quarta-feira, 5 de junho de 2024

CITAÇÕES À QUARTA (106)

 Para já, a imigração em Portugal é um problema imaginário, mas tem servido para pôr à vista um problema real: o medo paranoico de imigrantes.

(…)

Isto trocado por miúdos passa muito por racismo e xenofobia. Já sabemos que deixaram de existir constrangimentos em vocalizar tais preconceitos.

(…)

De forma mais ou menos explícita, o partido [Chega] vai alimentando e manipulando esta paranoia coletiva. É esse medo dos imigrantes que lhes garante a votação estrondosa.

(…)

[Ventura aprendeu com o que se passa no estrangeiro] que atualmente a única forma de despertar paixões e de mobilizar as pessoas para a política é usar e acentuar os seus medos.

(…)

Não chamaria a isto um talento [de Ventura], mas um descaramento.

(…)

Os efeitos desta política são de tal ordem que a própria direita tradicional sente que tem de dar respostas aos medos do eleitorado, sob pena de perder terreno.

(…)

Estamos sempre a falar de políticas anti-imigração.

(…)

[Montenegro não é como Ventura mas] toma medidas que vão ao encontro dos portugueses que têm medo. Tranquiliza-os.

(…)

A partir de agora, para entrar legalmente em Portugal, vai ser preciso um visto de trabalho. Sem esse visto, os imigrantes que entrarem já não poderão legalizar a sua situação.

(…)

A mensagem política que acompanha estas medidas é humanista, quase uma apologia dos direitos humanos.

(…)

Nunca uma política anti-imigração se travestiu tanto de política de defesa dos imigrantes.

(…)

[Estas medidas poderão] contribuir para o aumento da imigração ilegal e claro que poderão fomentar uma máfia dos contratos de trabalho.

(…)

[As palavras do Papa sobre emigração são exemplares]: São, na verdade, quatro verbos: acolher, proteger, promover e integrar. A beleza das palavras contrasta com a dureza das ações.

Carmo Afonso, “Público” (sem link)

 

[O Dia Mundial do Ambiente que hoje se celebre é] um [bom] momento para refletirmos sobre o impacto das atividades humanas nos recursos naturais do planeta e para promovermos iniciativas em prol de práticas amigas do meio ambiente.

(…)

Entre as principais causas da deterioração [dos ecossistemas] encontram-se a rápida industrialização, as práticas agrícolas não sustentáveis e a urbanização descontrolada.

(…)

As alterações climáticas intensificam os desafios enfrentados pelos ecossistemas, perturbando o seu delicado equilíbrio em todo o planeta e promovendo a degradação ambiental.

(…)

O impacto negativo da desertificação na agricultura e produção de alimento é muito significativo, exacerbando a insegurança alimentar e as vulnerabilidades socioeconómicas.

(…)

De facto, a lista de desafios ambientais que o planeta enfrenta é vasto e multifacetado colocando em perigo o bem-estar das gerações presentes e futuras.
(…)

É essencial adotar práticas sustentáveis na indústria, promover a agricultura regenerativa e implementar políticas de urbanização que respeitem a natureza.

Sofia Almeida Pereira, “Público” (sem link)

 

Há mais de meio século que se assinala este dia criado na sequência da primeira Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano, ocorrida em Estocolmo em junho de 1972.

(…)

Hoje a natureza e o estado do ambiente estão piores do que em 1972!

(…)

A crise ambiental e, agora, a crise climática, alastrou a todo o mundo.

(…)

Quanto à natureza, nem se fala; a biodiversidade decaiu assustadoramente nestes 50 anos.

(…)

Desde 1970 até 2014, mais de metade das espécies de animais desapareceram da Terra.

(…)

Agora, em 2024, o Dia Mundial do Ambiente tem como temas contrariar os efeitos da degradação e, nomeadamente, “acelerar o restauro da terra, a resiliência à seca e à desertificação”.

(…)

[Estes 50 anos] foram habilmente aproveitados pelas empresas para vender mais, e pelos governos para serem laxistas, exatamente o contrário do desejado.

(…)

Desenvolveram com grande maestria e enormes investimentos o “greenwashing” que se define, segundo a Wikipedia, como “a injustificada apropriação de virtudes ambientalistas por parte de organizações (empresas, governos, etc.) ou pessoas, mediante o uso de técnicas de marketing e relações públicas.

(…)

[Seria preferível que, por exemplo, a indústria papeleira] apostasse na investigação dos processos industriais e florestais, de modo a torná-los menos prejudiciais para o ambiente.

(…)

Seria melhor que as celuloses reconhecessem o impacto negativo no ambiente da sua atividade.

(…)

O correto é encarar as realidades de frente e, quando são geradoras de problemas ambientais ou sociais, procurar diminuir o seu impacto e encontrar alternativas.

Nuno Gomes Oliveira, “Público” (sem link)

 

A conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas em Bona (Alemanha), SB60, está a começar e decorrerá durante as próximas duas semanas.

(…)

O foco das negociações climáticas desde ano está na área do Financiamento Climático, e em concreto em estabelecer as bases para um novo acordo global.

(…)

Este ano, os governos devem chegar a um acordo acerca da Nova Meta Quantificada Colectiva de Financiamento Climático (NCQG).

(…)

Quanto a mim (e à sociedade civil presente), algumas das reivindicações [dos países mais vulneráveis para fazerem face às alterações climáticas] ncluem que a quantia seja baseada na justiça e na ciência, de acordo com as necessidades dos países beneficiários.

(…)

Devem existir submetas para mitigação, adaptação e perdas e danos (os pilares do financiamento para a acção climática) e o foco deverá estar em financiamento público e não privado.

(…)

Recuso desde já o argumento falacioso de que “não há dinheiro”: não há falta dinheiro, há falta de acção e vontade política.

(…)

Um estudo recente mostrou que um só imposto sobre a extracção de combustíveis fósseis pelos países da OCDE poderia gerar 900 mil milhões de dólares até 2030.

(…)

Não é novidade que a indústria fóssil tem lucrado milhares de milhões de dólares à custa das pessoas.

(…)

A era dos combustíveis fósseis tem de terminar.

(…)

Os poluidores devem arcar os custos da destruição que causaram, incluindo os das medidas tomadas para prevenir, controlar e reparar os mesmos, assim como os custos impostos à sociedade.

(…)

Os poluidores devem arcar os custos da destruição que causaram, incluindo os das medidas tomadas para prevenir, controlar e reparar os mesmos, assim como os custos impostos à sociedade.

Bianca Castro, “Público” (sem link)

Sem comentários:

Enviar um comentário