quinta-feira, 31 de outubro de 2019
QUE CAMINHO FARÁ O GOVERNO COM ESTE PROGRAMA?
Dir-se-á que os
Programas de governo só enunciam linhas gerais e que saber como se faz o
caminho ficará para outros debates. Haverá por certo muito que concretizar, mas
isso leva-nos à outra questão: que caminho fará o governo com este programa?
Catarina Martins
criticou o Governo pelos vazios no seu programa no que diz respeito à
eliminação do fator sustentabilidade que penaliza as pensões, às centenas de
trabalhadores precários do Estado que ainda não viram os seus processos de
vinculação concluídos, na penalização das empresas com grandes desigualdades salariais,
no reforço do subsídio de desemprego ou na falta de investimento no Serviço
Nacional de Saúde.
o governo pelos vazios no seu programa no que diz respeito à eliminação do
fator sustentabilidade que penaliza as pensões, às centenas de trabalhadores
precários do Estado que ainda não viram os seus processos de vinculação
concluídos, na penalização das empresas com grandes desigualdades salariais, no
reforço do subsídio de desemprego ou na falta de investimento no Serviço
Nacional de Saúde.
FRASE DO DIA (1224)
Não tendo [o PS] uma maioria absoluta, isso
obriga-o a procurar entendimentos, não lhe dá o direito de impor a nenhum
partido, seja de esquerda ou de direita, qualquer dever prévio.
"EM NOME DA COESÃO TERRITORIAL É NECESSÁRIO ELIMINAR AS PORTAGENS NO ALGARVE E NO INTERIOR DO PAÍS"
Intervenção do deputado João Vasconcelos no debate do Programa do Governo.
quarta-feira, 30 de outubro de 2019
FRASE DO DIA (1223)
O
homem que se assemelha mais a um burgesso que a um Presidente do país mais
poderoso do mundo fala como um sherife do Texas antigo a fim de cobrar os
dividendos pela cabeça de Baghdadi
Domingos
Lopes, “Público”
COMISSÃO DE INQUÉRITO ÀS RENDAS DA ENERGIA
Jorge Costa desafiou
o governo a rever as taxas de IVA da eletricidade, “um bem essencial” e
criticou o executivo por não pretender cortar as rendas excessivas na energia. “Para
o PS a Comissão de Inquérito Parlamentar sobre as rendas de energia foi tempo
perdido”.
terça-feira, 29 de outubro de 2019
CHILE: ESBIRROS PINOCHETISTAS AGRIDEM CIDADÃOS PACÍFICOS E INDEFESOS
No Chile, os esbirros nazis de Pinochet continuam com a sua selvajaria agredindo cidadãos pacíficos e indefesos, com inusitada violência.
FRASE DO DIA (1222)
Um
recente estudo da Comissão Europeia estima que, em média, entre 2001 e 2016, o
equivalente a 26% do PIB português tenha sido colocado em offshores.
ESCUMALHA PRO-MORTE
Parece reinar alguma confusão sobre os nomes de todos os deputados
portugueses que ajudaram a chumbar a criação de mecanismos europeus para salvar
vidas no Mediterrâneo.
Segundo parece, a deputada do PSD Maria da Graça Carvalho não se encontra
entre os deputados pro-morte e, se assim for, é justo que tal seja referido.
De qualquer maneira, não restam quaisquer dúvidas de que estes são, de certeza, os eurodeputados portugueses
que chumbaram a criação mecanismos europeus para salvar vidas no mar
Mediterrâneo.
E sabem que mais? A proposta foi
chumbada por 2 votos (290-288). Só em 2018 morreram 2262 refugiados a tentar
chegar à Europa.
Como é que é possível ser-se tão
cruel?
É bom que os portugueses que votaram neste tipo de gente recordem as suas
trombas quando acontecerem novas eleições para o Parlamento Europeu. Caso
contrário, tornam-se coniventes de atitudes de pessoas sem qualquer espécie de
escrúpulos.
segunda-feira, 28 de outubro de 2019
FRASE DO DIA (1221)
[O
professor é sempre o] culpado porque incapaz, por si só, de resolver todos os
dramas sociais de turmas inteiras onde grassam a violência doméstica, a
toxicodependência, o desemprego, divórcios, perda de familiares e amigos
directos.
