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Na semana passada, a EDP
vendeu seis barragens num negócio avaliado em 2,2 mil milhões de euros que
precisou de autorização do Governo; esse negócio aconteceu sem que houvesse
lugar ao pagamento de impostos.
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Como é possível que o
Governo tenha dado uma borla fiscal de tantos milhões à EDP?
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O que se passa nas Terras de
Miranda não é, infelizmente, muito diferente do que acontece noutros
territórios em todo o mundo.
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O que se passa nas Terras de
Miranda não é, infelizmente, muito diferente do que acontece noutros
territórios em todo o mundo.
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O valor da borla fiscal
agora dada à EDP, 110 milhões, pode ser uma pequena migalha para esta empresa,
mas faria uma enorme diferença nestes concelhos.
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Como é possível que um dos
maiores negócios da história de Portugal não pague impostos?
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É preciso que um escândalo
como estes ganhe centralidade mediática para que o Governo atue?
José Soeiro, “Expresso” Diário
Não se
pode reconhecer ou agradecer aos profissionais de saúde e depois exclui-los do
prémio que lhes é devido ou oferecer-lhes contratos precários de 4 meses.
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[A.
Costa] regateia o investimento no SNS, os apoios aos recibos verdes, aos
trabalhadores informais ou aos setores de atividade mais afetados pela crise.
No mundo do trabalho, pode dizer-se que é porrada sobre
porrada.
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A proteção social para todos e a existência de um sistema de
segurança social propiciador de vida digna (…) não sobrevivem sem trabalho com
direitos e emprego valorizado.
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Em 2020 a Segurança Social foi o principal suporte da
aplicação do regime do lay-off e sustentou medidas de apoio à família, a
proteção no desemprego e os custos de centenas de milhares de baixas.
(…)
Há que proceder ao levantamento das implicações de todas as
medidas adotadas, reparar danos e modernizar os serviços.
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No combate à precariedade, seria importante criar um
procedimento especial para apreciação célere dos contratos a termo e
temporários que escamoteiam o termo ou ludibriam o fundamento.
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Instituir sistemas de avaliação dos trabalhadores (…) que
tenham consequências na sua valorização e na consagração de direitos e não
sejam a cenoura para subjugação e aumento da exploração.
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É imprescindível reforçar e modernizar a Autoridade para as
Condições de Trabalho.
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Há que clarificar e completar processos de controlo do
teletrabalho e aplicar ao trabalho em plataformas digitais o regime de teletrabalho.
Calando-nos [perante as
grandes empresas da Internet], aceitamos ceder os nossos dados, deixando vigiar
a nossa vida e embrulhando-nos em bolhas comunicacionais que constituem
colmeias humanas, submetidas às leis da acumulação.
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Não somos o produto desse
comércio, somos os criadores de um excedente informativo que é transformado em
lucro por máquinas de manipulação.
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As cinco maiores empresas de
comunicação cresceram 46% em 2020. Valem hoje 7,2 biliões de dólares.
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Estes gigantes estão a
reformatar a sociedade, criando tecnologias de informação baseadas nos dados
sobre a nossa vida, acessos, consumos, viagens e conversas.
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A decisão da Apple de
permitir a partir de 2021 que os utilizadores bloqueiem o trânsito de dados
enfureceu o Facebook que, com a Google, tem constituído o motor desta
Conquista.
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O FB comprou o WhatsApp e o
Instagram para impedir potenciais concorrentes.
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Zuckerberg, não por acaso um
aliado de Trump, lançou uma campanha para “dar voz aos pequenos negócios”, na
realidade para proteger o seu acesso maximizado à tecnologia de controlo.
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Nesta guerra entre a Apple e
o FB existe uma fronteira MAD (destruição mutuamente assegurada), pois estas
empresas estão ligadas entre si.
(…)
Não há inocentes nesta
guerra, todas estas empresas querem dominar.
(…)
Mas há também os índios
descontentes.
(…)
Por isso, talvez este
conflito Apple-FB seja um sinal dos tempos, há uma opinião pública que faz
exigências de proteção contra a Conquista.
Francisco
Louçã, “Expresso” Economia (sem
link)
A sincronização entre a
entrevista de Cavaco Silva e o discurso seguinte de Passos Coelho é reveladora
de uma fraqueza e de uma ameaça.
(…)
O ex-Presidente tenta
anunciar que ainda está, mesmo que já não esteja, e o ex-primeiro-ministro
lembra que esteve mas quer voltar.
(…)
Tanto entusiasmo é uma
fraqueza, baseia-se numa cândida ilusão, a de que o país aspira por austeridade.
(…)
E o ex-primeiro-ministro,
como tantos outros, fervilha com o pressentimento de que o país precisa dele e
que a sua peregrinação pelo poder é um dever.
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A fraqueza mais funda da
direita revela-se nesta busca de quimeras salvíficas.
(…)
A ameaça de Passos Coelho é
uma excelente notícia: mostra tudo o que a direita quer, mas não faz, deseja,
mas não consegue.
Francisco Louçã, “Expresso” Economia (sem link)
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