sábado, 29 de maio de 2021

CITAÇÕES

 
[Os gestores de fundos] tremem com o risco de aceleração da inflação.

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Os juros de referência subirão e os valores dos ativos financeiros cairão, mesmo que isto tenha ainda pouca fundamentação real.

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A economia do susto é o velho normal, dado que o mercado financeiro vive de pânicos, como é conhecido, e assim se multiplicam os riscos. 

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[O maior problema do pós-confinamento é] a dívida e o que fazer com ela.

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A subida dos preços é real, se bem que reduzida. 

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[As autoridades monetárias] sobrestimaram a inflação prevista e mantiveram políticas restritivas quando eram necessárias políticas expansionistas.

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A expansão da liquidez pelos bancos centrais não foi aproveitada e os seus riscos não foram compensados.

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[Outro problema do regresso à austeridade] é que a dívida se agigantou.

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No final de 2020, a dívida pública na zona euro era de 98% do PIB, mas sete países estavam já acima dos 110%.

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A discussão oficial sobre a gestão orçamental é, por isso, da maior importância.

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Os falcões da dívida estão a voltar a pousar nas chancelarias.

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Os fantasmas que ameaçam a Europa são dívida a mais, investimento a menos e autoritarismo renascido.

Francisco Louçã, “Expresso” Economia (sem link)

 

A industrialização da morte foi um êxito da modernidade, quando os cavalheiros enriqueceram sobre pilhas de escravos.

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A chacina reduziu a população [do Congo] a metade, usando os métodos que o nazismo depois se limitaria a reproduzir.

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O que aqui havia de novo não era a destruição, a escravatura ou sequer a desumanização das vítimas, era simplesmente a aceleração da ganância.

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A ditadura portuguesa manteve a legalidade do trabalho forçado até 1962.

Francisco Louçã, “Expresso” Economia (sem link)

 

[Desde 2019, a legislação laboral] tem sido o grande tabu do PS na sua relação com a Esquerda. Nunca aceitou tocar nesse legado da direita. 

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Em muitas outras matérias houve recusas sucessivas.

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Sobre as plataformas, o Governo tem rejeitado a obrigação de impor às multinacionais a celebração de contratos com os motoristas, tendo criado uma lei que obriga à existência de intermediários (a chamada lei Uber).

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Nas últimas negociações orçamentais, o PS não saiu do mesmo lugar.

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Entretanto, [o PS] apresentou uma lei tortuosa que propõe regular o teletrabalho fora do Código de Trabalho, através de legislação paralela.

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Sobre herança da troika, nada. Sobre a estrutura legal das modalidades precárias de emprego nada. Sobre a caducidade da contratação coletiva, nenhuma proposta. Sobre as plataformas, uma formulação que não esclarece o que se pretende. 

José Soeiro, “Expresso” Diário

 

É uma das principais leis da política: o principal são as ideias.

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[No congresso das direitas, o MEL] não se discutiram ideias que respondam aos grandes problemas com que se debate a economia e a sociedade portuguesas.

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A reunião das direitas mostra bem a carestia que reina nesse espaço político português, o buraco negro que suga quaisquer pretensões de futuro.

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Durante dois dias desfilaram protagonistas do presente e do passado, fizeram-se muitas contas ao somatório de sondagens e reduziu-se a política à aritmética partidária.

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Para o futuro fica apenas o anseio sebastiânico pelo salvador que possa resgatar a direita do marasmo em que se encontra.

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A falta de visão estratégica, de um projeto mobilizador, é a mais fatal análise que se pode fazer: vivem do passado e sem visão de futuro.

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O objetivo era ambicioso, pensar na “reconfiguração social, política e económica para as próximas décadas”, mas não andaram sequer lá perto.

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É difícil levantar a cabeça para o horizonte quando não se sabe onde pôr os pés – é essa a grande dificuldade da direita.

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A pandemia mostrou como o sonho liberal do Estado mínimo não resiste quando o mar de dificuldades se agiganta – o que seria de nós se o Serviço Nacional de Saúde tivesse sido entregue aos privados como era o sonho da direita?

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E quem defendeu que o Estado deve tirar as mãos da economia está fora de jogo quando o debate é sobre investimento público, a defesa de setores produtivos e a recuperação de capacidade produtiva. 

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O negacionismo que foi doutrina para Trump, Bolsonaro ou Modi fez centenas de milhares de mortes e colocou países em completo caos.

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 Todos percebemos como a extrema-direita foi inimiga do povo dos países em que governava.

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Se na primeira convenção do MEL existiu a tentativa de separar a direita da extrema-direita, a edição deste ano mostra como o caldo cultural onde bebem é o mesmo: renderam-se ao extremismo.

Pedro Filipe Soares, “Público” (sem link)

 

Neste encontro [das direitas] não faltou um candidato a desejado e não deixou de pairar na sala forte vontade de uma intervenção do mafarrico, que o faça regressar numa manhã de nevoeiro.

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Na Direita tradicional uma parte está mais aberta à extrema-direita e outra já a integrou em dinâmicas partilhadas.

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À Esquerda existe menos motivação e são menores as predisposições para compromissos entre as suas diferentes componentes.

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Hoje temos um Governo bastante desgastado, com vários membros a confirmarem o princípio de Peter e a confundirem governação com gestão de agendas do dia.

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É mais que evidente a fidelidade programática da Direita às políticas de austeridade impostas na crise anterior.

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[É indispensável que Costa] tome a sério a possibilidade de surgir uma intervenção do príncipe das trevas.

Carvalho da Silva, JN

 

Há uma fragrância a obituário nos derradeiros momentos do MEL.

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A Direita já nem tem saudades de si, só tem saudades de outros tempos.

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Se é esta Direita que se apresenta ao país, é mesmo bom que Rui Rio fuja para uma terra de ninguém. 

Miguel Guedes, JN


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