João
André Costa, “Público”
LULA AGRADECE SOLIDARIEDADE
Lula falou ao
Brasil de Fato com exclusividade na quarta-feira (23) e agradeceu a todos e
todas que têm prestado solidariedade a ele, em especial aos militantes que
estão na Vigília Lula Livre.
domingo, 27 de outubro de 2019
MAIS CITAÇÕES (53)
A proposta de salvar vidas foi chumbada
[no Parlamento Europeu] por dois votos, 290 contra 288. Um murro no estômago,
um nó na garganta.
(…)
Ainda não recomposta, a bancada da
extrema-direita celebrou e gritou entusiasticamente o resultado final.
(…)
Se dúvidas tivesse, este voto, este
momento em concreto, foi a consagração de que o ódio e o medo já são
maioritários.
[Os membros das elites] mesmo
que pratiquem gestão danosa de empresas ou bancos, ou cometam crimes políticos,
têm direito a prémios de milhões ou a grandes tachos como acontece com Barroso.
(…)
As mil famílias mais ricas
do país - a elite do capital - pagam aproximadamente 0,5% do global de receitas
do IRS, quando, se seguissem as práticas comuns em países desenvolvidos,
deveriam pagar 20 a 25%.
(…)
São um grupo altamente
qualificado na fuga fiscal e na arte de fintar as leis, quando não de as
fabricar em articulação com a elite dos grandes escritórios de advogados.
(…)
Foram as elites que
impuseram aos jovens a ideia de que devem aceitar ganhar menos que os seus pais
ou avós - como se o trabalho fosse hoje menos produtivo; que a emigração é o
caminho de futuro.
(…)
As elites portuguesas
dispõem de estudos e propostas concretas para se vencerem atrasos. Só que
grande parte delas alimenta-se do nosso subdesenvolvimento.
Os custos da crise da habitação vão-se
agigantando e a resposta é sempre a mesma, promessas ocasionais.
(…)
O espaço da cidade, que com o urbanismo
moderno criava uma dinâmica de integração, é deste modo [com os preços
elevados] destroçado para dar lugar a um apartheid.
(…)
Os fundos estruturais só pagam para
eficiência energética e pouco mais, a não ser que as regras mudem.
Francisco Louçã,
“Expresso” Economia (sem link)
Em 2018 (…) aquelas pessoas que possuem
mais de um milhão de dólares – acumularam nos EUA mais de 3,8 biliões (3800 000 000 000)
de dólares e a China metade desse valor.
(…)
Entre os 10% mais ricos da população
mundial já há mais chineses que norte-americanos.
(…)
No parlamento chinês há uma centena de
bilionários e mais de duzentos deputados acima dos 300 milhões de dólares. A
sua riqueza somada ultrapassa o PIB ds Bélgica ou da Suécia.
(…)
Os 26 mais ricos do mundo têm o
equivalente a todos os rendimentos da metade mais pobre do planeta.
Francisco Louçã,
“Expresso” Economia (sem link)
[Hoje] fica-se com a sensação de que uma
parte significativa dos governos assume funções porque a base de recrutamento é
cada vez mais reduzida.
Pedro Adão e Silva,
“Expresso” (sem link)
[Artur Carvalho] chegou a chefe de obstetrícia
no Hospital de S. Bernardo e era sócio de uma clínica a quem o Estado
contratava exames. A rapidez garantia faturação. Artur Carvalho era conhecido
no meio como o doutor 5 minutos.
Daniel Oliveira,
“Expresso” (sem link)
Perante a dramática condição hídrica que
afeta o país, era urgente devolver autonomia de gestão às Administrações de
Região Hidrográfica.
Luísa
Schmidt, “Expresso” (sem link)
POLÍCIA DO ESTADO ESPANHOL ESPANCANDO CIDADÃOS CATALÃES QUE APENAS PROTESTAM
Estas manifestações de ódio por parte das autoridades são gasolina atirada para o lume e os resultados só podem ser desastrosos. O tempo o dirá.
sábado, 26 de outubro de 2019
CITAÇÕES
Crato está de volta ao nosso burgo e
ensaia o seu novo fato de filantropo. É um homem que, como se vê, deixou a
política de lado.
Os curdos são supérfluos porque a
Turquia é membro da NATO e o preço a pagar pelas potências ocidentais para
terem nela um aliado fiável naquele ponto nevrálgico do mundo pode bem ser a
cumplicidade por ação e por passividade com o esmagamento dos curdos.
