Desde há anos a esta parte, tem-se
despejado dinheiro público para tapar os desmandos da banca, uma pouca vergonha
de que pouco se fala como se se tratasse de uma situação natural. E não é, de
modo algum. Trata-se, sim, de um imenso escândalo até porque os sucessivos
governos não se fazem rogados a satisfazer esta insaciável gula, mas esquecem
sistematicamente as necessidades imensas dos portugueses em áreas tão
prioritárias como a da saúde e educação para só mencionarmos as maiores.
São “pequenas coisas” que o Governo “mais
facilmente esquece” como afirma Francisco Louçã na sua crónica de ontem no “Expresso”
Diário.
“Elas são a urgência pediátrica que
funciona como um semáforo, o hospital que espatifa dinheiro em contratações de
empresas de trabalho médico temporário e itinerante, o estaleiro de obras de
uma ala pediátrica que parece ter sido antecipado para uma visita eleitoral,
sobrando depois uma obra de Santa Engrácia, a escola que não pode abrir porque
não tem funcionários, o metropolitano que nos faz esperar longamente antes de
aparecer pelo túnel, a falta da professora de Inglês ou de Ciências durante
todo o ano, os pais que se juntam à porta da escola a perguntar quando é
retirado o amianto ou são substituídos os contentores por salas. Tudo isso são
as pequenas coisas, todas elas sintoma de problemas comuns e persistentes. Só
que o Governo não vai ligar a nada disto.”
Mas são estas “pequenas coisas”
que fazem a diferença na vida das pessoas enquanto cidadãos de uma comunidade.
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