No final de uma cimeira europeia com três
dias de gritaria e um dia de Twiter, o resultado foi vendido como
transcendente.
(…)
A conta foi feita por Lagarde: é menos
de metade do que era necessário. E por Merkel e Macron: os 400 mil milhões de
subsídios eram a linha vermelha, aceitaram a humilhação de a baixar.
(…)
Até ver, é um empréstimo garantido pelo
Estados, ou seja, vão pagar nos orçamentos por três décadas
(…)
No Orçamento plurianual, Portugal sofre
uma redução precisamente onde o primeiro-ministro prometera não se perder um
cêntimo. São cortes de 7,5% na coesão (o Governo soma-lhe os novos fundos
extraordinários para evitar esta conta) e de 9% na agricultura.
(…)
A Grécia, menos afetada pela pandemia
que Portugal (…), receberá €19 mil milhões de subsídios (…) e 12,5 de
empréstimos — a distribuição é feita segundo critérios talhados à medida de
cada fato.
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Um país pode reclamar da execução de
programas noutros, criando-se uma forma de tutela pelo Conselho que politiza em
conflito internacional o que deveria unir a União.
Francisco Louçã,
“Expresso” Economia (sem link)
Por se ter tornado o palco universal de
todos os discursos de ódio, que criam uma febre contagiante e que, por isso,
são o pilar da comunicação atual, o Facebook é uma arma mais poderosa do que
qualquer míssil.
(…)
Não havendo limites à convocação da
violência, todas as milícias do ódio se podem mover naquele universo de 2600
milhões de participantes, e é o que fazem sem limite.
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[Aaron Greenspan] que se tornou um
crítico da rede social [Facebook], publicou um relatório, em janeiro de 2019,
em que afirma que metade dos perfis é falsa, com base em dados da própria
empresa. [A sua] função essencial é promover a mentira.
(…)
Kim Jon-un é só um aprendiz. O
feiticeiro já está dentro da nossa casa.
Francisco Louçã,
“Expresso” Economia (sem link)
É fácil antever uma crise económica e
portanto social e portanto política em 2021.
(…)
As sondagens que dão agora liderança
destacada ao PS são o canto do cisne negro que desabou invisível no nosso
mundo.
(…)
Depois da valorização da segurança do
Estado lançada pelo Governo, que tinha prazo de validade para três meses, virá
o tempo do deserto.
Pedro Santos
Guerreiro, “Expresso” (sem link)
Desparlamentarizar e
desinstitucionalizar o conflito político está longe de ser um bom caminho.
Pedro Adão e
Silva, “Expresso” (sem link)
Nem a ideia de que a Europa terá
recursos próprios para o Fundo de Recuperação está segura.
(…)
Os “feudais” [vulgo frugais] conseguiram
que uma minoria ficasse com a mão na torneira do Fundo de Recuperação.
(…)
À boleia da pandemia, uns poucos Estados
conquistaram o poder formal de determinar políticas de outros.
(…)
Apesar de ser um dos países que mais
enriqueceu à custa do euro, a Holanda vende a narrativa da frugal vítima
espoliada.
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Os holandeses só querem o melhor para
nós. Até ficam com os nossos impostos, para não os estourarmos com mulheres e
vinho.
(…)
Os nacionalismos europeus nasceram
agarrados aos valores e interesses das burguesias nacionais.
(…)
Os nacionalismos europeus nasceram
agarrados aos valores e interesses das burguesias nacionais.
Daniel Oliveira,
“Expresso” (sem link)
[O falhanço do apoio às
artes] em a ver, sim, sobretudo, com o caráter marginal, dir-se-ia mesmo
ornamental ou decorativo, que é atribuído pelo Estado às atividades
desenvolvidas por esses agentes.
(…)
Nada há de sólido no
panorama dos agentes culturais apoiados pelo Estado.
(…)
[Portugal é] como
aquele país em que a abundância de equipamentos mais tem crescido na razão
inversa das oportunidades de emprego artístico gerado…
(…)
A cultura em geral e o
campo das artes em particular não podem ficar para trás. Mas, exigir mais
dinheiro, acenando com 1% (ou mais) do PIB, de nada serve, se for para fazer
mais do mesmo.
(…)
Antes de mais, é preciso
encarar o investimento público na criação, consolidação e desenvolvimento de
estruturas de produção artística como um investimento reprodutivo, e não como
um ónus ou um desperdício.
Mário
Vieira de Carvalho, “Público” (sem
link)
Confundir a crítica dos
pares com censura diz sobretudo de quem a concebe assim.
(…)
Nem a investigação, nem o
debate público sobre a natureza e a ação da extrema-direita se faz no abstrato,
e muito menos hoje, quando ela tem o poder e a ambição de poder que tem por
todo o Ocidente.
Manuel
Loff, “Público” (sem
link)
Os momentos altos destes
debates [até agora quinzenais], um pouco por todo o mundo, são reproduzidos nos
meios de comunicação e transmitem posicionamentos políticos ao eleitorado.
(…)
Rui Rio disse há poucas
semanas que os debates quinzenais impedem o primeiro-ministro de trabalhar,
como se submeter-se ao escrutínio do poder legislativo fosse uma desprezível
distração na agenda ocupada do chefe omnisciente e todo-poderoso.
(…)
Que [o líder da oposição]
o declare publicamente e ajude o partido do governo a acabar com os debates
quinzenais entra no domínio do trágico.
(…)
O Parlamento é o lugar por
excelência para fazer oposição e os debates quinzenais servem para incomodar o
governo.
Susana Peralta, “Público” (sem link)
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