sábado, 30 de janeiro de 2021

CITAÇÕES

 
Não ganharíamos em pôr de imediato sob o comando do Serviço Nacional de Saúde toda a capacidade de saúde (técnica, infraestrutural e humana) instalada no país, privada e social?

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Não é o SNS que tem a capacidade de, em nome do bem comum, definir o que é e não é prioritário a nível nacional, o que é mais urgente e essencial, a partir de uma visão de conjunto? 

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Tenho também dificuldade em aceitar que não tenha havido mais empenho e coragem para fixar mais profissionais, em vez de se andar à pressa a fazer contratos de quatro meses com enfermeiros, ou contratos temporários com médicos, que só agora estão em regularização. 

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Inquieta-me a falta de urgência que tem sido posta na revisão das regras das carreiras.

José Soeiro, “Expresso” Diário

 

O confinamento das famílias propiciou as condições perfeitas para um maior controlo dos agressores sobre as vítimas, para a vigilância apertada e permanente dos seus movimentos, contactos e comportamentos.

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A estratégia, para muitas vítimas, tornou-se assim mais do que nunca a permanente tentativa de ‘acalmar as coisas’, não responder, não fazer nada que pudesse espoletar a raiva e a violência, aguentar.

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A desconfiança na capacidade das instituições, em especial da Justiça, para as proteger eficazmente, limita a iniciativa das vítimas [de violência doméstica] denunciarem e pedirem ajuda.

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Continuamos, sim, a ter uma justiça machista que coloca todo o ónus da prova na vítima e continua, tantas vezes, a desvalorizar e a desculpabilizar a violência contra as mulheres.

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Mas os resultados do estudo [ da Escola Nacional de Saúde Pública] revelam outra realidade devastadora: “34% das pessoas inquiridas foram vítimas de violência doméstica pela primeira vez durante a pandemia”.

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A diminuição de denúncias [de violência doméstica durante a pandemia], como suspeitávamos, não significa uma diminuição da violência, mas sim mais invisibilidade.

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Fica claro que a pandemia e a crise que arrastou consigo agravaram os contextos e fatores promotores da violência doméstica, como agravam qualquer desigualdade estrutural da sociedade.

Sandra Cunha, dep BE, “Público” (sem link)

 

Os computadores prometidos pelo Governo continuam longe da realidade que milhares de estudantes irão enfrentar.

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E agora que os computadores eram fundamentais, continuam em falta. 

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Faltam os computadores às famílias, sobram as despesas.

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A insustentável leveza da carteira torna-se peso na consciência.

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Ficar em casa para cuidar das crianças é uma obrigação que leva parte do salário. O fecho das creches ou do ensino básico leva 33% do rendimento. 

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Na bula do teletrabalho não vinha a contraindicação do seu lado lunar. As contas que antes eram da empresa, agora são partilhadas pelo trabalhador.

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Onde antes havia um padrão, agora há o trabalho que não acaba, o o email que chega a qualquer hora, o telefone que já não se desliga.

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Os médicos que não soubemos agarrar no SNS espreitam agora nas olheiras de quem resiste de forma sobrehumana.

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Os técnicos auxiliares que não contratamos são os que falham para ultrapassar o tsunami.

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As desigualdades crescem a cada sobressalto. Isso é porque as políticas públicas, que seriam fundamentais para responder às várias necessidades neste período de crise, pecam sempre por defeito.

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Hoje já sabemos que não precisava de ser assim. As contas públicas de 2020 mostram como o Governo não gastou sequer o que tinha previsto.

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[Isso] foi porque o Governo deixou mais famílias abandonadas à sua sorte, deixou a economia mais desprotegida do que prometeu ou os serviços públicos sem o investimento necessário.

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Já sabemos de crises anteriores: respostas mínimas dão origem à crise máxima. Porquê teimar em cometer os mesmos erros?

Pedro Filipe Soares, “Público” (sem link)

 

As eleições são marcadas pela fuga do PS à sua responsabilidade ao não ter apresentado candidato próprio ou apoiado explicitamente algum.

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Um partido fundador da democracia falta à chamada no momento em que a democracia mais exigia a sua presença.

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A falta de comparência do PS criou um perigoso puzzle político em que as peças não encaixam. 

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Este tacticismo irresponsável do PS pode não penalizar o partido nas urnas mas penalizará irremediavelmente a democracia.

Miguel Guedes, JN

 

O cenário político que vivemos é marcado por um movimento tectónico de perigoso deslize para a Direita.

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O Partido Socialista parece contentar-se em estacionar na dita direita social do PR.

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As dinâmicas políticas corrosivas e destruidoras de valores, que a extrema-direita prossegue, ameaçam a estabilização da sociedade, a dignidade humana e a democracia. 

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A pandemia, pela surpresa com que emergiu e pelos seus impactos imediatos, provocou forte alerta sobre o valor da vida.

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Os poderes dominantes querem fazer da gestão da pandemia uma oportunidade para executar os seus programas e tolher o futuro.

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Acelera-se a concentração da riqueza, o domínio de grandes plataformas e grupos empresariais sobre a estrutura da economia. 

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Os jovens estão a ser muito sacrificados, mas não há sinais de políticas novas que os venham a beneficiar.

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Prossegue a precariedade, a redução de direitos laborais e de salários e surgem novas formas de exploração.

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A pandemia evidenciou a centralidade do trabalho e a necessidade de se valorizarem os trabalhadores, todavia intensifica-se a campanha para apoucar o conceito trabalhador.

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Na política, para além do voto, tem de estar uma agenda laboral e sindical ofensiva, enquanto eixo fundamental na construção de alternativas à Esquerda.

Carvalho da Silva, JN 


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