Todos os anos, recebemos delegações de
vários países para conhecer essa política pública, recomendada como um caminho
a seguir.
(…)
[Em Portugal] os consumos
estabilizaram e nalguns grupos regrediram claramente, nomeadamente entre os 15
e os 24 anos, sendo menores em Portugal do que nos países com políticas
repressivas.
(…)
Portugal passou a ter o
menor número de mortes relacionadas com as drogas de toda a Europa ocidental –
e uma proporção 50 vezes menor do que os EUA.
(…)
Reduziu-se
significativamente (para menos de metade) a população prisional relacionada com
as drogas, aumentou-se a segurança e a eficácia policial do combate ao tráfico.
[Estou-me
marimbando] para o gigantesco espectáculo de hipocrisia que é a União Europeia,
capaz de se mobilizar pelas mais minoritárias causas da moda, mas indiferente ao que se passa na Catalunha.
(…)
[Os muito
liberais do lado de cá e do lado de lá da fronteira] não vêem ou admitem é que
possa haver uma vontade, uma determinação, uma razão pela independência da
maioria dos catalães.
(…)
Na verdade, os
nossos anti-catalães, parte do PS e quase toda a direita, acabam por ser muito
amigos de uma das mais sinistras tradições do país ao nosso lado, o espanholismo de Castela.
(…)
[O Vox é] o
partido que o CDS gostaria de ser quando for grande.
(…)
E em Espanha
nesse partido que nem é socialista, nem operário, mas que agora é muito
espanhol e que aceitou ser chantageado pelos herdeiros de Francisco Franco e
que não teve a coragem de evitar o
julgamento político dos independentistas.
Pacheco
Pereira, “Público” (sem link)
E é no tempo
presente que se constrói o tempo futuro. Os jovens da década de sessenta e
setenta construíram o tempo da liberdade e da democracia.
(…)
Somos também o
que fomos. Seremos igualmente o que somos.
(…)
Sem a sociabilidade
não há humanos. A cultura, o recreio e o desporto são também a nossa humanidade
mais humana.
Domingos Lopes, “Público” (sem link)
As mulheres
negras, um grupo identitário sub-representado em várias esferas da sociedade,
estão na vanguarda de uma revolução social, política e cultural no mundo
ocidental, e já não se fará mais política sem elas.
Cláudia Silva, “Público” (sem link)
Estou
profundamente perplexo com a apatia dos portugueses para com o rumo de Portugal
e da Europa. Não votar é querer ser cego, surdo e mudo.
(…)
Quem se abstém
contribui activamente para a deterioração da democracia porque, apesar de não
ajudar a que esta seja aprimorada, continua a beber dos seus subsídios, da sua
educação gratuita, dos seus transportes ou das suas estradas.
(…)
Não nos
esqueçamos de que muito do que vemos, desde a porta de casa até à
fronteira da nossa região, é providenciado pelo Estado.
(…)
Quero explicar
a quem não vota que a vossa incúria me afecta enquanto eleitor, que terei
de aturar um governo que poderia ter perdido as eleições.
Vicente Lourenço, “Público” (sem link)
Como se
esperava, as reacções destemperadas e violentas do governo central tiveram como
efeito principal o aumento da simpatia pela causa independentista [catalã].
(…)
A verdade é
que, em todo este processo [que se vive na Catalunha], ou pelo menos nas suas
fases mais delicadas, a actuação mais sensata e democrática tem partido do povo
catalão, que apenas pretende pronunciar-se livremente sobre o seu futuro,
declinando as vias mais radicais e propícias à violência.
(…)
Perante este
cenário crítico que tem como efeito a judicialização do confronto político e a
criminalização da acção política, como responde a União Europeia?
(…)
Da forma a que
nos tem habituado: com um silêncio confrangedor que é prova mais do que
evidente da sua menoridade política.
Micael Alves, “Público” (sem link)
O
neoliberalismo, como todo o mundo sabe hoje, é a versão mais anti-social do
capitalismo global, porque estritamente vinculada aos interesses do capital
financeiro.
(…)
[O
neoliberalismo] não reconhece outra liberdade que não a liberdade económica e,
por isso, é-lhe fácil sacrificar todas as outras.
(…)
O Fundo
Monetário Internacional é o agente encarregado de legalizar esta transferência
que o povo vê como roubo e que se traduz nas violentas políticas de austeridade
impostas pelo capitalismo financeiro.
(…)
O que se passa
no Equador representa o paroxismo, o momento de intensidade máxima da vontade
destrutiva do neoliberalismo.
(…)
O destino das
receitas do FMI é conhecido. Nunca dão outro resultado para além de bons
negócios para os seus investidores.
(…)
Que o FMI seja
indiferente às consequências sociais desastrosas das suas receitas não
surpreende, pois não se pode exigir que o capitalismo faça outra filantropia
senão a que redunda em seu interesse.
Boaventura Sousa Santos, Director Emérito do CES, “Público”
(sem link)
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