sexta-feira, 6 de setembro de 2024

CITAÇÕES

 
Muito se tem falado sobre o futuro da água e dos seus problemas e destinos em Portugal. 

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Precisamos de ouvir menos as manifestações de interesses e mais os cientistas e conhecedores do país e do seu futuro. 

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Há um problema geral chamado alterações climáticas que afeta de uma forma muito grave os recursos hídricos sobretudo em todo o sul da Península Ibérica.

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O problema da falta de água resulta mais da escassez hídrica do que da seca.

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Chove cada vez menos, mas rega-se cada vez mais.

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Agravaram-se as perdas de água tanto nos sistemas de distribuição urbana, como nos perímetros de rega.

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Se a água dos rios e albufeiras é muito importante e visível, tão ou mais importante é a água invisível que constitui um fator vital da segurança dos ecossistemas e dos suportes de vida do país.

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Apesar de essencial ao país, a administração dos recursos hídricos encontra-se numa paradoxal situação de ‘desgovernança’.

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Estas instituições [Agência Portuguesa do Ambiente e Administrações de Região Hidrográfica] aprovadas na Lei da Água de 2005 constituíam os pilares centrais de uma verdadeira e eficaz gestão da água como recurso estratégico ao ambiente, à economia e à sociedade.

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Entretanto, as políticas públicas da água parecem postas em espera o tempo que for necessário até que os grandes interesses ligados sobretudo ao agronegócio e obras públicas se tenham instalado sem escrutínio democrático. 

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É cada vez mais urgente aquilo que se chama hoje ‘plantar água’, ou seja, florestar sustentavelmente para reter a água no solo a montante das captações, e recarregar os aquíferos.

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O Estado tem o dever inalienável de assegurar os suportes dos sistemas vitais do país como são os recursos hídricos, através do conhecimento da sua quantidade e qualidade.

Luísa Schmidt, “Expresso” (sem link)

 

O Estado ainda funciona no juízo de autocrítica quando se lê o Relatório da auditoria da Inspecção-Geral das Finanças às contas e ao dossier de privatização da TAP. 

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Os 203 milhões de euros que David Neeleman não meteu na TAP, “utilizando” a dívida da empresa para pagar os 61% do capital da companhia que “comprou” ao Estado, são de bradar aos céus e bem para lá das piores nuvens. 

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Quem sofre é a TAP mas quem paga somos todos.

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A vergonha tem de ter rostos num negócio ruinoso tantas vezes sinalizado, avisado, criticado e tardiamente escrutinado.

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Este simulacro de negócio tem um nome pouco eventual: Maria Luís Albuquerque, na altura ministra do Estado e das Finanças, resolveu brincar com o nome do país

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É verdadeiramente inenarrável que Luís Montenegro não tenha já arrepiado caminho quanto à sua nomeação para comissária europeia. 

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Ninguém ignora que fomos todos ludibriados mesmo que nem todos percebamos como, tal a complexidade do processo. 

Miguel Guedes, JN

 

Sentem os cidadãos portugueses do século XXI fascínio pelo lançamento de foguetes ou pela sua explosão? Não creio.

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Porque continuam as festas e romarias do nosso país a lançar foguetes como se fossem o oxigénio que permite a festa respirar?

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Vem esta introdução a propósito do alegado envolvimento de um foguete como causa direta do medonho incêndio que cobriu de negro a Madeira.

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O Presidente do Governo Regional hesitou na ação entre o combate ao incêndio e as suas merecidas ou imerecidas férias no Porto Santo.

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Mesmo quando confrontado com relatos que associaram o lançamento de foguetes, oficialmente autorizados, em dia de risco máximo de incêndio, continuou a defender a tese do fogo posto.

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Na Madeira a consciência dos políticos pesa, mas não lhes tira o sono, nem as férias.

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Como se pode permitir o lançamento de uma cana de fogo e explosão sobre as florestas deste país, em dias de risco máximo de incêndio?

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O mercado dos foguetes pode inovar e adaptar-se às novas abordagens.

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Na Madeira da nossa desgraça sobrou um desastre ambiental de enormes proporções.

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Ficam as arribas instáveis, os solos postos a nu, a terra exposta às próximas chuvadas. 

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A Madeira ardeu... os políticos da Madeira ardem, mas assobiam para o lado.

João Malva, “Público” (sem link)

 

Nos comentários a um vídeo nas redes sociais, onde uma mãe israelita faz um discurso doloroso depois da morte do seu filho, um dos reféns do Hamas, uma pessoa pergunta-se por que já não consegue sentir emoção diante da morte destas pessoas

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[Tenho] medo de que, em mim, em nós, a brutalidade extrema do regime israelita prevaleça e nos desumanize. 

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Depois de estarmos expostos a imagens de uma violência gráfica tão extrema, de pequenos corpos mutilados, queimados, explodidos, como manter a empatia pelas mortes do lado do país agressor?

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Como evitar amálgamas entre regimes bárbaros e terroristas como o israelita e os seus cidadãos?

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Resistir à sua própria desumanização exige humilde e vigilância.

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Se, de repente, a dor de uma mãe já não nos comove, é porque algo está errado.

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Não existe um muro a tapar o que se passa na Palestina, Mediterrâneo, Sudão, Congo ou Iémen.

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Quem não vê é porque escolheu não ver, e esse desinteresse é um muro erguido pela sua própria desumanização.

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[A resistência à desumanização] envolve uma ação ativa para garantir que não nos tornemos insensíveis ou cúmplices.

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Aqueles que já perderam a sua humanidade não nos façam perder o interesse em preservar a nossa.

Luísa Semedo, “Público” (sem link)

 

Quando os regimes ditatoriais duram muito temo, os cidadãos acabam frequentemente por interiorizar as limitações à sua liberdade, parecendo até que a actividade dos censores já não é necessária.

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Claro que, abrindo-se uma janela, a liberdade entra por ali dentro e os cidadãos, ao respirar ar limpo, rapidamente se habituam à nova situação e quase esquecem a anterior, como se fosse apenas um sonho mau.

João Paulo Craveiro, “Diário de Coimbra” (sem link)


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