(…)
O governo avançou com um programa fiscal
radical e iníquo que atenta contra a progressividade do nosso sistema e
concentra benefícios numa minoria de jovens privilegiados.
(…)
[O Governo] começou a distribuir dinheiro
centrada em setores com mais peso eleitoral.
(…)
O PS não pode aceitar ser mero ser retificador de decisões do PSD, Chega e IL.
(…)
Se o PSD quer o voto do PS, não tem espaço para este caminho.
(…)
Nada indicia um interesse em negociar ou uma
perspetiva de governar a longo prazo.
(…)
Apenas um cerco ao PS para o responsabilizar
por novas eleições e a criação de boas condições para ir a votos.
(…)
Se as pessoas responsabilizassem o PS pela crise e este perdesse as eleições, o PSD reforçaria a sua posição e até poderia conquistar uma maioria com o seu pequeno clone, a IL.
(…)
A AD sabe que, desde que consiga responsabilizar o PS pela crise, a probabilidade de vencer e se reforçar é alta.
(…)
A pressão sobre o PS não vem, portanto, de quem busca a estabilidade, mas de quem procura o cenário
mais favorável para a direita ir já a votos.
(…)
Mesmo no arranque das supostas negociações, o
discurso de Montenegro, colado a um vergonhoso oportunismo nas águas do Douro (…), foi de pré-campanha.
(…)
Marcelo, como Montenegro, apostou na chantagem
sobre o PS.
(…)
Com tudo a seu favor, a começar pelo ambiente
mediático, a AD parte para esta suposta negociação impondo condições que são,
elas próprias, a negação de uma negociação.
(…)
Quer uma oposição mais neutralizada do que se houvesse uma maioria absoluta.
(…)
Está a ser preparada uma humilhação política ou a
responsabilização do PS por uma crise.
Daniel
Oliveira, “Expresso”
A anunciada alteração do Governo ao Regime
Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial (RJIGT) (…) mostra a
falta de visão sistémica sobre o problema complexo que envolve o espaço urbano.
(…)
A
dificuldade de acesso à habitação prende-se com dinâmicas de mercado e de uma
particular pressão nos centros urbanos por falta de um crescimento mais
equilibrado do restante espaço edificável.
(…)
A
medida apresentada pelo Governo vai, pelo contrário, agudizar mais o problema
de crescimento não-qualificado das nossas periferias e dos espaços entre
cidades.
(…)
Um
promotor imobiliário de habitações a custos controlados não terá o mínimo
incentivo, nem capacidade, para promover a diversidade de usos nestas novas
localizações.
(…)
Este
tipo de ocupação afecta a justiça social uma vez que relegamos certas classes
sociais a zonas da cidade não-qualificadas, perpetuando as desigualdades entre
grupos sociais.
(…)
A
economia familiar também é afectada porque quem viver nestas novas localizações
terá encargos acrescidos de deslocação para aceder a oportunidades de emprego,
comércio ou entretenimento.
(…)
O
Programa Nacional das Políticas de Ordenamento do Território (PNPOT) de 2019
promovia a contenção urbana como prática para a gestão do desenvolvimento
urbano sustentável.
(…)
A medida agora apresentada representa um
retrocesso nesse caminho.
(…)
Nos
Países Baixos, duas em cada três pessoas vive a menos de três quilómetros de
uma estação de comboio, o que facilita a promoção do transporte público.
(…)
Planear uma cidade demora tempo e é um processo
sistemático.
(…)
A
construção em locais já integrados na cidade apresenta maiores benefícios
sociais e mesmo maior retorno financeiro (e.g. eficiência do uso da
infra-estrutura pública).
(…)
A solução para o problema da habitação em
Portugal pede um olhar sistémico.
Manuel Caldeira, “Público”
(sem link)
[Na
China] está a surgir um novo desafio: a taxa de obesidade
do país pode crescer muito mais rapidamente e aumentar os custos dos cuidados
de saúde.
(…)
O stress profissional, as
longas horas de trabalho e os regimes alimentares deficientes são factores de
risco cada vez mais elevados nas cidades.
(…)
A China
enfrenta um duplo desafio que alimenta o seu problema de peso: numa
economia em modernização, apoiada pela inovação tecnológica, cada vez mais
postos de trabalho se tornaram sedentários.
(…)
Um abrandamento prolongado do crescimento está
a forçar as pessoas a adoptarem dietas mais baratas e pouco saudáveis.
(…)
Milhões
de trabalhadores trocaram, nos últimos anos, os empregos na construção e na
indústria transformadora pela condução em empresas de partilha de boleias ou de
entregas.
(…)
Num ambiente deflacionário, os consumidores
preferem refeições mais baratas, que podem ser pouco saudáveis.
(…)
O mercado de fast food da China deverá atingir 1,8 biliões de yuans
(228 mil milhões de euros) em 2025.
(…)
[Em
julho de 2024] a agência noticiosa oficial da China, Xinhua, referiu que mais
de metade dos adultos do país é obesa ou tem excesso de peso, um valor superior à estimativa de 37% fornecida
pela Organização Mundial da Saúde.
(…)
Um
estudo da BMC Public Health estima que os custos dos tratamentos
relacionados com o peso deverão aumentar para 22% do orçamento da saúde.
(…)
Em
Julho, o NHC da China e 15 outros departamentos governamentais lançaram uma
campanha de sensibilização
pública para combater a obesidade.
(…)
A OMS
define uma pessoa com excesso de peso como alguém com um índice de massa
corporal (IMC) igual ou superior a 25; a obesidade é declarada com o IMC igual
ou superior a 30.
(…)
Apenas
8% dos chineses são considerados obesos, mais do que os vizinhos Japão e Coreia
do Sul, mas muito abaixo da taxa de 42% dos Estados Unidos, segundo dados da
OMS.
(…)
Numa
economia que se urbaniza rapidamente na próxima década, muitos chineses com
excesso de peso poderão ultrapassar o limiar da obesidade, segundo os médicos.
(…)
O novo
impulso da China para aumentar as taxas de urbanização é particularmente
preocupante, tendo em conta a sua cultura de trabalho de turnos de 12 horas,
seis dias por semana.
(…)
A proporção de rapazes obesos na China aumentou
de 1,3% em 1990 para 15,2% em 2022.
Farah Master, “Público”
(sem link)
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