sábado, 20 de novembro de 2021

CITAÇÕES

 
A desigualdade é uma agonia que está a destruir o nosso mundo e a sua visibilidade reforça a exigência de justiça.

(…)

Um dos dados mais impressionantes [sobre desigualdades] é a viragem criada pelo que então se chamou candidamente globalização.

(…)

[Atualmente nos EUA] os 1% de cima têm quase o dobro do total [do rendimento] dos 50% de baixo. Tem sido um furacão de mudança social.

(…)

Quem está à frente [em criança] fica à frente [em adulto], esqueçam a mobilidade social.

(…)

A desigualdade tem uma genealogia mas histórias diferentes.

(…)

[Da cimeira de Glasgow] ficámos a saber que, com a política atual, o aumento da temperatura do planeta chegará aos 2,9oC.

(…)

Também aqui há uma história de desigualdade: os 1% mais ricos criam 70 toneladas de emissões poluentes per capita, em média, ao passo que os 50% mais pobres produzem uma tonelada per capita.

(…)

A emissão produzida pelos mais ricos é trinta vezes o limiar que permitiria restringir o aumento médio da temperatura a 1,5oC.

(…)

A desigualdade é agonizantemente visível e está a agravar-se.

(…)

[A consequência desta fratura social e das suas implicações] é a ingovernabilidade que nasce dos obstáculos sistémicos a soluções razoáveis e que bloqueia a política da transição energética e ambiental.

Francisco Louçã, “Expresso” Economia” (sem link)

 

Perante algum incómodo silencioso de São Bento, Dombrovskis já anunciou em Bruxelas que o novo Orçamento será entregue à Comissão Europeia em março, portanto poucos dias depois da tomada de posse do próximo Governo. 

(…)

Ou seja, o futuro Orçamento já está pronto. 

(…)

Resta então a questão: se o próximo Governo já tem o malfadado Orçamento e se a remodelação já está “compactada”, para que foi todo o dramalhão?

Francisco Louçã, “Expresso” Economia (sem link)

 

O Governo aprovou 14 contratos mineiros num só dia. Catorze contratos, assinados no final do mandato do Governo, assinados contra as populações e os interesses ambientais do país.

(…)

[O] decreto-lei do Governo, dá direitos a multinacionais da mineração ao mesmo tempo que retira direitos às populações.

(…)

A mão do Governo serviu para manter a porta aberta às mesmas políticas que vinham do passado e cujos erros temos pago caro.

(…)

Em todas estas situações foi o interesse económico que mandou mais alto, procurando calar o interesse nacional e ambiental.

(…)

É a típica legislação Matos Fernandes, ministro do Ambiente, bonita nas linhas gerais mas cheia de alçapões por onde desaparece a defesa do interesse ambiental.

(…)

Já o envolvimento das populações não é quando as populações decidam, é quando a Direção-Geral entender que se justifique.

(…)

Por outro lado, as minas obedecerão aos instrumentos de gestão territorial, mas podem viver à margem deles se houver uma promessa de alteração futura.

(…)

Mas a cereja no topo do bolo deste cinismo legislativo é a obrigação da distância mínima de uma mina para aglomerados populacionais que, diz a lei, será de um quilómetro, mas até pode ser menos do que isso.

(…)

Na verdade, esta legislação só é verde na propaganda.

(…)

Este desmazelo pelo património ambiental não é novo, é marca da política ambiental de Matos Fernandes.

(…)

Entregar as riquezas do país ao desbarato não é uma política de desenvolvimento económico e de valorização de recursos, é uma rendição aos poderes das multinacionais.

(…)

Seguir essas escolhas quando a urgência mundial é uma resposta séria às alterações climáticas, é irresponsável.

(…)

É preciso mudar a lei das minas e isso ainda é possível antes da dissolução do Parlamento.

Pedro Filipe Soares, “Público” (sem link)

 

Infelizmente, Portugal é, no plano económico, mas também em várias áreas do social ou da cultura, um país estagnado há já bastante tempo: apenas pontualmente se tem conseguido sacudir essa estagnação.

(…)

A estabilidade é importante em Democracia, se ancorada em programas de governação dirigidos à resolução dos problemas das pessoas e da sociedade, nos diversos espaços e patamares da sua organização e funcionamento.

(…)

A maioria política [PSD/CDS entre 2011 e 2015] foi utilizada para aprofundar e instituir desigualdades, para sacrificar os mais frágeis, para fazer baixar o patamar de desenvolvimento do país. 

(…)

O baixo nível salarial, as contradições atuais do "mercado de emprego" e a precariedade são a ponta do iceberg, de um perfil da economia que alimenta a estagnação.

(…)

O Bloco Central faz de conta e convoca o milagre da bazuca. É assim com a saúde, o ensino, a habitação.

 (...)

[No Bloco Central] consideram a atualização do SMN radical, mas o custo médio mensal de uma habitação de 80 m2 na região de Lisboa equivale a 85% do seu valor.

(…)

[O compromisso entre as forças de esquerda em 2015] foi uma das soluções políticas mais estáveis da Democracia.

(…)

As suas debilidades foram surgindo em resultado da falta de programa político consistente.

(…)

[No atual quadro], cabe às forças da Esquerda a responsabilidade de se articularem na construção do programa político e na definição da forma de governar que vença medos.

Carvalho da Silva, JN

 

O abrigo e a reprodução do tom do discurso de quinquilharia da extrema-direita foi uma das razões que levaram uma parte do seu eleitorado (à semelhança de quase todo o eleitorado do CDS) a preferir o original à cópia.

(…)

O acordo no Açores serviu que nem uma luva ao CH, incapaz de se moderar, capaz de dizer uma coisa e o seu contrário em curta sucessão, aqui encoberto pelas nuvens da autonomia regional.

(…)

[Agora] Rui Rio vê-se obrigado a assistir à vitimização daqueles a quem deu a mão enquanto clamava por um PSD "ao centro".

Miguel Guedes, JN

 

Portugal é, em 2021, um dos países do mundo com maior proporção de trabalhadoras do serviço doméstico. Mais de 109 mil pessoas fazem esse trabalho, 98% mulheres, um terço migrantes.

(…)

No serviço doméstico cruzam-se e ampliam-se todas as desigualdades: de classe, de género, as que resultam da racialização e da divisão internacional do trabalho.

(…)

Soma-se, à desigualdade social, uma verdadeira marginalização legislativa.

(…)

O serviço doméstico é regulado por uma lei à parte, fora do Código do Trabalho, com menos direitos em aspetos essenciais da regulação laboral (…) e um regime de proteção social de segunda (…). 

(…)

Só em 2004 ele [salário mínimo] passou a ser o mesmo que o dos trabalhadores em geral.

José Soeiro, “Expresso” Diário


Sem comentários:

Enviar um comentário