quarta-feira, 11 de setembro de 2024

CITAÇÕES À QUARTA (120)

 
Não cabe na cabeça de ninguém felicitar um ministro quando a polícia captura um criminoso. Porque será justo o inverso?

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A decisão do Tribunal de Execução de Penas de Lisboa transferir um dos presos para uma prisão comum, contra os pareceres unânimes dos serviços. (…) nada tem a ver com esta ministra ou qualquer ministro anterior a ela, com este governo ou qualquer governo anterior a este.

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As falhas dos Serviços Prisionais foram evidentes. Na segurança da prisão e na absurda demora na comunicação com a GNR e PJ.

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A demissão do diretor-geral era, por isso, justa e inevitável.

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O vício da responsabilidade política parece sinal de exigência, mas pode ser o oposto.

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A ausência de responsabilização política torna os políticos negligentes. 

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A nossa taxa de fuga de reclusos é cinco vezes inferior à da União da Europeia. 

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As nossas prisões têm sido seguras na função de impedir os reclusos de fugir.

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Como relatam inúmeros relatórios, não são seguras é para os próprios reclusos. 

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[As prisões] têm más condições e estão sobrelotadas.

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Desde 2009, houve uma redução de 9% dos guardas prisionais enquanto o número de reclusos aumentava 10%.

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Só no Algarve, há três prisões, uma dispersão onde se perde a economia de escala e obriga a ter mais guardas do que reclusos.

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Temos reclusos a mais.

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Prendemos muito e por demasiado tempo. 

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Temos quase 900 reclusos por violação do código da estrada, 579 por conduzirem sem carta. Não é para crimes destes que servem as prisões.

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É difícil guardar gente perigosa quando se usa a prisão para crimes menores.

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A ausência de efetivas punições prévias leva à reincidência até se chegar a um ponto em que o crime se torna demasiado grave.

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Apesar da gravidade deste caso, o nosso, se se distingue, é por ter poucas [fugas].

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Podemos aproveitar o momento para debater as deploráveis condições prisionais.

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Mas, tirando quando fogem reclusos, alguém quer saber?

Daniel Oliveira, “Expresso”

 

Para lá do mediatismo deste caso [fuga de reclusos do Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus] importa considerar este contexto para refletir sobre o sistema prisional enquanto realidade sistematicamente subestimada no âmbito das políticas de justiça e desvalorizada pelas perceções sociais.

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Há muito que o sistema prisional é caracterizado em diversos diagnósticos.

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Todos evidenciam ampla e recorrentemente a ausência de uma estratégia global adequada à realidade, bem como as muitas fragilidades materiais e de recursos humanos dos estabelecimentos prisionais.

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Portugal apresenta, no quadro europeu, uma significativa taxa de reclusão e de duração das penas de prisão, facto que resulta de múltiplos fatores.

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Há uma população reclusa, em número significativo, pela prática de pequena e média criminalidade.

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Em Portugal, os reclusos mantêm-se em prisão efetiva quando a lei, se correta e atempadamente aplicada, lhes permitiria sair do sistema prisional mais cedo.

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A realidade continua a evidenciar fragilidades no campo das infraestruturas, dos recursos humanos, materiais e financeiros.

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São as recorrentes condenações do Estado português no Tribunal Europeu dos Direitos Humanos pelo tratamento desumano e degradante, associado às condições de reclusão.

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O corpo de guardas prisionais, os técnicos de reeducação e de reinserção e os técnicos de saúde são cada vez em menor número para as exigências que o sistema assumiu na dignificação e reinserção dos reclusos.

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A reinserção dos reclusos emerge, desde o primeiro Governo Constitucional, como uma das dimensões mais relevantes da execução da pena de prisão.

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Todas estas intenções e preocupação com a ressocialização (…) não são coincidentes com a realidade, revelando a dificuldade de concretização da agenda programática.

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O alarme mais gravoso vem de dentro do próprio sistema, para as insuficiências de vigilância, de habitabilidade, de saúde, reeducação e ressocialização, para a escassez de recursos materiais e humanos.

Carlos Nolasco, “Público” (sem link)

 

Portugal não tem falta de Médicos. Em 2021, era o segundo Estado-membro da União Europeia com mais médicos autorizados a exercer por 100 mil habitantes, segundo o Eurostat.

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[Em 2022] estavam inscritos na Ordem dos Médicos 60.396 profissionais.

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Portugal não está a formar poucos Médicos. Em 2017, formavam-se em Portugal 25% mais médicos do que na média dos países da OCDE. Em 2019, Portugal destacou-se na 10.ª posição entre 36 países membros da OCDE formando cerca de 17% mais médicos do que a média dos países da OCDE.

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Os Médicos Portugueses estão a emigrar mais. Mais de 1780 médicos saíram do nosso país nos últimos 5 anos, para procurarem novas oportunidades fora de Portugal.

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O número de Médicos a abandonar o SNS para o Sistema Privado tem aumentado.

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Mais de dois terços dos médicos ( 67%) que trabalham no Serviço Nacional de Saúde (SNS) estão pouco ou nada satisfeitos com o setor e mais de um quarto ( 26%) dos clínicos tenciona deixar a unidade de saúde onde trabalha ou conjugar com a clínica privada. 

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75% apontaram a remuneração base como principal motivo de insatisfação.

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Os Salários dos Médicos em Portugal não são atrativos.

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Os dados mais recentes da OCDE indicam que, entre 2010 e 2022, a remuneração média dos médicos especialistas em Portugal diminuiu de 4075 euros ilíquidos por mês 3039 euros ilíquidos por mês.

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Criar mais Faculdades de Medicina não significa ter mais médicos em Portugal.

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A abertura de vagas de especialidade depende da capacidade formativa das instituições de saúde, e por isso não é difícil de compreender a problemática de que mais estudantes não implica a existência de um número de vagas suficientes para os acolher.

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Por outro lado, os estudos revelam que cerca de 60% dos médicos admitiram estar insatisfeitos ou muito insatisfeitos com o excesso de horas de trabalho. O número sobe para 74,1% quando está em causa o descontentamento face ao tempo disponível para a família, amigos ou lazer.

Luís Teixeira. “diário as beiras”


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