(…)
A
Bielorrússia é uma ditadura, a Polónia ainda é uma democracia formal, membro da
União Europeia.
(…)
Entre
os dois, confrontam-se duas retóricas de perfil autoritário que, de forma
distinta, usam pessoas vulneráveis como arma ao serviço dos seus projetos de
poder.
(…)
Hoje,
nada de essencial une o socialismo bolivariano degenerado da Venezuela, o
islamismo xiita do Irão, o conservadorismo religioso autoritário de Erdogan, o
regime falhado da Síria e os líderes vagamente nacionalistas de Mianmar.
(…)
O que
leva esta gente à proteção russa ou ao controlo económico chinês é a
sobrevivência dos seus líderes e das suas elites cleptocratas.
(…)
A
Rússia não promete uma sociedade sem classes porque o seu projeto imperial não
é mais do que o projeto pessoal de Putin e dos que o servem.
(…)
A
China não exporta revoluções, exporta o fruto de um capitalismo de Estado
bem-sucedido.
(…)
No
caso da Bielorrússia, a ligação a Moscovo é inevitável.
(…)
Boa
parte do que assistimos na fronteira com a Polónia não passa de uma guerra por
procuração.
(…)
Os
números da covid na Polónia estão, como em muitos países, a aumentar. E a
inflação é um problema — em outubro, foi das mais altas da UE. A retórica
militarista contra o invasor é útil ao governo polaco.
(…)
Foi
Lukashenko que orquestrou a ofensiva, mas a Polónia não deixa de ser um
problema nosso.
Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)
[Nos
países europeus] os governos minoritários são uma excentricidade e, por razões
que se compreendem, não oferecem estabilidade.
(…)
[Nas
coligações] nenhuma parte pode impor a sua agenda programática e que o peso
relativo das reivindicações deve refletir a correlação de forças parlamentares.
(…)
Pode
dar-se o caso de, em janeiro, Portugal ter resultados eleitorais em
contratendência, com crescimento simultâneo dos dois partidos centrais.
Pedro Adão e Silva, “Expresso” (sem link)
[Nos nossos
dias a natureza da relação de muitos dirigentes
do PSD com a Maçonaria] está associada às possibilidades de
carreira política, que dá uma relação horizontal, e aos negócios e muito pouco
aos “bons costumes” da tradição maçónica.
(…)
É uma geração mais nova, que de um modo geral esconde a sua
filiação maçónica.
(…)
[Na génese do PPD] a nível local vários membros da
extinta organização [União Nacional/Acção Nacional Popular] entraram no
partido.
Pacheco Pereira, “Público” (sem link)
[Na Cop26] os ritmos contagiantes e
poderosas palavras de activistas de todo o mundo contrastavam diariamente com a
monotonia dos corredores cheios de delegados de fato e gravata.
(…)
Esta COP foi, tal como todas as anteriores, uma Cimeira do
Clima construída para falhar.
(…)
Uma Cimeira do Clima em que a indústria fóssil teve a maior
delegação.
(…)
[Uma Cimeira do Clima em que a indústria fóssil foi melhor
recebida] do que todos aqueles que deveriam ter estado a ser ouvidos.
(…)
[A COP26] decidiu acolher acordos que
nos colocam rumo a um aquecimento global de 2,4ºC - uma sentença de morte para
milhões de pessoas.
(…)
A
crise climática não é um problema de amanhã, dos próximos cinco ou dez anos:
está aqui agora, e não é dissociável de direitos humanos ou de justiça social.
(…)
Segundo
a Global Witness, 227 líderes e activistas
climáticos foram assassinados em 2020, quase 30% deles na Colômbia,
por defenderem as suas terras e o planeta.
(…)
Não é possível resolver esta crise no mesmo sistema que a
criou: um sistema imperialista, colonialista, capitalista.
(…)
A
crise climática é uma decisão política, e sabemos que a mudança de que
precisamos não virá das instituições, mas sim do poder colectivo das pessoas.
(…)
A luta por justiça climática também é isso: aprendizagem,
colaboração, comunidade.
(…)
Há um mundo para além destas conferências, e de que é nesse
mundo que a verdadeira mudança acontecerá.
Bianca Castro, “Público” (sem link)
O crescimento físico das nossas sociedades, o crescimento,
vai ser detido inexoravelmente num futuro, cada vez mais próximo.
(…)
Alterámos o sistema terrestre de formas irreversíveis (pelo
menos na escala do tempo humano) e sem possibilidade de retorno.
(…)
Caminhamos
para um futuro de grande instabilidade em que as grandes alterações,
imprevistas, radicais, serão a norma, cada vez mais constante.
(…)
A
partir de agora (…) podemos assistir a colapsos sistémicos globais.
(…)
Só o dinheiro conta, a ânsia do lucro infinito promove a
predação e a irracionalidade infinitas.
(…)
E numa
altura [2018] em que se faziam promessas de acção sobre o clima,
simultaneamente solicitava-se aos países árabes que aumentassem a produção do
dito ouro negro.
(…)
Se a nível global o caminho do colapso parece irreversível,
por aqui e ali vão surgindo sementes de esperança.
(…)
Neste
momento, salvo por aqui e por ali, estamos a caminho do precipício, num veículo
sem travões e a alta velocidade, e o condutor não sabe, ou não quer, usar as
mudanças.
António Eloy e Pedro Soares, “Público” (sem link)
André
Ventura estatelou-se ao comprido esta semana e pregou mais um prego no caixão
do partido que inventou, talvez um prego definitivo nas suas aspirações para as
legislativas de 30 de Janeiro.
(…)
Com as
legislativas marcadas para daqui a dois meses, é muito difícil que este
episódio revelador de André Ventura não vá ser recordado pelos eleitores de
direita no momento em que decidirem optar por um dos partidos da sua área
política.
(…)
Sem a mínima vergonha na cara, Ventura desdisse o que apenas
dois dias antes tinha defendido.
(…)
Uma trampolinice que vai custar caro ao Chega nas legislativas.
Ana Sá Lopes, “Público” (sem link)
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