quarta-feira, 1 de junho de 2022

CITAÇÕES À QUARTA (05)

 
A desconstrução do fechamento de cada cultura no seu discurso hegemónico é um imperativo de seriedade e de busca de suportes para a emancipação.

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A busca de equivalentes progressistas em cada uma das culturas é o que dá razão de ser a um diálogo entre elas com o sentido de dar solidez a lutas pela libertação das pessoas e das comunidades.

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O nosso tempo é, em minha opinião, um segundo momento histórico de densificação das afinidades eletivas entre marxismo e cristianismo.

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Isso decorre, desde logo, da radicalização das características básicas do capitalismo no que se vem chamando o capitalismo tardio.

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E é também de radicalização do capitalismo que se trata quando assistimos à configuração de uma nova fase na relação entre trabalho e capital.

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A Doutrina Social da Igreja vem tornando mais inequívoca a sua condenação da economia e da organização social capitalistas: “esta economia mata”, escreveu Francisco na Exortação Evangelii Gaudium

José Manuel Pureza, Esquerda.net

 

Então, o emprego [em Portugal] vai de vento em popa ou estamos no buraco em que ou não existem trabalhadores qualificados ou já emigraram? 

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O problema é mesmo que as duas afirmações podem ter um grão de verdade.

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Há oferta de empregos, mesmo que seja pouca. 

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A oferta registada no IEFP não chega a 1% dessa necessidade (900 mil mulheres e homens que precisam de trabalho).

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Mas é certo que, em alguns sectores, há falta de trabalhadores e há ofertas de emprego que não são preenchidas. 

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O emprego poderia crescer nestes sectores. Só há um problema, é que neles a regra é o salário mínimo.

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Assim sendo, as florescentes perspetivas de um terceiro trimestre de crescimento do emprego dependem da entrada de imigrantes que aceitem qualquer condição.

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As ofertas de empregos para os “talentos” são raras e os jovens sabem que, normalmente, lhes vai ser proposta uma remuneração colada ao salário mínimo. 

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A conclusão evidente para tanta gente é que só vale a pena tirar um curso para ir trabalhar no estrangeiro.

Francisco Louçã, “Expresso” online

 

Os multimilionários viram a sua riqueza aumentar tanto nos últimos 24 meses como nos 23 anos anteriores.

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No setor alimentar e da energia, as fortunas dos mais ricos aumentaram mil milhões de dólares a cada dois dias. 

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A combinação dos efeitos da pandemia, do aumento da desigualdade global e do choque do aumento de preços dos alimentos agravado pela guerra na Ucrânia pode empurrar 263 milhões para a pobreza extrema em 2022.

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Há quatro setores em que este processo de acumulação está a ser fulgurante: o farmacêutico, o alimentar, o energético e o tecnológico. 

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Os lucros das petrolíferas quase duplicaram durante a pandemia.

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Pfizer e Moderna estão a lucrar mais de mil dólares por segundo com a vacina.

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Os 20 mais ricos possuem mais riqueza que todo o produto interno bruto da África subsariana.

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As mulheres e os grupos racializados são quem mais está a sofrer com a pandemia, a especulação na energia e a crise alimentar, agravando-se a pobreza e o acesso ao trabalho.

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A Oxfam sugere três medidas de elementar sensatez: um imposto sobre os lucros extraordinários dos maiores grupos multinacionais, a começar pelos da energia (…); um imposto de solidariedade sobre a riqueza dos novos multimilionários (…). E um imposto permanente sobre a riqueza (…).

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[O OE 2022] não foi capaz de acolher qualquer medida que se assemelhasse vagamente às moderadas recomendações da Oxfam, embora tenham sido propostas.

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Os mecanismos de acumulação de riqueza não estão sequer a ser beliscados.

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Ao contrário da impostura liberal, pobreza e riqueza são fenómenos relacionais. A dor é mesmo o outro lado da moeda do lucro.

José Soeiro, “Expresso” online


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