Mais um retrocesso civilizacional.
Vejamos, para começo de conversa e umas horas depois da incredulidade
inicial. Milhares de professores profissionalizados abandonaram o ensino na
última década e meia, cansados da precariedade e dos baixos salários. Pela
mesma batuta de um governo socialista este é um novo ataque à profissão, que é,
acima de tudo, um ataque à educação. Um outro governo convidou-os a emigrar.
Serão justificáveis estas políticas que fecharam o acesso e a progressão na
carreira? Os custos com os salários justificaram estas medidas? Bom, o
resultado está à vista: há falta de professores sim. Há pelo menos 4 anos que
se vem chamando à atenção para o problema, que é uma tendência internacional.
No entanto, em vez tornar a carreira mais atractiva e de recuperar os que a
abandonaram, passa a ser possível a qualquer pessoa licenciada dar aulas.
Perante os desafios e as exigências da escola atual, os receios dos docentes
são mais do que fundamentados. E mais grave ainda. Este abaixamento das
habilitações para dar aulas vai permitir resolver o problema com menores custos
para o Estado, o que também é duvidoso, mas convém alertar desde já: vencimento
pelo primeiro escalão, nenhuma possibilidade de entrada na carreira e
precariedade eterna. Até parece uma solução brilhante do Ministro da Educação,
mas não é. Para ninguém, muito menos para os alunos. (Alexandra Vieira)
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