(…)
Muitos desafios, muitas incertezas, muitas
preocupações. Não desistimos.
(…)
Tentamos que a aprendizagem, ainda que
condicionada, seja significativa.
(…)
Tão depressa estamos a dar uma aula presencial
a uma turma inteira como, no tempo seguinte, a dar uma aula mista, com alunos
na sala e alunos em casa.
(…)
Não há dúvidas de que o ensino presencial é melhor para todos,
particularmente para os mais pobres e frágeis, para aqueles que estiveram meses
sem aulas, por falta de recursos.
(…)
O perigo reside na fome, na pobreza, na
violência, na ausência.
(…)
Recuperar de um cenário de violência ou de um
contexto disfuncional é bem mais doloroso e complexo [do que recuperar
aprendizagens].
Dinis Rebelo, “Público”
(sem link)
A escola é, e muito superficialmente, o único
garante da equidade no crescimento e desenvolvimento de todas as crianças do
país.
(…)
E sabendo disso, das tremendas desigualdades
que existem entre alunos, de Norte a Sul e do(s) centro(s) às periferias, paira
sobre nós, de novo, o delírio do ensino a distância.
(…)
A escola faz parte de uma sociedade que
sucumbiu à inesgotável sede de segurança.
(…)
E de que
serve a escola, na era do medo?
(…)
[Depois
da interrupção talvez] se perceba
que o único lugar onde as crianças estavam realmente seguras era na escola.
Bernardo Salgado, “Público”
(sem link)
Que de um negro com raiva por séculos de
opressão se salte para um tom de movimento separatista negro, a preparar na
clandestinidade um qualquer atentado, só prova que a sociedade multiétnica
francesa ainda está por acontecer.
António Rodrigues, “Público”
(sem link)
Não me agrada ver os que censuravam a TINA
doutros tempos quererem convencer-me que não há alternativa ao confinamento,
aos testes a eito, aos desinfectantes a jorros e à suspensão das liberdades
individuais básicas.
(…)
O medo é o instrumento que mais nos faz
desaprender.
(…)
Sim, o medo tornou-se uma espécie de religião e
muitos bispos profanos usam-no como estratégia de poder.
(…)
Com este expediente [do estado de emergência]
cerceiam-se greves e protestos por parte dos que são proibidos de trabalhar,
enquanto avança a substituição de postos de trabalho por soluções digitais.
(…)
Qualquer ser pensante não paralisado pelo medo
tem obrigação ética de procurar perceber porque crescem exponencialmente as fortunas dos mais ricos do mundo,
num cenário de devastação económica e de destruição massiva de milhões de
pequenos modos tradicionais de ganhar a vida.
(…)
Governantes sensatos e cultos, independentes de
qualquer ideologia militante, não poderiam ignorar que a propósito dos danos da
covid-19 se ensaiam engenharias sociais, (…), que outro fito não têm senão
controlar e domesticar a liberdade individual.
(…)
Não é o confinamento que protege do frio [os
idosos que vivem sozinhos ou em lares] ou resolve as suas carências graves,
alimentares e de assistência médica.
(…)
Dados disponíveis no site da OMS mostram que em
2018 morreram em Portugal, por gripe e pneumonia, 8158 pessoas.
(…)
As consequências da proliferação do vírus
apenas agravaram cenários idênticos doutros anos, tudo resultado do
desinvestimento sistemático no SNS, operado na última década.
(…)
É de agora o aumento crescente da emigração de
médicos e enfermeiros, cuja formação paga por nós acaba posta ao serviço de
países terceiros?
Santana Castilho, “Público”
(sem link)
Janeiro não foi o vaticinado princípio do fim, janeiro é uma
tragédia.
(…)
Agora o essencial é inverter a curva, mesmo que isso demore pelo
menos mais uma semana, e outra forma não há senão parar tudo, com todos os
custos colaterais que isso implica.
(…)
O resultado será o de umas eleições que não, não vão mostrar a
“vitalidade da democracia”, mas o seu enfraquecimento.
Pedro Santos Guerreiro, “Expresso” (sem link)
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