sábado, 24 de setembro de 2022

MAIS CITAÇÕES (199)

 
Habituei-me a acreditar em quem aconselha: se queres um bom futuro, trata eficazmente do presente.

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[Os nossos governantes] convocam continuamente a instituição "crise" para criar as situações de exceção com que eliminam direitos e aumentam a exploração e a pobreza.

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O Conselho de Finanças Públicas apresentou cálculos perspetivando que um trabalhador que recebe os 12 meses do ano, o subsídio de férias e o de Natal - que não veja o seu salário atualizado de acordo com a inflação - irá ter uma perda equivalente a um salário.

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Como será possível um Acordo sobre Competitividade e Rendimentos, para o imediato e o curto prazo, fora daquela Agenda [do trabalho digno]?

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O que leva o governador do Banco de Portugal (e governantes) a clamar contra a atualização justa das pensões não é a preocupação com a sustentabilidade da Segurança Social.

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[Eles querem] utilizar os milhares de milhões de euros dos saldos positivos da gestão do sistema (é dinheiro só do trabalho) para concretizar a sua visão de Orçamentos do Estado com contas certas.

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No momento, setores patronais oportunistas invocam impactos reais e imaginários de crises e catástrofes para tentarem conquistar a redução do IRC.

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Mais de 50% das empresas não pagam IRC.

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Os apoios às empresas devem, pois, dirigir-se às que deles necessitam e merecem, por assumirem contrapartidas necessárias.

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Marcelo quer que os portugueses se acomodem às perdas de rendimentos que já tiveram e à não atualização de salários e pensões a que têm direito, agora.

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Não aceitemos a "normalização" das crises.

Carvalho da Silva, JN

 

Se isto [ameaça de uma guerra nuclear] não é um ataque à paz, não sei o que possa ser.

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Quem, desde o primeiro dia deste conflito, resultado de uma agressão militar da Rússia à Ucrânia, fez ameaças nucleares foram Putin, Lavrov e aquele belicista sem paralelo no lado de “cá”, Medvedev.

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Se [no PCP] não saírem para a rua claramente contra quem faz esta escalada, pondo o nome às coisas, e Putin e a Federação Russa são os nomes, na verdade não é a paz que desejam, mas uma vitória militar russa.

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A sequência perigosa está toda no discurso de Putin.

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Os referendos têm apenas o papel de pseudolegitimar conquistas territoriais de um Estado sobre outro, o mais clássico motivo para uma guerra imperialista.

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Duvido que [no PCP] apoiem a escalada belicista de Putin, mas também os incomoda muito a eficaz ofensiva ucraniana.

Pacheco Pereira, “Público” (sem link)

 

Não houve um tempo em que fossem suaves os impactos culturais e sociais que as migrações provocam.

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Em Portugal, 0,5% da população que aqui vive há mais de 500 anos chega para ocupar 50% da agenda do terceiro ­maior partido.

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Recusar o debate [sobre imigração, refugiados ou minorias não “integradas”] é entregá-lo aos promotores do ódio, mas só vale a pena fazê-lo com quem quer fazer parte da solução, não com quem alimenta e se alimenta do problema. 

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E é por isso que a extrema-direita não é interlocutora. 

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Os problemas com as comunidades migratórias ou com as minorias são de sempre.

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O que é preciso perceber é o que lhes deu centralidade política.

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Apesar de termos mais recursos do que nunca, os filhos estão condenados a viver pior, com ­maior incerteza e de forma mais precária do que os pais. Mesmo nos países mais ricos.

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A crise quase permanente em que vivemos há tanto tempo ajuda a explicar parte do fascínio por quem oferece soluções simples e alvos fáceis.

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Negar a componente social e económica da sedução pelo autoritarismo, centrando a divisão do mundo entre oponentes e defensores de um “mundo aberto”, levar-nos-á a duros choques com a realidade. 

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Mesmo a pacata Suécia, um dos países mais tolerantes, educados e prósperos do mundo, viu um partido neofascista tornar-se na segunda maior força política.

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Em 2010, 14% da população era de origem estrangeira, um valor que subiu para 26% numa década.

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Tal choque só é suportável reforçando direitos e a igualdade, nunca fazendo o caminho oposto.

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Estamos sempre a tentar entrever o recuo do extremismo de direita.

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Mas o ovo da serpente lá continua. 

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Le Pen teve o melhor resultado da extrema-direita em França.

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Em Itália, podemos vir a ter um Governo de neofascistas e aparentados.

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A resposta é a que demos depois da II Guerra, (…): temperar a economia de mercado com uma implacável redistribuição da riqueza que a impeça de ser uma sociedade de mercado, doente e inviável.

Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)

 

Esse drama [existencial que a democracia brasileira vive actualmente] resulta da ameaça que paira sobre a sobrevivência da própria democracia.

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Haverá risco de um golpe de Estado no Brasil? Serão pacificamente reconhecidos os resultados eleitorais se contrários aos interesses bolsonaristas? A quem serve a retórica do golpe anunciado e o ambiente de intimidação instalado?

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A retórica do golpe é mais eficaz em instalar o medo do que em condicionar opções.

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Por isso, o medo do golpe funciona sobretudo enquanto golpe do medo.

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Talvez pela primeira vez na história do continente, os EUA não parecem estar interessados em fomentar a instabilidade democrática ou em influenciar o processo eleitoral.

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As Forças Armadas [brasileiras] estão divididas e os sinais que recebem da sua maior referência estratégica (as altas patentes militares norteamericanas) não parecem estimular aventuras golpistas.

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Sabem, no entanto, que têm hoje suficiente poder de influência no Brasil para impor algumas condições de continuidade ao novo presidente se ele não for Bolsonaro.

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A extrema-direita brasileira é talvez mais ambígua sobre o processo eleitoral do que se supõe.

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Por outro lado, a forças que se opõem ao bolsonarismo estão neste momento divididas em três candidatos - Lula da Silva, Ciro Gomes e Simone Tebet.

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Particularmente em tempo de polarização, a divisão enfraquece e o potencial eleitorado dos candidatos que disputam a alternativa de Lula da Silva pode facilmente migrar para Bolsonaro.

Boaventura Sousa Santos, “Público” (sem link)


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