(…)
Os curdos são supérfluos porque a
governação do seu território no Norte da Síria fugiu ao cânone autoritário e
patriarcal imposto pelas elites da região nos seus países.
Cristas chocou com a tradição do CDS e
com a mentalidade machista do eleitorado conservador de direita ao assumir-se
como uma mulher afirmativa e até assertiva (ou mesmo agressiva) no discurso.
São José
Almeida, “Público” (sem link)
Imagina-se que a água
fosse privatizada e que grande parte da população tem problemas de acesso à
mesma porque ela foi monopolizada pelos grandes grupos económicos da
agroindústria, energia e sector mineiro. Essa é a realidade no Chile.
(…)
[O modelo económico
implementado no Chile] resultou numa grande concentração de renda e riqueza,
onde uma oligarquia do poder político e económico oprime progressivamente seu
povo e retira a responsabilidade do Estado em diversas áreas em prol do
benefício do mercado.
(…)
Os protestos [no Chile]
emergem como o estopim de uma série de demandas que têm sido constantemente
negligenciadas pelo governo – e que conduziram à precariedade generalizada nas
mais diversas áreas do serviço público.
(…)
Os levantes populares em
Chile, Equador, Líbano têm em comum a insurgência de uma massa que se levanta
contra as políticas neoliberais a nível internacional.
Marcela
Uchôa, “Público” (sem
link)
Num país [Chile] onde o
ensino superior é uma das principais causas de endividamento dos jovens entre
15 e 29 anos, eles [estudantes] sabem o quão caro lhes saem as políticas que
mantêm a autoria da ditadura de Pinochet.
(…)
Hoje [no Chile] não existe
qualquer serviço nacional de saúde digno desse nome.
(…)
[O sistema de pensões no
Chile] é baseado numa lógica completamente individualizada, exigindo a
comparticipação apenas ao trabalhador e nenhuma responsabilidade à entidade
patronal ou ao Estado, estando entregue à gestão de empresas privadas.
(…)
O valor da reforma oscila
entre 20% e 30% da média dos rendimentos.
(…)
O alvo das lutas [no
Chile] é a enorme desigualdade do país e a elite que prospera enquanto a imensa
massa do país desespera.
(…)
[No Chile] o neoliberalismo
pode ter caído em desgraça, mas a elite que o promoveu não o crítica.
(…)
Quando dois partidos
chegam ao [nosso] Parlamento dizendo que querem o plafonamento da segurança
social, o fim do serviço nacional de saúde, ou tomando como alvo a escola
pública, é o Chile que vemos ao espelho.
Pedro
Filipe Soares, “Público” (sem
link)
Sim, do trabalho de cada
um, seja em que profissão for, há dele sempre consequências (boas ou más) para
os outros.
João
Fraga de Oliveira, “Público” (sem
link)
O descontentamento desta
multidão que grita alto que “o Chile acordou” multiplicou-se com as declarações
oficiais.
(…)
[Os governantes chilenos]
tão-pouco previram que, nesta quarta-feira, se juntariam aos protestos vários
sindicatos de trabalhadores, da saúde e de diferentes organizações sociais.
(…)
E se estas cifras [em 23
Outubro, já se somam mais de 2400 pessoas detidas, mais de 530 pessoas feridas
e 18 mortos] já surpreendiam, uma denuncia viria a desferir um duro golpe: uma
estação de metro que estará a ser usada como centro de tortura.
(…)
À medida que as críticas
às acções do Governo são cada vez maiores, espera-se por uma resposta às reais
necessidades do combativo povo chileno.
Francisca
Muñoz Mateus, “Público” (sem
link)
A remobilização furibunda
do nacionalismo espanhol e a forma como aparelho judicial e Governo têm lidado
com o caso catalão fazem com que a Espanha volte a ser diferente - se é que alguma
vez deixou de o ser.
(…)
Parece que voltámos aos
anos 60 e 70, quando Franco enfrentava a condenação internacional contra a
prisão de sindicalistas e estudantes e as execuções de “terroristas”.
(…)
A autodeterminação só é
genuína em democracia; as ditaduras só à força e/ou quando quebram (como em
Portugal) é que a aceitam.
