Governo alemão anuncia cortes orçamentais de 80 mil milhões até 2014O governo alemão apresentou hoje, em Berlim, o maior pacote de austeridade desde o fim da II Guerra Mundial, para reduzir a despesa do Estado em 80 mil milhões de euros até 2014
No Orçamento do Estado para 2001, os cortes atingirão 11,1 mil milhões de euros, em 2012, a redução será de 17,1 mil milhões de Euros, em 2013 atingirá os 25,5 mil milhões de Euros, e em 2014 subirá para 32,4 mil milhões de Euros, anunciaram a chanceler Angela Merkel e o vice-chanceler, Guido Westerwelle, em conferência de imprensa em Berlim.
«Os recentes acontecimentos que envolveram a Grécia e outros países europeus mostraram claramente a importância de termos finanças públicas sólidas», afirmou a chanceler Angela Merkel aos jornalistas na capital alemã.
Os cortes orçamentais incidirão sobre o rendimento mínimo garantido e sobre os subsídios aos pais que ficam em casa a cuidar de crianças logo após a maternidade, por exemplo.
Haverá também uma taxa adicional para os trabalhadores sobre os descontos para as caixas de previdência públicas, revelou a chanceler.
A boa notícia, no entanto, acrescentou o chefe dos liberais do FPD, Guido Westerwelle, é que não haverá aumentos do IVA, nem do IRS, nem da taxa de solidariedade com o leste.
O único sector que será poupado ás reduções de verbas será o do ensino e da investigação, anunciaram também a chanceler e o vice-chanceler alemães.
As forças armadas serão alvo de uma profunda reestruturação, e vários projectos no sector dos transportes e das obras públicas, tal como a reconstrução do Palácio de Berlim, orçamentada em 500 milhões de euros, serão adiados, até a situação orçamental melhorar, disse também Merkel.
O acordo sobre as medidas de poupança era considerado pelos observadores políticos crucial para a estabilidade da coligação de centro direita, depois das divergências nas últimas semanas entre os partidos democratas cristãos, por um lado, e o partido liberal, por outro, quanto às opções para sanear as contas públicas.
Um novo mecanismo inscrito em 2009 na Constituição, o chamado travão à dívida, impõe que a Alemanha reduza gradualmente, até 2016, o endividamento público a 0,35 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), percentagem que corresponde a um endividamento anual de cerca de nove mil milhões de Euros.
Em termos de comparação, o endividamento assumido no Orçamento do Estado alemão para 2010 atingiu quase 80 mil milhões de Euros.
O SPD, maior partido da oposição, criticou o pacote de austeridade do governo, e os sindicatos anunciaram que organizarão protestos.
Lusa/SOL
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