domingo, 19 de julho de 2020

MAIS CITAÇÕES (91)


Quando em campanha eleitoral, Obama lembrou que um quarto da população prisional do mundo, 2,2 milhões de pessoas, está nos cárceres norte-americanos.
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A taxa de encarceração no país é de 730 por 100 mil habitantes (na Rússia é de 610, com 874 mil presos, na China é de 118, com 1,5 milhões de presos, em Portugal é maior)
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O sistema tem que ser corrigido, dizia o candidato. Não se passou nada.
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Existe uma longa tradição de soluções carcerárias nos Estados Unidos, que se alimenta de uma diferenciação: os negros são 40% da população prisional.
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Segundo um livro publicado há meses por Fabrice Dhume, da Universidade de Paris Diderot, existe um enviesamento étnico que leva a que, nas mesmas condições, um negro em Paris tenha cinco vezes mais probabilidades de ser interpelado pelas autoridades na rua do que um branco, e um magrebino nove vezes mais.
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Em Portugal, onde os números da criminalidade grave se reduziram em 42% entre 2008 e 2018 (em 2019 subiram 3%), temos 125 presos por 100 mil habitantes, embora a média na Europa seja de 106.
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E temos uma duração média de encarceramento de 32 meses, na Europa é de oito meses.
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Se algo nos ensina a crise de segurança nos EUA ou em França, é que se se abandonam as políticas sociais não se consegue correr atrás do prejuízo. A segurança começa antes da porta da prisão.
Francisco Louçã, “Expresso” Economia (sem link)

A recente acusação do GES é um trabalho notável do Ministério Público. São quatro mil páginas com pouquíssimas suposições e muitíssimas provas documentais.
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A investigação dos Panama Papers foi essencial no deslindar da estrutura gigantesca de offshores, que, no fundo, era o GES.
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A queda do GES não mudou o regime, mudou a estrutura de poder, o que já foi muito, mas não tudo. É uma pena.
Pedro Santos Guerreiro, “Expresso” (sem link)

Em Portugal, a principal debilidade das políticas públicas está menos na identificação dos problemas e muito mais na forma como operacionalizamos as respostas e cuidamos dos seus atributos formais.
Pedro Adão e Silva, “Expresso” (sem link)

Não sou impressionável pela lisonja nem pressionável pela ameaça. Vantagens de ser um radical mal-encarado e com longo currículo de inimizades.
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Tenho a minha opinião, vivo bem com a dos outros e gosto pouco de passar a cúmplice dos que sempre denunciei.
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Se resisto a superbanqueiros e supergestores, também resisto a superjuízes.
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Serve-nos um país onde a banca não manda em políticos, os monopólios não são privados e os processos não morrem em manchetes oferecidas por magistrados.
Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)

[Na Polónia] o peso da Igreja Católica é tão forte no país que se realizam manifestações contra o aborto nas ruas, com padres e freiras à frente da marcha.
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Confesso que é assustador viver num país onde a democracia está a ser constantemente abalada, em que o ultra nacionalismo cresce, em que ser-se “pessoa” já não é suficiente.
Ana Isabel Tomatas, “Público” (sem link)

Sim, porque antigamente é que era bom. Antes da lei proibir que empresas financiassem partidos nada isto era incorreto, quanto mais ilegal.
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Os bons velhos tempos em que o BES e o GES podiam financiar os partidos do regime sem esta publicidade negativa, sem este mal estar.
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Veja-se agora a cruz que carrega Miguel Frasquilho, que tem uma declaração das finanças a dizer que está tudo em ordem, mas o nome nos escaparates com as provas de ter recebido do tal “saco azul”.
Pedro Filipe Soares, “Público” (sem link)

O produto interno bruto português foi em 2019 pouco mais de 212 mil milhões de euros. Logo, o valor da fraude do caso GES/BES representa 5,6% do PIB.
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A atividade criminal na União Europeia representava em 2010 1% do PIB. A fraude do BES é um buraco cinco vezes superior na economia nacional. É colossal.
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O que falta, um pouco por todo o lado, é melhorar os procedimentos para recuperar os ativos perdidos em fraudes e atividades ilícitas.
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Se os reguladores, o sistema judicial e os responsáveis políticos fizessem o seu trabalho, estes buracos negros aspiradores de valor, que sai diretamente do nosso bolso para o dos donos disto tudo, não apareciam por aí como cogumelos.
Susana Peralta, “Público” (sem link)

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