(…)
O Governo espanhol acha
que por todo o lado se aceita que um tribunal condene a 13 anos de prisão quem não matou, sequestrou
ou torturou, mas fez desobediência cívica.
(…)
Acima de tudo, em nenhum
outro país europeu (salvo a Turquia) foram presos por “rebelião” representantes
do povo democraticamente eleitos (e reeleitos já na prisão).
Manuel Loff, “Público” (sem link)
sexta-feira, 25 de outubro de 2019
REPAREM EM QUEM SÃO OS SAQUEADORES NO CHILE
Polícia de choque chilena saqueando loja em Santiago do Chile.
(Este vídeo terá sido retirado mas não deixa de ficar aqui a referência.)
FRASE DO DIA (1220)
A
quase completa ausência de estado social é outra das faces de um brutal modelo
social que mantém a larguíssima maioria do povo [chileno] na pobreza.
Pedro
Filipe Soares, “Público”
LIBERALISMO NUNCA MAIS!
Na Argentina
Cristina Fernandez de Kirchner (Cristina
Fernandez de Kirchner) abre o último comício da campanha eleitoral
com um discurso histórico que fala Nunca Mais ao Liberalismo na Argentina!
quinta-feira, 24 de outubro de 2019
FRASE DO DIA (1219)
Toda a
política anti-ambiental de Bolsonaro, na linha dos negacionistas climáticos
liderados por Trump, é salvo conduto para a selvajaria ambiental e social.
MAIS DE 34% DOS RESIDENTES DE GAZA VIVEM NA MAIS INFAME POBREZA
Gaza está sob bloqueio israelita há 12 anos
consecutivos. Um genocídio crescente que ocorre com o consentimento da
comunidade internacional.
Mais Aqui
quarta-feira, 23 de outubro de 2019
AUMENTOS NÃO TÊM FALTADO...
In Revista "Intervir" do SPZS
Com tantos aumentos que o Governo tem levado a cabo, talvez os professores estejam a ser demasiado exigentes...
FRASE DO DIA (1218)
Como em tantas outras circunstâncias em que
estiveram em causa outras independências, a minha posição resume-se a um valor
democrático bastante elementar: a defesa do direito à autodeterminação dos
povos.
UM IMENSO ESCÂNDALO
Desde há anos a esta parte, tem-se
despejado dinheiro público para tapar os desmandos da banca, uma pouca vergonha
de que pouco se fala como se se tratasse de uma situação natural. E não é, de
modo algum. Trata-se, sim, de um imenso escândalo até porque os sucessivos
governos não se fazem rogados a satisfazer esta insaciável gula, mas esquecem
sistematicamente as necessidades imensas dos portugueses em áreas tão
prioritárias como a da saúde e educação para só mencionarmos as maiores.
São “pequenas coisas” que o Governo “mais
facilmente esquece” como afirma Francisco Louçã na sua crónica de ontem no “Expresso”
Diário.
“Elas são a urgência pediátrica que
funciona como um semáforo, o hospital que espatifa dinheiro em contratações de
empresas de trabalho médico temporário e itinerante, o estaleiro de obras de
uma ala pediátrica que parece ter sido antecipado para uma visita eleitoral,
sobrando depois uma obra de Santa Engrácia, a escola que não pode abrir porque
não tem funcionários, o metropolitano que nos faz esperar longamente antes de
aparecer pelo túnel, a falta da professora de Inglês ou de Ciências durante
todo o ano, os pais que se juntam à porta da escola a perguntar quando é
retirado o amianto ou são substituídos os contentores por salas. Tudo isso são
as pequenas coisas, todas elas sintoma de problemas comuns e persistentes. Só
que o Governo não vai ligar a nada disto.”
Mas são estas “pequenas coisas”
que fazem a diferença na vida das pessoas enquanto cidadãos de uma comunidade.
terça-feira, 22 de outubro de 2019
PEQUENOS NÚMEROS DA COMISSÃO EUROPEIA...
A Comissão Europeia faz sempre este
seu pequeno número. Diz sempre que Portugal não pode investir, ou não pode
recuperar salários e pensões porque será desastroso para a economia.
Mas o que é que aprendemos nos
últimos quatro anos? É que a Comissão Europeia não tem razão. (Catarina Martins)eresse, e depois da barafunda que isso deu
nos jornais, e das denuncias da Comissão de Trabalhadores da RTP e até de um
outro administrador (há 15 anos na casa) que se demitiu da RTP por não estar de
acordo com a conduta desse tal Nuno Artur Silva, é fazer de nós parvos. E isso
nós não podemos aceitar de ninguém.
