domingo, 4 de abril de 2021

MAIS CITAÇÕES (125)

 
É inegável que o sistema [educativo] já se encontrava, bem antes da pandemia, em falência administrativa, gestionária e pedagógica.

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O que mais tem indiretamente afetado as aprendizagens ao longo das últimas décadas tem sido o constante desinvestimento que os sucessivos governos têm feito na Educação, com todas as naturais consequências dessa opção.

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Dois dos grandes males que são consequência do desinvestimento e que têm repercussões diretas nas aprendizagens são a permissão legislativa de constituição de turmas multinível/mistas (mais do que um ano na mesma turma) e numerosas.

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Pelo facto de a própria lei permitir a constituição deste tipo de turma, deixa os pais e/ou encarregados de educação largados à sorte, podendo os seus filhos/educandos terem o azar de lhes verem atribuída uma turma destas.

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Facilmente se percebe porque é que estas turmas estão associadas ao insucesso escolar, mais ainda quando elas existem em meios escolares mais desfavorecidos, nos Agrupamentos em Território Educativo de Intervenção Prioritária (TEIP).

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Acabar com estas turmas, (…), poderia ser um bom princípio com efetivas vantagens para os alunos na aquisição das suas aprendizagens.

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Relativamente às turmas numerosas (…) percebemos que a retórica [de Nuno Crato] na altura tinha a intenção primordial de reduzir custos na educação, aumentando o número de alunos por turma, o levaria a contratar menos professores e inclusive fechar escolas. 

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A única solução será mesmo legislar com mínimos e máximos e atendendo aos contextos socioeconómicos da envolvência e dos respetivos alunos.

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Foi com estranheza que assisti na passada sexta-feira (…) à rejeição de três projetos de lei (PEV, PCP e BE), que visavam estabelecer medidas de redução do número de alunos por turma, pela maioria dos deputados da Assembleia da República.

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Sendo que à direita a justificação foi de preocupação pelos custos envolvidos, pergunto se por acaso as contas estão feitas?

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Este é o real problema! Falta de vontade política, falta de coragem para olhar seriamente a Educação como um investimento e não como um negócio.

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Por favor, não me venham com o chavão de não há dinheiro para a Educação.

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[O investimento na educação] na realidade é um investimento necessário para a qualificação das novas gerações e consequentemente garantir o futuro do país!

Alberto Veronesi, “Público” (sem link)

 

Max Weber referiu que todo o homem que se entrega à política, aspira ao poder – seja por considerá-lo um instrumento para atingir um fim, seja por desejar o poder “pelo poder”, para gozar do sentimento de prestígio que ele confere.

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Todavia, aquele que vive “para” a política, não toma como prioridade a recompensa financeira

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A apetência voluntária de um político para não se prender aos benefícios que os cargos lhe conferem, ou não pular de lugar em lugar de acordo com os seus interesses pessoais, em detrimento do pacto de honra que celebra com os seus eleitores, define quem vive “da” política e quem vive “para” a política.

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[As pessoas seguem um político] porque acreditam nele, na sua capacidade de realizar e nas suas opções éticas.

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A ética não devia ser uma espécie de ângulo morto na conduta de alguns políticos, que nos enganam compulsivamente com sorrisos melosos. 

Bruno Paixão, “Diário as beiras”

 

O Tratado da Carta da Energia (TCE) nasceu no rescaldo da queda do muro de Berlim com o fito de, ultrapassados os bloqueios da Guerra Fria, integrar os sectores energéticos da União Soviética e da Europa Oriental nos mercados europeus e mundiais.

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No tratado, os Estados-membros outorgam às empresas estrangeiras do sector energético um direito inaudito: o direito de processarem os Estados em tribunais arbitrais secretos (ISDS –​ Investor-State Dispute Settlement), quando considerem que nova legislação pode prejudicar os seus lucros presentes ou futuros.

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Aquilo que o TCE oferece às empresas de energia, em detrimento dos cidadãos, ultrapassa a capacidade de imaginação do cidadão comum.

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Deste poder acutilante e açambarcador do TCE resulta ainda o seu “chilling effect”, ou seja, o efeito intimidatório que exerce sobre os decisores em matéria de nova legislação.

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O grau de rendição dos Estados ao investidor estrangeiro e a ameaça climática decorrente da protecção dos combustíveis fósseis são de tal ordem que, nos últimos anos, se tem formado uma ampla frente de protesto contra este tratado.

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Hoje, que acordos comprometedores a longo prazo do futuro do planeta estarão a ser feitos, sem deles termos sequer conhecimento?

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Quanto ao TCE, o mínimo que os nossos representantes podem fazer é providenciar para que Portugal o abandone de imediato. Se possível, em coordenação com outros países.

Ana Moreno, “Público” (sem link)

 

Mil a dois mil milhões de euros dos contribuintes para os bancos. É a primeira estimativa oficial.

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O fim das moratórias vai penalizar famílias, empresas e bancos.

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É notável ver como quatro dos seis maiores bancos tiveram lucros num ano danado como 2020. 

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E “toda a gente sabe” que o impacto da crise ainda lhes [aos bancos] vai bater à porta, com o fim das moratórias. 

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Os 600 milhões deste ano para o Novo Banco estão “gastos” desde o início do acordo, assim como os 300 milhões que restam no Fundo de Resolução para pagar até 2026.

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Mas, ó Portugal, abre lá os olhos, já estão pelo menos 1,1 mil milhões destinados aos bancos.

Pedro Santos Guerreiro, “Expresso” (sem link)


Cada português gasta, em média, 160 euros por ano na raspadinha (4,7 milhões de euros por dia). Em Espanha, são 14 euros.

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Grande parte são pobres, mulheres e mais velhos.

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Quase 80% têm rendimentos muito baixos. 61% são jogadores frequentes, 23% regulares.

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Não deixa de ser perverso que este jogo seja promovido por uma instituição que se dedica ao combate à pobreza.

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Há uma dependência financeira [da Santa Casa] que desmotiva o combate ao problema. 

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A “raspadinha do património” avançará já em maio, em plena crise social e económica.

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Espero que seja o Governo a perceber que esta boia [da nova raspadinha] para a cultura é mais uma pedra amarrada aos tornozelos dos mais pobres.

Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)

 

Se atribuímos alguma relevância ao rigor orçamental, e como não se vislumbram cenários de maiorias absolutas de um só partido, a governabilidade passa a só ser possível num quadro de coligações.

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Se o Presidente leva a sério o entendimento que agora publicita, devia, então, ter forçado uma solução de Governo maioritária no pós-legislativas. 

Pedro Adão e Silva, “Expresso” (sem link)

 

É a Administração Central e a sua paralisia que tem mantido ali [no Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina] ao mesmo tempo os poderes de uma tutela formal e burocrática e a ausência indesculpável que permitiu a embrulhada de erros e de danos que está agora patente naquele precioso troço do Sudoeste do país.

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Perante todas as pressões e abusos e sem meios, o Parque é hoje em dia um nó de bloqueios em perda para todos e acima de tudo dos valores ambientais vitais basilares e estratégicos.

Luísa Schmidt, “Expresso” (sem link)

 

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