A estrutura cultural
colonial, racista, machista e homófoba não suporta o confronto com a realidade
da sua violência .
(…)
Usam o antirracismo como
arma de arremesso político para fugir à responsabilidade de não só nada terem
feito para combater o racismo, como para usá-lo como fundo de comércio
eleitoral.
(…)
A estratégia da distração
para que nada se discuta sobre racismo ilustra até à saciedade como a
branquitude, enquanto base estrutural de privilégios historicamente acumulados,
continua como dispositivo estruturante das relações de poder.
(…)
Importa é sair da distração
manipulatória que condena os sujeitos racializados a permanecerem no lugar e
com o peso da refutação/explicação de uma violência que se abate sobre si.
(…)
O que mais mobiliza os
sujeitos racializados é a disputa pela conquista da sua capacidade em constituir-se
numa instância de proposta política alternativa à ordem cultural racista
vigente.
(…)
Identificar, nomear e
combater o racismo estrutural é a tarefa crucial para defender a
democracia.
(…)
A ideia de raça, mobilizada
como instrumento político de distinção, seleção, categorização e organização
social, sustentou-se numa cultura política de violência e morte.
(…)
É insuportável o sufoco
secular do racismo que tem destruído tudo, até à mais ínfima parcela de
humanidade das pessoas racializadas.
(…)
O racismo consolidou-se como
prática cultural transversal a quase todos os aspetos da vida das pessoas
racializadas.
(…)
A empresa colonial e
esclavagista estruturou o racismo.
(…)
Uma sociedade que se fundou
a partir da violência sobre outrem só se salvará quando for capaz de fazer a
catarse desta violência.
(…)
Portanto, em vez de manobras
de distração e cinismo político, precisamos é de enfrentar com coragem o
racismo.
(…)
O
antirracismo intransigente é o único antídoto democrático contra o veneno do
desejo de fascismo que paira no ar.
Sem comentários:
Enviar um comentário