Aflorou-se um debate mais ou menos ideológico
sobre o papel do mercado e do Estado na rapidez histórica com que chegámos à
vacina.
(…)
Em geral, as encomendas [de vacinas] apoiadas não vieram com
limites ao preço nem exigências de partilha da propriedade intelectual.
(…)
Quem pagou quer as vacinas para si. As primeiras centenas de
milhões de doses foram arrebatadas pelos EUA, Reino Unido e União Europeia.
(…)
Só o Canadá encomendou vacinas suficientes para cinco vezes a sua
população, enquanto os 70 países mais pobres poderão só conseguir vacinar uma
em cada dez pessoas.
(…)
Milhares de milhões poderão ficar sem vacinas até 2024, dizem
documentos internos da OMS.
(…)
Uma empresa não chega e várias ONG pedem que as farmacêuticas
disponibilizem a tecnologia, para descentralizar a produção.
(…)
O egoísmo dos países ricos, que açambarcam as vacinas, é imposto
pelos seus cidadãos, que naturalmente querem estar protegidos.
Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)
Não há espaço nesta coluna para listar tudo, mas conto mais de cem
autarcas de quase 80 câmaras em processos-crime, muitos acusados, outros na
calha.
(…)
É direito de todos criticar, pelo contraditório e esclarecimento
público, mas insultar é atear fogos para criar exércitos.
(…)
Este [caso Selminho que envolve o Presidente da Câmara do Porto] é
um dos casos que se arrastam anos, na corrosão entre política e justiça que
ameaça a credibilidade institucional em que assenta um regime.
(…)
Os tribunais são o lugar certo para absolver ou condenar, mas
politicamente a condenação fica feita.
(…)
2021 começa com presidenciais calmas — e acabará com autárquicas
de labaredas.
Pedro Santos Guerreiro, “Expresso” (sem link)
E se as buscas na internet dissessem mais sobre
quem somos e aquilo em que pensamos do que qualquer conjunto de indicadores
estatísticos.
(…)
Interpretada de forma agregada, a pegada digital tem um efeito
revelador.
(…)
Basta uma leitura superficial do Google trends para se perceber
que este foi um ano de ruturas e que, ultrapassada a pandemia, vai ser
necessário compreender em que é que mudámos como sociedade.
Pedro Adão e Silva, “Expresso” (sem link)
Se dúvidas houvesse sobre o racismo institucional, aqui [no SEF]
está mais uma evidência.
(…)
Mal entra em território nacional, é um/a presumível criminoso/a, e
para isso nada como uma polícia criminal para a defesa do Estado.
(…)
Por tudo isto e muitas razões mais, o SOS Racismo tem
defendido o fim do SEF, a sua extinção.
(…)
Não faz falta uma polícia para estrangeiros, mas sim políticas
públicas para a sua inclusão.
José Falcão, “Expresso” (sem link)
Os resultados do TIMSS, divulgados no início deste mês, confrontaram-nos
com uma acentuada descida dos resultados dos alunos do 4.º ano da escolaridade
obrigatória, em Matemática.
(…)
Se pusermos de lado as diferentes matemáticas
da análise da Matemática, mais do que a descida dos resultados deve
preocupar-nos a subida das desigualdades, em correlação estreita com a
menorização das orientações curriculares anteriores.
(…)
O que o TIMSS de 2019 veio dizer aos futuristas do “perfil do aluno do século XXI” é que, por mais que ensaiem a falsificação da História, começaram a produzir jovens com menos conhecimentos e capacidades que os do século XX.
Santana Castilho, "Público" (sem link)
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