As centrais sindicais Comissiones Obreras e UGT aprovaram a realização de uma greve geral em protesto contra a reforma laboral e do sistema de pensões do governo de Zapatero.
A decisão foi anunciada, esta terça-feira, numa reunião das direcções das duas maiores centrais sindicais espanholas, CCOO (Confederación Sindical de Comisiones Obreras) e UGT (Unión General de Trabajadores).
Esta greve geral será a sexta desde o fim do franquismo e a primeira contra o governo socialista de José Luís Zapatero. A sua convocatória já foi dada como certa, resta apenas anunciar oficialmente a data, o que será feito na tarde desta terça-feira, pelos secretários-gerais da CCOO e da UGT, respectivamente Cándido Méndez e Ignacio Fernández Toxo.
No entanto, segundo o El País, Manuel Fernández López Lito, Secretário-Geral do sindicato do Metal, Construção e Afins da UGT, anunciou em Segóvia, que a greve será marcada para dia 29 de Setembro.
Algumas propostas avançadas no seio das duas centrais apontavam para a greve geral já em Junho mas tendo em conta as expectativas não satisfeitas com a greve da função pública no passado dia 8, esta hipótese caiu. Além disso para dia 29 de Setembro está marcada uma iniciativa sindical europeia contra os planos de cortes orçamentais que se estão aplicar em quase toda a UE. A data coincide ainda com a apresentação do Orçamento de Estado de 2011 e já será depois da apresentação da reforma das pensões que deverá ser apresentada este Verão e que eleva a idade de reforma dos 65 para os 67 anos.
Os trabalhadores estão contra a reforma laboral que irá a aprovação na próxima quarta-feira, ainda que o governo não tenha conseguido qualquer apoio prévio depois das reuniões que já realizou com todos os grupos parlamentares. Entre as várias medidas está em causa a contratação colectiva e a introdução de uma facilidade em despedir para as empresas que aleguem situação económica difícil, reduzindo a indemnização, dos actuais 45 dias por ano de trabalho, para 20 dias por ano.
Para os sindicatos, as medidas propostas pelo Governo são «mais sensíveis aos pedidos dos empresários» e representam uma «reviravolta substancial» nas políticas do Executivo, agravada com a já anunciada reforma do sistema de pensões.
“O Governo ouviu mais com o ouvido direito do que com o esquerdo”, tal como aconteceu “com o plano de austeridade [já que] começou a governar mais com a mão direita do que com a esquerda”, acusou o porta-voz da CCOO.
As comissões executivas da CCOO e UGT vão juntar-se amanhã, para agendar os protestos.
“Uma greve geral é algo demasiado sério para ser transformado numa acesso de raiva”. Até porque se trata de um “último recurso e querer uma preparação adequada. Não se convoca nem por decreto nem por correio electrónico”, ressalvou o responsável da CC OO, citado pelo El País.
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