Crato está de volta ao nosso burgo e
ensaia o seu novo fato de filantropo. É um homem que, como se vê, deixou a
política de lado.
Os curdos são supérfluos porque a
Turquia é membro da NATO e o preço a pagar pelas potências ocidentais para
terem nela um aliado fiável naquele ponto nevrálgico do mundo pode bem ser a
cumplicidade por ação e por passividade com o esmagamento dos curdos.
(…)
Os curdos são supérfluos porque a
governação do seu território no Norte da Síria fugiu ao cânone autoritário e
patriarcal imposto pelas elites da região nos seus países.
Cristas chocou com a tradição do CDS e
com a mentalidade machista do eleitorado conservador de direita ao assumir-se
como uma mulher afirmativa e até assertiva (ou mesmo agressiva) no discurso.
São José
Almeida, “Público” (sem link)
Imagina-se que a água
fosse privatizada e que grande parte da população tem problemas de acesso à
mesma porque ela foi monopolizada pelos grandes grupos económicos da
agroindústria, energia e sector mineiro. Essa é a realidade no Chile.
(…)
[O modelo económico
implementado no Chile] resultou numa grande concentração de renda e riqueza,
onde uma oligarquia do poder político e económico oprime progressivamente seu
povo e retira a responsabilidade do Estado em diversas áreas em prol do
benefício do mercado.
(…)
Os protestos [no Chile]
emergem como o estopim de uma série de demandas que têm sido constantemente
negligenciadas pelo governo – e que conduziram à precariedade generalizada nas
mais diversas áreas do serviço público.
(…)
Os levantes populares em
Chile, Equador, Líbano têm em comum a insurgência de uma massa que se levanta
contra as políticas neoliberais a nível internacional.
Marcela
Uchôa, “Público” (sem
link)
Num país [Chile] onde o
ensino superior é uma das principais causas de endividamento dos jovens entre
15 e 29 anos, eles [estudantes] sabem o quão caro lhes saem as políticas que
mantêm a autoria da ditadura de Pinochet.
(…)
Hoje [no Chile] não existe
qualquer serviço nacional de saúde digno desse nome.
(…)
[O sistema de pensões no
Chile] é baseado numa lógica completamente individualizada, exigindo a
comparticipação apenas ao trabalhador e nenhuma responsabilidade à entidade
patronal ou ao Estado, estando entregue à gestão de empresas privadas.
(…)
O valor da reforma oscila
entre 20% e 30% da média dos rendimentos.
(…)
O alvo das lutas [no
Chile] é a enorme desigualdade do país e a elite que prospera enquanto a imensa
massa do país desespera.
(…)
[No Chile] o neoliberalismo
pode ter caído em desgraça, mas a elite que o promoveu não o crítica.
(…)
Quando dois partidos
chegam ao [nosso] Parlamento dizendo que querem o plafonamento da segurança
social, o fim do serviço nacional de saúde, ou tomando como alvo a escola
pública, é o Chile que vemos ao espelho.
Pedro
Filipe Soares, “Público” (sem
link)
Sim, do trabalho de cada
um, seja em que profissão for, há dele sempre consequências (boas ou más) para
os outros.
João
Fraga de Oliveira, “Público” (sem
link)
O descontentamento desta
multidão que grita alto que “o Chile acordou” multiplicou-se com as declarações
oficiais.
(…)
[Os governantes chilenos]
tão-pouco previram que, nesta quarta-feira, se juntariam aos protestos vários
sindicatos de trabalhadores, da saúde e de diferentes organizações sociais.
(…)
E se estas cifras [em 23
Outubro, já se somam mais de 2400 pessoas detidas, mais de 530 pessoas feridas
e 18 mortos] já surpreendiam, uma denuncia viria a desferir um duro golpe: uma
estação de metro que estará a ser usada como centro de tortura.
(…)
À medida que as críticas
às acções do Governo são cada vez maiores, espera-se por uma resposta às reais
necessidades do combativo povo chileno.
Francisca
Muñoz Mateus, “Público” (sem
link)
A remobilização furibunda
do nacionalismo espanhol e a forma como aparelho judicial e Governo têm lidado
com o caso catalão fazem com que a Espanha volte a ser diferente - se é que alguma
vez deixou de o ser.
(…)
Parece que voltámos aos
anos 60 e 70, quando Franco enfrentava a condenação internacional contra a
prisão de sindicalistas e estudantes e as execuções de “terroristas”.
(…)
A autodeterminação só é
genuína em democracia; as ditaduras só à força e/ou quando quebram (como em
Portugal) é que a aceitam.
(…)
O Governo espanhol acha
que por todo o lado se aceita que um tribunal condene a 13 anos de prisão quem não matou, sequestrou
ou torturou, mas fez desobediência cívica.
(…)
Acima de tudo, em nenhum
outro país europeu (salvo a Turquia) foram presos por “rebelião” representantes
do povo democraticamente eleitos (e reeleitos já na prisão).
Manuel Loff, “Público” (sem link)
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