quinta-feira, 2 de junho de 2022

PARLAMENTO EUROPEU APROVOU UMA RESOLUÇÃO SOBRE AS CONSEQUÊNCIAS SOCIAIS E ECONÓMICAS DA GUERRA E AS RESPOSTAS NECESSÁRIAS

 

Ao cuidado de António Costa e Fernando Medina: o Parlamento Europeu aprovou uma resolução sobre as consequências sociais e económicas da guerra e as respostas necessárias, na qual trabalhei. Seria bom que o governo português prestasse atenção às suas recomendações.

Um dos focos da resolução é o dos impactos provocados pela escalada da inflação, sobretudo na energia e nos bens alimentares. A este respeito, reconhece a importância de duas medidas que o Bloco tem defendido: a regulação de preços e a tributação dos lucros extraordinários. O Parlamento diz ainda que o crescimento salarial tem de ter em conta a inflação e a produtividade para manter o poder de compra. Em Portugal, os salários vão crescer bem abaixo de ambas, traduzindo-se numa transferência de rendimento do trabalho para o capital.

Além disso, o texto sublinha a importância de reduzir a dependência de combustíveis fósseis e implementar um plano de investimento na eficiência energética e nas energias renováveis, reconhecendo o papel central do investimento público neste domínio.

Apresentei emendas críticas das intenções da Comissão Europeia sobre energia, que parece apenas querer substituir as importações de gás natural da Rússia por outras do Catar ou dos EUA. A UE deve focar-se, acima de tudo, na produção e utilização de energias renováveis.

Finalmente vingaram também as exigências sobre o alívio da dívida da Ucrânia e também sobre a requisição de informação aos offshores sobre os ativos detidos por indivíduos sancionados e a criação de um Registo de Ativos Europeu, na linha do que a esquerda tem defendido. (José Gusmão)


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