(…)
[O
Parlamento aprovou na última sessão da legislatura] aumentar, nestes casos, as
faltas justificadas ao trabalho por motivo de luto para 20 dias.
(…)
[A lei
atual] é claramente desfasada da realidade e das necessidades de quem trabalha.
A lei mudou e mudou muito bem.
(…)
É
razoável um período de apenas dois dias de luto pela perda de um irmão? Não
será pouco?
(…)
A
perda gestacional permanece assim com o estatuto de uma espécie de “luto não
reconhecido”, por não existir ainda uma validação social ou legal desta perda.
(…)
Também
nestes casos é da mais elementar justiça consagrar o direito a faltar
justificadamente ao trabalho.
(…)
O
passo que se deu de alargamento do luto parental mostra-nos que é possível
amplas maiorias nestas matérias.
José Soeiro, “Expresso” Diário
Sou defensor convicto do Serviço Nacional de Saúde (SNS), pela evidência
dos extraordinários ganhos para o conjunto dos portugueses, que a sua
existência significa.
(…)
A universalidade no acesso em todas as
áreas e patamares do exercício da medicina, desde logo, na saúde preventiva e
no diagnóstico precoce, são um pressuposto confirmado de melhor saúde e,
seguramente, de menor custo.
(…)
Pessoalmente, posso testemunhar que, se
sou hoje uma pessoa ativa e saudável, o devo aos conhecimentos, às capacidades
e multivalências acumuladas no SNS.
(…)
Os atrasos nas respostas em saúde
provocam problemas graves para os cidadãos e agravam aceleradamente os custos.
(…)
O SNS prestigiou-se nas respostas à
pandemia, mas o insuficiente investimento e o retardar de um esforço
estratégico de melhoria da sua organização são demolidores.
(…)
[No SNS] é urgente a valorização salarial
dos seus profissionais e das suas carreiras, o reforço de quadros.
(…)
A saúde pode
parecer cara no imediato, mas os ganhos obtidos com investimento atempado
multiplicam-se no futuro como em nenhum outro setor.
É
discutível o direito de preservar a total liberdade de quem não se quer vacinar
se isso prolongar a privação da liberdade de todos.
(…)
No
leste, a fraca adesão à vacina talvez se explique pela justificada desconfiança
em relação ao Estado.
(…)
A
resistência da maioria [na Áustria e na Alemanha] resulta da desconfiança e do
medo, não da recusa convicta.
(…)
Descobrimos
agora, com espanto, que em vez de evoluirmos, estamos a retroceder.
(…)
Cada
vez mais pessoas formam a sua opinião com base em buscas na internet e nas
redes sociais, confundindo informação com saber.
(…)
Este
processo de falsa democratização do conhecimento corresponde a um processo de
falsa democratização da sociedade.
(..)
A
destruição da autoridade intelectual e científica, que acompanha a destruição
de todas as instâncias mediadoras, não corresponde a uma democratização do
saber, mas a uma democratização da ignorância.
(…)
A
reação às vacinas, como a reação aos impostos, resulta de uma visão egocêntrica
da liberdade.
(…)
Por
fim, a ilusão do conforto. O facto de ele ser uma coisa recente para os
portugueses ajuda a explicar a nossa confiança nas vacinas e na medicina.
Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)
O PSD
acabou no sentido em que, para a semana, teremos um partido muito diferente do
que conhecemos até agora.
Pedro Adão e Silva, “Expresso” (sem link)
O local central era o ponto de referência a partir do qual o
partido estava ancorado.
(…)
A verdadeira alteração de fundo da tradição e identidade
política do PSD deu-se no período do Governo Passos-Portas-troika.
(…)
Todo esse período está manipulado na sua história.
(…)
Basta
ver a sequência de eventos do próprio ano de 2011, quando as primeiras medidas
de austeridade, anunciadas como sendo excepcionais e não repetíveis, depois se
tornaram a norma.
(…)
No fim
não foi o Governo que nos libertou da troika
– foi um conjunto de conveniências políticas europeias que
permitiu que se escondesse por debaixo do tapete a crise da banca, que ainda
hoje pagamos.
(…)
Toda a
filosofia desenvolvida nesses anos foi assente no princípio de que os
portugueses viviam “acima das suas posses”, no anátema contra os mais velhos,
na ideia da “justiça geracional” e no ataque à função pública enquanto
instrumento de mobilidade social.
Pacheco Pereira, “Público” (sem link)
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