(…)
Durante
a minha vida (curtíssima em comparação com o início da ocorrência da
biodiversidade no globo terrestre) conheci animais e plantas que já
desapareceram, pelo menos de Portugal.
(…)
Com este devastador incêndio, resultante da
incúria e incompetência de quem devia proteger o Parque Natural e Geoparque
Internacional da Serra da Estrela, há animais e plantas que ficarão em elevado
risco de extinção e até poderão ter sido extintas.
(…)
Infelizmente a equipa do ICN é, actualmente, tão reduzida que
não tem qualquer capacidade de proteger a Natureza.
(…)
Andamos, realmente, a brincar com o fogo.
Jorge Paiva, “Público” (sem link)
O
pontificado do Papa Francisco notabiliza-se pelo enfrentamento corajoso e
transparente de uma enxurrada de atos criminosos praticados ao longo de
décadas, sob o manto de poder da Igreja Católica, por alguns membros do seu
clero e ordens religiosas.
(…)
Personalidades
criminosas, vestindo casulas bordadas a ouro, atuavam com total à vontade,
tendo as vítimas à mão, tolhidas por temor reverencial e tendo a justiça longe,
pelo encobrimento.
(…)
Profundamente
desgostado, o Papa pediu perdão e determinou medidas para inventariar, punir e responsabilizar
quem tivesse de o ser, tanto pelos abusos já conhecidos, como por aqueles ainda
ocultos.
(…)
No
Canadá, para a redenção possível das atrocidades cometidas ao longo
de anos por membros do clero e ordens religiosas católicas,
Francisco deslocou-se em “peregrinação penitencial a lugares escuros do erro,
dor e vergonha” nas suas próprias palavras.
(…)
[O Papa Francisco] personalidade
surpreendente, muito sensível e emotiva, está à vontade no meio dos pobres,
porque veio de um continente onde a pobreza parece eterna.
(…)
Propõe mudanças sem medos e quer a Igreja Católica a
responder mais e melhor aos problemas sociais desta era.
Maria José Fernandes, “Público” (sem link)
O
primeiro problema desta contratação [de Sérgio Figueiredo por Fernando Medina]
é o de se configurarem indícios fortes de troca de favores, neste caso em
particular, mas também no da contratação de serviços a uma empresa de Sérgio
Figueiredo (na ordem dos 30 mil euros) pela Câmara de Lisboa, em
2020, quando Medina era ainda presidente da autarquia.
(…)
O indício de eventual troca de favores é tão evidente que não
é preciso explicar o dito..
(…)
[São procedimentos que] levantam
problemas sérios de transparência no processo de tomada de decisão e,
consequentemente, contribuem para a descredibilização da classe política e dos
partidos.
(…)
O segundo problema desta contratação é que ela representa uma
enorme desvalorização dos quadros do Ministério das Finanças.
(…)
[Esta contratação significa que] os
quadros do Ministério das Finanças, nomeadamente do gabinete do ministro, são
considerados por Fernando Medina como tendo qualificações e capacitação
insuficiente para desempenhar assessoria na produção e implementação das
políticas públicas.
(…)
Isto é
tanto mais grave quanto se trata de um Governo socialista que, portanto, devia
valorizar os quadros da administração pública.
(…)
Acresce
que, dadas as carências de pessoal no SNS, na Educação, na Segurança Social,
etc, estas contratações no setor privado assumem até laivos de imoralidade.
(…)
O
terceiro e último problema, mas não o menos importante, é que os salários dos
servidores públicos (tirando os salários na base da escala social, nomeadamente
o salário mínimo) não eram aumentados desde 2009 e, em 2021 e 2022, os aumentos
de 0,3% e 0,9%.
(…)
Estas contratações externas e “a preços pornográficos” no
setor privado só podem gerar mais insatisfação, descontentamento e desmotivação
[nos quadros da administração pública].
André Freire, “Público” (sem link)
No final do ano haverá no mundo 345 milhões de pessoas em
insegurança alimentar aguda.
(…)
Eram 150 milhões em 2019 e 279 milhões antes da invasão da
Ucrânia pelas forças russas a 24 de Fevereiro.
(…)
Em
três anos, com uma pandemia pelo meio e uma guerra que se prolonga há quase
seis meses, a quantidade de pessoas nessa situação mais do que duplicou.
(…)
A situação tornou-se de emergência.
(…)
Muitos terão frio este Inverno, com o gás da Rússia a faltar
na Europa, outros sentirão fome. Uns quantos morrerão.
(…)
Em
2030, cerca de 670 milhões de pessoas, ou 8% da população mundial, serão
afectadas pela fome, número semelhante ao de 2015 quando a Agenda para o
Desenvolvimento Sustentável foi adoptada.
António Rodrigues, “Público” (sem link)
Os
dados do Censo norte-americano mostram que, em Julho, 25 milhões de pessoas
confessaram não ter tido o suficiente para comer em algum dia da semana
anterior.
(…)
Os níveis de insegurança alimentar voltaram a subir para
níveis da fase mais aguda da pandemia.
(…)
A
subida do preço dos alimentos deixou mesmo as pessoas com trabalho em situação
frágil, pois os ordenados não acompanharam a inflação.
(…)
[Em Nova Jérsia] uma em cada 11 crianças vive em
insegurança alimentar.
António Rodrigues, “Público” (sem link)
Maria, estudante na Sorbonne, recorre, como muitos estudantes
de Paris, à distribuição de alimentos da Linkee.
(…)
Segundo
o canal de televisão BFMTV, dois em cada
três estudantes vivem com 50 euros por mês depois de pagarem as despesas, 50
euros para comida, higiene e roupa.
(…)
Os estudantes beneficiários de ajuda alimentar cresceram 12%
entre Janeiro de 2020 e Dezembro de 2021.
(…)
Os
confinamentos e a crise económica afectaram 79% dos que trabalhavam, com
redução de salário, lay-offs
ou mesmo extinção do posto de trabalho.
(…)
Em
2021, mais de um em cada dois jovens sentiu dificuldades para se alimentar de
maneira saudável e equilibrada, uma subida de 11 pontos percentuais em dez
anos.
António Rodrigues, “Público” (sem link)
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