sábado, 10 de abril de 2021

CITAÇÕES

A nossa própria interpretação de uma grande obra, a nossa voz crítica, é um instrumento pedagógico que existe e não pode ser substituído.

Francisco Louçã, “Expresso” Economia (sem link)  

 

Depois da aventura conjunta com o Chega na região autónoma dos Açores, Rui Rio tinha negado coligações com este partido para as eleições autárquicas.

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Fechou a porta das coligações com a extrema-direita para tentar sacar os candidatos pela janela - assim se explica a opção para a Amadora.

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Rui Rio não quis dar a cara pela escolha extremada, mandou José Silvano fazer esse anúncio público.

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Logo a seguir, meteu os pés pelas mãos quando tentou traçar diferenças entre as opiniões de Garcia e Ventura sobre a castração química.

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Na tradução das palavras de Silvano, o PSD “está a brincar” quando apresenta candidatos de extrema-direita à Amadora, isso não define o partido - e, no entretanto, fica legitimada a guinada à direita e esses protagonistas.

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O desespero do PSD passou ao vale tudo eleitoral. Rui Rio prometeu um banho de ética, mas deitou fora a ética com a água do banho.

Pedro Filipe Soares, “Público” (sem link)

 

Esta nova forma de injustiça e de desigualdade [20% da população mundial ficar com dois terços das vacinas] expõe a irracionalidade de um modelo de vacinação assente na disputa entre nações e na subjugação ao mercado e aos interesses financeiros e industriais.

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Do acesso às vacinas, transformadas no novo “ouro líquido” do século XXI, como lhe chamou Boaventura Sousa Santos, depende em grande medida o nosso futuro.

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A suspensão temporária dos direitos de propriedade industrial sobre as patentes da vacina para a Covid-19 é cada vez mais consensual entre cientistas, instituições de saúde pública e organizações internacionais.

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Os instrumentos legais nacionais e europeus para garantir a produção de vacinas já existem, enquadrados pela situação de catástrofe. 

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Se o desenvolvimento das vacinas só foi possível com uma quantidade colossal de financiamento público (…), por que razão deveríamos ficar agora reféns de interesses privados.

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O governo português, que ocupa nestes meses a presidência do Conselho de Ministros da União Europeia, tem a possibilidade e a obrigação de fazer a diferença.

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Só a produção massiva de vacinas e a sua distribuição igualitária pelo mundo pode permitir atingir uma imunidade de grupo global.

José Soeiro, “Expresso” diário

 

Os atores políticos fundamentais continuam a invocar imperativos da cartilha neoliberal a que se afeiçoaram, para nos dizerem que não têm as condições e a liberdade necessárias para adotarem as políticas que melhor serviriam os cidadãos e o bem comum.

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Para onde caminha o Governo, limitado pela fraca capacidade política de um conjunto dos seus membros, parte dos quais evidencia (por causas objetivas ou não) sintomas de burnout? 

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A UE das políticas articuladas, solidárias, de coesão social de que os nossos governantes - e a Direita - nos falam não existe, como provam a gestão do processo de vacinação, a novela das bazucas, as humilhações nas relações internacionais perante os Estados Unidos ou a Turquia.

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O Governo enreda-se ainda mais nesse caminho errático, prossegue políticas orçamentais de poupadinho que não permitem proteger devidamente as pessoas e as empresas, continuando à espera dos milagres de Bruxelas?

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António Costa optará por ir aos desafios difíceis, mas necessários, escolhendo os parceiros adequados, ou aproveita a fraqueza da Direita (…) e cede à tentação de marginalizar a Esquerda na miragem de uma maioria absoluta? 

Carvalho da Silva, JN

 

Dizer que as opiniões de Suzana Garcia a habilitam para candidata autárquica, mas não para candidata a deputada, candidata-se a anedota política do ano.

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A história acabará por nos dizer a razão pela qual um homem que pretendia devolver o PSD ao Centro, está a prestar este serviço de branqueamento político ao extremismo que, em última análise, se encarregará de o devorar por inteiro.

Miguel Guedes, JN

 

Quando se ouvem profissionais da História afirmar ser esta “um saber neutro, situado fora da política”, a reação só pode ser de uma enorme estranheza, dado estas afirmações ignorarem o resultado de intensos debates que tiveram lugar dentro da própria disciplina desde há oito décadas. 

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Bloch defendia (…) que o objetivo da disciplina não era apenas de natureza científica, mas comportava também uma dimensão cívica e moral.

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O “dever de memória”, proposto pelo escritor Primo Levi, antigo prisioneiro em Auschwitz, intervém aqui como instrumento de um olhar sobre passados traumáticos, estudados e ensinados pela história.

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Se história não é apenas memória, se não se aceita como critério único e inquestionável de verdade sobre o passado o depoimento pessoal, subjetivo, de quem o viveu, também não pode ignorar-se o grito silenciado daqueles que já não podem testemunhar.

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É obrigação do historiador com sentido da verdade e da equidade, opor-se frontalmente, nos espaços onde tem voz, ao trabalho de negação [da história].

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Perante o crime, a deturpação e o silenciamento que nos chegam do passado, não existe imparcialidade ou indiferença. Apenas cumplicidade ou denúncia.

Rui Bebiano, “Diário as beiras”

 

Aquilo que a realidade [o PSD] nos está a mostrar é a total ausência de visão estratégica por parte de Rui Rio e sua direcção, e um foco total nos resultados eleitorais mais próximos.

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Desde António Oliveira, para Gaia, passando pela desistência da luta no Porto, até ao apoio a um ex-presidiário em Oeiras, as escolhas são elucidativas.

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O zénite é a escolha de Suzana Garcia para a Câmara da Amadora, uma candidata natural do Chega.

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O que o PSD percebeu, é que, eventualmente, tem tanto de trigo como de joio, pelo que separar-se do joio seria condenar-se a um desastre eleitoral e a uma significativa perda de poder e de financiamento.

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Um partido político [que não propõe ideias e políticas ao país] deixa de ter ideologia e vai atrás de qualquer ideia que seja a ideia que, no momento, aumenta a chance de ganhar as eleições.

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Ora, é essa a estratégia que o PSD está a seguir, despudoradamente. (…) Isto é o oposto da ética em política. Isto é a negação da ideologia. Isto é olhar para um partido político como uma empresa de fazer votos e dinheiro.

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[O PSD] ou assume, sem vergonha, esse seu lado populista bruto, ou aproveita o momento para se transformar num partido de futuro.

Gabriel Leite Mota, “Público” (sem link) 


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