PARA QUE NUNCA MAIS (16)
Memória – Em 22 de Outubro de 1945 é fundada a
PIDE. Portugal era amordaçado por essa porcaria de homem chamado Salazar, e
neste dia, essa porcaria de homem resolveu mudar o nome à polícia política do
seu regime javardo/fascista que até então se chamava PVDE (Polícia de
Vigilância e Defesa do Estado) e a que o povo chamava PEVIDE.
A partir de 22 de Outubro de
1945 mudou o nome para PIDE (Polícia Internacional de Defesa do Estado) e os
agentes ficaram os mesmos criminosos de má memória. (Via Saloia TV)
FRASE DO DIA (1217)
A negação do direito dos
povos à autodeterminação e os julgamentos políticos não podem ser aceites com
naturalidade, aconteçam onde acontecerem.
VOLTEMOS AS COSTAS AO COSTA
Nomear para Secretário de Estado do
Audio Visual um sujeito que saiu de administrador da RTP acusado de conflitos
de interesses e depois da barafunda que isso deu nos jornais, e das denúncias
da Comissão de Trabalhadores da RTP e até de um outro administrador (há 15 anos
na casa) que se demitiu da RTP por não estar de acordo com a conduta desse tal
Nuno Artur Silva, é fazer de nós parvos. E isso nós não podemos aceitar de
ninguém.
segunda-feira, 21 de outubro de 2019
SAFADOS!
Soldados israelitas tentam remover o colete de identificação para não expor as suas violações contra a imprensa. Repare-se no grau de violência.
FRASE DO DIA (1216)
A intenção do “Brexit” era
uma e uma só, igual à de tantos outros povos: a melhoria das condições de vida,
emprego, estabilidade, educação, saúde, um futuro, uma casa, o mínimo quando o
mínimo já não existe há muito.
João André
Costa, “Público”
BREVE HISTÓRIA DA CATALUNHA
O porquê da atual situação na Catalunha. Vale a pena visionar e, a partir daqui, tentar formar uma opinião. Nada acontece por acaso.
JUDICIALIZAR A POLÍTICA É COLOCAR EM CAUSA O REGIME DEMOCRÁTICO
André Freire (politólogo), Isabel Pires (deputada
do BE), Fernando Rosas e Manuel Loff (historiadores) são os autores de um
manifesto (Contra a judicialização da
política) que veio à estampa no “Público” de hoje, onde denunciam “as
consequências da securização e da judicialização do caso catalão”, tal como já
tem sido feito por muitos no âmbito internacional e, em particular, à escala
ibérica. São cerca de duzentas as personalidades de vários setores da vida pública
portuguesa e de diversos carizes partidários que subscrevem o referido
manifesto, que reproduzimos a seguir. A fim de tornar o texto mais leve,
retirámos os diversos links nele inseridos.
Dois anos depois da repressão policial
que se abateu sobre milhões de cidadãos que pretendiam pacificamente votar num
referendo sobre a independência da Catalunha, e cujas imagens correram mundo, o
Supremo Tribunal espanhol acaba de
condenar a penas de prisão entre nove e treze anos nove líderes políticos e
associativos catalães, e a um ano e oito meses três
outros, todos eles presos preventivamente e sem fiança já desde o outono de
2017. Pretendendo julgar os acontecimentos de que todos fomos testemunhas há
dois anos, esta é uma sentença a todos os títulos alheia à natureza intrínseca
da democracia e obriga-nos a todos a manifestar a nossa preocupação com uma
deriva que vemos agravada.
Tendo o Estado espanhol optado por
acusar os independentistas do crime de “rebelião” por forma a que a prisão
preventiva sem fiança fosse automática, as sucessivas humilhações que os juízes
espanhóis sofreram na Bélgica, Alemanha e Grã-Bretanha — países que recusaram a
extradição de outros independentistas que neles se refugiaram — aconselharam o
Tribunal a deixar cair a acusação central de
“rebelião” por, apesar de toda a manipulação, não
conseguir deixar comprovado a prática da violência, condenando-os por um
eufemismo, o crime de “sedição”. Para vergonha do Estado de Direito espanhol,
esta sentença, contra a qual será interposto recurso no Tribunal Europeu dos
Direitos Humanos, vem agravar mais ainda uma trajetória de violação aos
direitos, liberdades e garantias que não cessa de ser denunciada à escala
internacional e cria um gravíssimo precedente relativamente ao direito de
manifestação pacífica e aos direitos políticos em geral.
