(…)
A Direita esteve contra esta lei [que responsabilizava
solidariamente toda a cadeia de contratação pelas violações aos direitos dos
trabalhadores, pelos créditos e encargos sociais, bem como pelo pagamento das
respetivas coimas] e as quatro confederações patronais divulgaram um comunicado
conjunto em que diziam “repudiar veementemente o conteúdo” do diploma.
(…)
A aplicação da lei mostrou-se muitíssimo difícil e o problema
continuou, tendo até aumentando de escala.
(…)
Uma das adversidades é que o recurso ao trabalho de migrantes
para as explorações agrícolas intensivas faz daqueles presas fáceis de redes
mafiosas encapotadas através de “empresas na hora”.
(…)
Este procedimento tornou-se uma estratégia para os engajadores,
que perceberam que assim era fácil escaparem à lei.
(…)
Como explicam os inspetores que andam no terreno, continua a
existir uma enorme dificuldade em materializar esta responsabilidade solidária.
(…)
Para acabar com a impunidade, é necessário avançar para a
responsabilização direta de toda a cadeia, logo no momento em que se identifica
o caso.
(…)
Mas agora que os olhos do país pousaram, nem que por momentos,
em Odemira, não se pode perder a oportunidade de fazer o que tem de ser feito.
José Soeiro, “Expresso” Diário
Uma “discriminação sistemática” diz um grupo de
especialistas europeus, um apartheid dizem a Human Rights
Watch e a organização não governamental israelita
B'Tselem.
(…)
Leis para judeus e leis para árabes, uns são os
cidadãos de primeira e os outros nem se percebe se a lei os classifica como
cidadãos.
(…)
Leis fora da lei internacional e do cumprimento
dos direitos humanos.
(…)
Não se deixe enganar pela narrativa do rocket que o Hamas atirou e que justifica a brutalidade
israelita.
(…)
Nem pela ideia da culpa que deve ser
distribuída pelos lados beligerantes.
(…)
Há uma violência estrutural na forma como
Israel lida com os palestinianos, em particular em Jerusalém.
(…)
Há uma lei particularmente injusta, reservada
apenas a judeus, que permite reivindicar habitações ou terrenos com base em
supostos direitos de propriedade do século XIX.
(…)
A faísca dos acontecimentos recentes foi a
notícia de despejo de
famílias palestinianas do bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental.
(…)
A Lista Árabe Unida, que reúne partidos da
comunidade árabe israelita, tinha adotado uma estratégia arrojada em 2015:
tornar central a luta por direitos iguais na sociedade israelita.
(…)
É mais simples atribuir as culpas a um rocket qualquer do que reconhecer a conivência com o genocídio
em curso.
(…)
Israel quer tornar impossível a existência da
Palestina e o mundo lava as mãos como Pilatos.
(…)
A União Europeia está refém do conselho de
segurança da ONU onde os EUA impedem qualquer ação.
(…)
A construção da paz exige a ação solidária
contra a ocupação, uma ação internacional coordenada, o cumprimento dos acordos
internacionais firmados e o respeito pelos direitos humanos.
Pedro Filipe Soares,
“Público” (sem
link)
Não é só em Odemira que há
trabalhadores vítimas de violação dos seus direitos fundamentais no trabalho,
na segurança e saúde, na habitação.
(…)
Está instalado naquele
conselho um sistema produtivo insustentável, desarticulado das circunstâncias
demográficas e ambientais locais e em conflito com elas.
(…)
Uma das facetas dos
processos de financiarização que caracterizam o capitalismo contemporâneo é a
aceleração da transformação dos territórios em plataformas extrativas de valor
económico.
(…)
No final de cada ciclo
expedem para o exterior produtos baratos em grande quantidade enquanto
despacham a mão de obra que os produziu.
(…)
O que se passa em Odemira
está a ocorrer em muitos outros territórios de caraterísticas diferenciadas.
(…)
As atividades económicas
que transformam territórios em plataformas extrativas exportadoras são brutais
com a natureza.
(…)
O "mercado de
trabalho" base que se encontra em situações como a de Odemira é, em geral,
força de trabalho alugada a intermediários parasitários, legais e ilegais, que
se dedicam à exportação/importação de seres humanos.
(…)
[Resolver situações como a
de Odemira] implica planeamento e políticas orientadas para a reconversão dos
sistemas produtivos locais.
Entre a falta de vontade e a burocracia, a gaveta orçamental
devorou várias promessas.
(…)
Continuo a pensar que, se [Costa] quer crise, não pode.
(…)
O país não compreenderia jogadas desse coturno, e um fracasso
eleitoral, que seria ficar longe da maioria absoluta, imporia uma crise
prolongada e mudança de protagonistas.
(…)
O Tribunal de Contas, mesmo sem investigar as vendas a prejuízo,
confirmou o que a esquerda criticou no caso do Novo Banco: é dinheiro público.
(…)
Desfolhar um malmequer com promessas de namoro será fácil,
resolver estes impasses é algo mais difícil, mas imperativo.
Fancisco Louçã, “Expresso” Economia (sem link)
Que a culpa não seja deles [grandes devedores do Novo Banco], está
na natureza do mundo, há sempre uma Bolsa que caiu quando devia subir, um
negócio perdido nas brumas tropicais, um sócio que se revelou um pilha-galinhas.
Francisco Louçã, “Expresso” Economia (sem link)
A implantação histórica do capitalismo nos
campos fez-se acompanhada de um desprezo de classe que, sendo difícil, superou
sempre aquele que o patrão da fábrica tinha pelos seus operários.
Manuel Loff,
“Público” (sem
link)
António Costa poderia estar mais atento à
imprensa internacional, antes de dizer que não há capacidade de produção de
vacinas. Se as patentes fossem levantadas, há fábricas disponíveis para
produzir centenas de milhões.
Santana Castilho,
“Público” (sem
link)
[Na Justiça] assiste-se hoje certamente a
efeitos perversos, entre os quais se contam o reforço do corporativismo de uma
classe que, além do mais, está sindicalizada, faz greve, julga em causa própria
e não é fiscalizada externamente.
(…)
[Combater o assédio] trata-se de uma luta que
deve contar com todas e todos, com as feministas socialistas, liberais e
radicais e todas as mulheres e todos os homens decentes que abominam o abuso de
poder e a misoginia (é disso que se trata)
(…)
O que todos e todas queremos é acabar com as
vítimas [de assédio] e alargar o campo da igualdade e da justiça, eliminando
fontes de poder arbitrário fundadas na desigualdade estrutural.
(…)
Que fazer? Tem de haver mecanismos preventivos
e punitivos, com provas, no momento do assédio, ou quase de imediato. Dizer sempre
não.
Irene Flunser
Pimentel, “Público” (sem link)
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