Ao cuidado de António Costa e Fernando Medina: o Parlamento Europeu aprovou
uma resolução sobre as consequências sociais e económicas da guerra e as
respostas necessárias, na qual trabalhei. Seria bom que o governo português
prestasse atenção às suas recomendações.
Um dos focos da resolução é o dos impactos provocados pela escalada da
inflação, sobretudo na energia e nos bens alimentares. A este respeito,
reconhece a importância de duas medidas que o Bloco tem defendido: a regulação
de preços e a tributação dos lucros extraordinários. O Parlamento diz ainda que
o crescimento salarial tem de ter em conta a inflação e a produtividade para
manter o poder de compra. Em Portugal, os salários vão crescer bem abaixo de
ambas, traduzindo-se numa transferência de rendimento do trabalho para o
capital.
Além disso, o texto sublinha a importância de reduzir a dependência de
combustíveis fósseis e implementar um plano de investimento na eficiência
energética e nas energias renováveis, reconhecendo o papel central do
investimento público neste domínio.
Apresentei emendas críticas das intenções da Comissão Europeia sobre
energia, que parece apenas querer substituir as importações de gás natural da
Rússia por outras do Catar ou dos EUA. A UE deve focar-se, acima de tudo, na
produção e utilização de energias renováveis.
Finalmente vingaram também as exigências sobre o alívio da dívida da
Ucrânia e também sobre a requisição de informação aos offshores sobre os ativos
detidos por indivíduos sancionados e a criação de um Registo de Ativos Europeu,
na linha do que a esquerda tem defendido. (José Gusmão)
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