Bem pode o Governo espanhol classificar
como “exemplo de autonomia e transparência, de garantia e profissionalismo” o
julgamento levado a cabo no Supremo Tribunal, depois de a Federação
Internacional dos Direitos Humanos, que enviou 60 observadores ao julgamento,
ter entendido que nele se praticaram reiteradamente, entre outros, “atentados
fundamentais contra o direito da defesa”. Somos muitos, tanto à escala internacional
como dentro das fronteiras espanholas e lusas, a vir denunciar as consequências
da securitização e da judicialização do caso catalão; nas palavras da
presidente da Câmara de Barcelona, esta sentença contém “a pior versão da
judicialização da política: a crueldade”.
Entre aqueles que o Estado espanhol quer
manter presos por tanto tempo encontra-se uma antiga presidente do Parlamento,
vários antigos membros do governo e os presidentes das duas associações cívicas
mais populares da Catalunha. Todos se declaram “presos políticos” e o processo
a que foram submetidos foi descrito por diversas organizações e personalidades
à escala internacional (a Prémio Nobel da Paz Jody Williams, parlamentares de
vários países, a Comissão de Direitos Humanos da ONU) como tendo uma natureza
política. É revelador o facto de, a pedido do Governo espanhol, os tribunais
proibirem às autoridades eleitas e aos órgãos de comunicação social catalães
usarem expressões como “presos políticos” e “exilados” enquanto durar qualquer campanha
eleitoral. Não surpreende que a justiça espanhola seja considerada como uma das
mais politizadas da Europa e se a entenda como claramente parcial.
As sentenças agora conhecidas não devem
deixar ninguém indiferente. Falamos de presos políticos, cidadãos, ativistas e
líderes políticos que terão que cumprir penas de prisão pelo exercício de
direitos políticos fundamentais. Vários outros processos continuam abertos
contra muitos titulares de cargos públicos na Catalunha, um
dos mais simbólicos dos quais contra o antigo diretor da polícia catalã, Josep
Lluís Trapero, acusado, também ele, de “rebelião” e
de “associação criminosa”, com o Ministério Público a pedir para ele uma pena
de onze anos de prisão. O ataque contra os refugiados políticos vai ser
retomado; o juiz Pablo Llarena acaba de emitir uma nova ordem de captura contra
o ex-presidente da Generalitat da Catalunha, Carles Puigdemont, exilado com vários outros na Bélgica. Por fim, o
Governo espanhol voltou a encher a Catalunha de milhares de polícias, sendo
expectável uma resposta de força à semelhança do que se viu a 1 de
outubro de 2017.
Os subscritores deste manifesto reiteram que o problema catalão
é de natureza eminentemente política e que, por isso, carece de soluções
políticas e não judiciais, pelo que pugnam pela amnistia imediata dos líderes
políticos e associativos catalães presos e que sejam levantadas as acusações
contra todos os cidadãos catalães que participaram na organização do referendo
de outubro de 2017. E instam os responsáveis políticos espanhóis e catalães a
que encontrem uma solução política, de modo a que os cidadãos da Catalunha
possam, em condições de igualdade de oportunidades e de lisura processual,
votar livremente sobre o seu destino político. Instam também as autoridades
portuguesas e europeias a que se posicionem face aos problemas de compressão da
democracia e dos direitos políticos fundamentais a que estamos a assistir em
Espanha e na Catalunha.
domingo, 20 de outubro de 2019
MAIS CITAÇÕES (52)
As tentativas sucessivas de genocídio e de
eliminação cultural do povo curdo por parte da Turquia não é, infelizmente, uma
novidade, mas não é por repetir-se que se deve naturalizar e abandonar as
nossas preocupações.
(…)
Os curdos lutam pela
autodeterminação há centenas e centenas de anos, no tempo dos assírios chegaram
mesmo a ter um território mais vasto do que o atualmente conhecido, mas não
reconhecido, pela comunidade internacional.
