidade que assumiu para governar em imensa minoria.

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[Para Ventura], só eliminando Montenegro de jogo, comparando-o a José Sócrates, consegue reter demagogicamente o seu eleitorado e contribuir para o regresso de Passos Coelho que não hesitará em dar-lhe a mão da governação.

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O PSD que está à espreita sabe esperar, finge a união à volta do líder porque sabe que perder agora, não sendo ideal, não deixa de ser uma boa opção para uma maioria futura e próxima.

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O encontro de meia hora entre Carlos Moedas e André Ventura, após a reunião do Conselho de Estado, diz muito sobre o estado a que a luta política chegou.

Miguel Guedes, JN

 

Cada mudança histórica é um despertar neurológico coletivo.

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Mas nem todas as mudanças históricas são libertadoras.

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Algumas são regressivas e são essas que exigem mais da nossa memória.

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Diz-nos a psicologia social que que as gerações que nunca conheceram a falta de liberdade tendem a desvalorizá-la.

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Os miúdos que hoje crescem sem saber o que é um censor ou um telefonema escutado podem achar que a democracia é um dado adquirido.

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Esquecemos porque (…) ninguém quer andar a remoer o medo do passado.

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Mas esquecemos também porque, no fundo, nunca nos ensinaram a lembrar.

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Se Damásio está certo, e as emoções são a essência do que somos, então a liberdade tem de ser sentida para ser real.

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[A liberdade] precisa de ser alimentada, precisa de ser treinada, precisa de ser exercitada. Como a memória.

Alexandre Bogalho, “Diário de Coimbra” (sem link)


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