(…)
Os polícias, mais uma vez, atuaram com violência contra estes
manifestantes e deram proteção ao grupo de Mário Machado.
(…)
Há fotografias de agentes a cumprimentar muito cordialmente
membros do 1143.
(…)
Mário
Machado estava presente na noite em que assassinaram Alcindo Monteiro e
participou nas agressões levadas a cabo pelo grupo de então.
(…)
Tenham
presente que, em fevereiro de 2021, Mário Machado exibiu orgulhosamente nas
redes sociais a fotografia do almoço de grupo que precedeu o assassinato de
Alcindo Monteiro.
(…)
Cada
um deverá tirar daqui as suas conclusões sobre a reabilitação de Mário Machado
e sobre o timbre de todos os que o seguem e acompanham.
(…)
Porque continuam a passar uma mensagem de conivência [de
polícias] com estas pessoas?
(…)
O assunto deve preocupar-nos. As polícias são fundamentais na
vida em sociedade.
(…)
É insano ver agentes policiais assumirem comportamentos que
põem em causa essa relação de confiança [que deveriam ter com todos
nós].
(…)
Sabemos também que o Chega está profundamente infiltrado nas
várias polícias. Isto não é coisa pouca.
(…)
[As pessoas racializadas] têm boas razões para, em vez de
segurança, verem nestes agentes a possibilidade de estarem perante um agressor.
(…)
Foi
evidente a mão do Chega em algumas das ações de protesto levadas a cabo pelos
agentes antes das eleições legislativas.
(…)
Este seria
o momento certo para as forças policiais fazerem o corte com a extrema-direita
e retomarem a sua melhor tradição sindical.
(…)
As
negociações que estão a decorrer entre as forças policiais e o Governo
interessam-nos. É justo que as suas reivindicações sejam atendidas.
Carmo Afonso, “Público” (sem link)
Como sempre acontece, [do resultado destas eleições
europeias] nem todas as previsões acertaram.
(…)
A esquerda europeia, à esquerda dos socialistas e democratas,
resistiu e, embora com dificuldades, dá sinais importantes de recomposição em
alguns países.
(…)
A esquerda nórdica cresceu, particularmente na Finlândia como
reação a um governo que integra a extrema-direita.
(…)
Em França, perante a convocatória de eleições antecipadas por
Macron, foi já anunciada uma nova Frente Popular.
(…)
Este sinal francês, que resulta de um sobressalto contra o
tapete que Macron parece estender à extrema-direita para governar.
(…)
Ursula Von der Leyen, empenhada defensora do genocídio
cometido por Israel em Gaza (…) conta agora, tudo indica, com o apoio
dos socialistas europeus para se manter no poder.
(…)
Afinal, o centrão está disponível para os seus entendimentos
e negócios.
(…)
Coincidências da história, estas eleições europeias
aconteceram ao mesmo tempo em que se realiza em Genebra a conferência da
Organização Internacional do Trabalho, a única organização internacional do
sistema da Sociedade das Nações que lhe sobreviveu.
(…)
Integrada na constituição da OIT desde então [a Declaração de
Filadélfia, em maio de 1944], este documento afirma os princípios sobre
os quais se funda a organização. O primeiro de todos: “o trabalho não é uma
mercadoria”.
(…)
Em que medida pode o “espírito de Filadélfia” inspirar-nos
hoje face ao momento europeu? De que alianças precisamos e em torno de que
valores? Que pequenos passos podemos dar com as forças que temos? Em que gestos
deve a esquerda encontrar-se?
José Soeiro, “Expresso” online
Luís Montenegro precisava que o foco das atenções se
afastasse da sua derrota eleitoral [anunciando o apoio do governo à
candidatura de António Costa à presidência de Conselho Europeu].
(…)
Apesar de ficar mais claro porque António Costa não
participou na campanha do Partido Socialista, o anúncio do apoio do atual
primeiro-ministro é indiferente.
(…)
A questão é a de sempre: para além do orgulho de uma Nação
que adora ser notada, ganhamos alguma coisa com a esta presidência?
(…)
Tudo depende se Costa quer fazer política, como Guterres faz,
ou fazer pela vida, como Barroso fez.
(…)
Por fim, a ironia de tudo isto: os mesmos que quiseram tramar
Costa, fazendo com ele o que não fizeram com Marcelo no caso das gémeas,
acabaram por lhe dar uma ajuda.
(…)
Tramou-se o país, que trocou uma maioria absoluta por uma
crise política que pode tornar-se estrutural.
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