(…)
A inação da comunidade
internacional na defesa do povo curdo é um sinal dos tempos. Os direitos
humanos são mesmo relativos, e neste caso permanentemente desconsiderados.
Sem dúvida, [a “geringonça”
acabou] mas esse não será o grande problema pois ela era dificilmente repetível
e há desafios colocados aos partidos à sua Esquerda que exigem a estes uma
maior liberdade de movimentos e acutilância.
(…)
Para a Administração
Pública os sinais parecem ser de que vai haver mexidas nas carreiras
profissionais, mas não está garantido que seja para reforçar capacidade e
valorização do Estado.
(…)
Na área do trabalho há que
esperar para ver, todavia não cheira a valorização do trabalho.
(…)
O problema é que [o PM]
tende a reduzir a política de rendimentos a uma vaga intenção de negociação
entre as partes, no Conselho Permanente de Concertação Social.
O modo de sarcasmo em vez
do modo de pânico é por hoje a resposta mais forte do espaço de opinião pública
[à ação de Ventura].
(…)
O sucesso [de personagens
como Ventura] depende, portanto, da amplitude dessa cultura do medo.
(…)
Ventura sempre foi o que
tinha de ser: passista quando necessário, candidato e devoto do PSD dos quatro
costados, manobrador das disputas da sucessão e até santanista.
(…)
[Ventura] é só sobre
medos. Enfrentem-se os medos e não sobra Ventura.
(…)
Só uma política social
determinada e obsessiva em alcançar resultados pode evitar a degradação da vida
democrática.
(…)
[Ventura] precisa gritar,
pois não quer ser ouvido, só quer amedrontar.
Francisco
Louçã, “Expresso” Economia (sem
link)
Mas podemos dizer hoje que
a lei liberta? Seria arriscado, ou há que reconhecer que tem dias.
(…)
Lembro unicamente como a
indiscretamente chamada judicialização da política recorreu ao arsenal da
manobra: o Brasil e Espanha.
(…)
A lei liberta, ou igualiza
ou garante? Talvez se deva responder que, quando a lei é um jogo de poderes
políticos, certamente que não.
Francisco
Louçã, “Expresso” Economia (sem
link)
Afinal de contas foram os
EUA – ou melhor, as empresas dos EUA – que escreveram as regras da
globalização.
(…)
As multinacionais podem
facilmente transferir as suas sedes e produções para qualquer jurisdição onde
se cobram impostos mais baixos.
(…)
Segundo o FMI, os governos
perdem pelo menos 500 mil milhões de dólares por ano como resultado da
deslocação fiscal corporativa.
(…)
Dada a escala do problema,
é evidente que precisamos de um imposto mínimo global para acabar com o atual
nivelamento por baixo (o que não beneficia ninguém a não ser as corporações).
(…)
Não há provas de que uma
tributação mais baixa leve a mais investimentos.
Joseph
E. Stiglitz. “Expresso” Economia (sem link)
António Costa apresentou
um governo que parece pensado para o curto prazo.
Pedro
Adão e Silva, “Expresso” (sem link)
Se precisássemos de provas
de que o comportamento da justiça espanhola teve motivações políticas, chegaria
a acusação de crime de “rebelião” contra os lideres políticos catalães.
(…)
O melhor símbolo da
natureza política deste julgamento é os acusados terem sido impedidos de se
defenderem em catalão.
(…)
É nas mãos de Madrid que
está a solução pacífica e democrática para este conflito.
(…)
Quem resolve crises
constitucionais são os políticos, não são os tribunais.
Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)
sábado, 19 de outubro de 2019
POLÍCIA DE CHOQUE EM BARCELONA... UM BANDO DE RUFIAS
O comportamento da polícia de choque em Barcelona, comparável ao de um bando de rufias.
CITAÇÕES
Todos os anos, recebemos delegações de
vários países para conhecer essa política pública, recomendada como um caminho
a seguir.
(…)
[Em Portugal] os consumos
estabilizaram e nalguns grupos regrediram claramente, nomeadamente entre os 15
e os 24 anos, sendo menores em Portugal do que nos países com políticas
repressivas.
(…)
Portugal passou a ter o
menor número de mortes relacionadas com as drogas de toda a Europa ocidental –
e uma proporção 50 vezes menor do que os EUA.
(…)
Reduziu-se
significativamente (para menos de metade) a população prisional relacionada com
as drogas, aumentou-se a segurança e a eficácia policial do combate ao tráfico.
[Estou-me
marimbando] para o gigantesco espectáculo de hipocrisia que é a União Europeia,
capaz de se mobilizar pelas mais minoritárias causas da moda, mas indiferente ao que se passa na Catalunha.
(…)
[Os muito
liberais do lado de cá e do lado de lá da fronteira] não vêem ou admitem é que
possa haver uma vontade, uma determinação, uma razão pela independência da
maioria dos catalães.
(…)
Na verdade, os
nossos anti-catalães, parte do PS e quase toda a direita, acabam por ser muito
amigos de uma das mais sinistras tradições do país ao nosso lado, o espanholismo de Castela.
(…)
[O Vox é] o
partido que o CDS gostaria de ser quando for grande.
(…)
E em Espanha
nesse partido que nem é socialista, nem operário, mas que agora é muito
espanhol e que aceitou ser chantageado pelos herdeiros de Francisco Franco e
que não teve a coragem de evitar o
julgamento político dos independentistas.
Pacheco
Pereira, “Público” (sem link)
E é no tempo
presente que se constrói o tempo futuro. Os jovens da década de sessenta e
setenta construíram o tempo da liberdade e da democracia.
(…)
Somos também o
que fomos. Seremos igualmente o que somos.
(…)
Sem a sociabilidade
não há humanos. A cultura, o recreio e o desporto são também a nossa humanidade
mais humana.
Domingos Lopes, “Público” (sem link)
As mulheres
negras, um grupo identitário sub-representado em várias esferas da sociedade,
estão na vanguarda de uma revolução social, política e cultural no mundo
ocidental, e já não se fará mais política sem elas.
Cláudia Silva, “Público” (sem link)
Estou
profundamente perplexo com a apatia dos portugueses para com o rumo de Portugal
e da Europa. Não votar é querer ser cego, surdo e mudo.
(…)
Quem se abstém
contribui activamente para a deterioração da democracia porque, apesar de não
ajudar a que esta seja aprimorada, continua a beber dos seus subsídios, da sua
educação gratuita, dos seus transportes ou das suas estradas.
(…)
Não nos
esqueçamos de que muito do que vemos, desde a porta de casa até à
fronteira da nossa região, é providenciado pelo Estado.
(…)
Quero explicar
a quem não vota que a vossa incúria me afecta enquanto eleitor, que terei
de aturar um governo que poderia ter perdido as eleições.
Vicente Lourenço, “Público” (sem link)
Como se
esperava, as reacções destemperadas e violentas do governo central tiveram como
efeito principal o aumento da simpatia pela causa independentista [catalã].
(…)
A verdade é
que, em todo este processo [que se vive na Catalunha], ou pelo menos nas suas
fases mais delicadas, a actuação mais sensata e democrática tem partido do povo
catalão, que apenas pretende pronunciar-se livremente sobre o seu futuro,
declinando as vias mais radicais e propícias à violência.
(…)
Perante este
cenário crítico que tem como efeito a judicialização do confronto político e a
criminalização da acção política, como responde a União Europeia?
(…)
Da forma a que
nos tem habituado: com um silêncio confrangedor que é prova mais do que
evidente da sua menoridade política.
Micael Alves, “Público” (sem link)
O
neoliberalismo, como todo o mundo sabe hoje, é a versão mais anti-social do
capitalismo global, porque estritamente vinculada aos interesses do capital
financeiro.
(…)
[O
neoliberalismo] não reconhece outra liberdade que não a liberdade económica e,
por isso, é-lhe fácil sacrificar todas as outras.
(…)
O Fundo
Monetário Internacional é o agente encarregado de legalizar esta transferência
que o povo vê como roubo e que se traduz nas violentas políticas de austeridade
impostas pelo capitalismo financeiro.
(…)
O que se passa
no Equador representa o paroxismo, o momento de intensidade máxima da vontade
destrutiva do neoliberalismo.
(…)
O destino das
receitas do FMI é conhecido. Nunca dão outro resultado para além de bons
negócios para os seus investidores.
(…)
Que o FMI seja
indiferente às consequências sociais desastrosas das suas receitas não
surpreende, pois não se pode exigir que o capitalismo faça outra filantropia
senão a que redunda em seu interesse.
Boaventura Sousa Santos, Director Emérito do CES, “Público”
(sem link)
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