sábado, 7 de setembro de 2024

MAIS CITAÇÕES (298)

 
É difícil encontrar pior porta-voz da defesa da liberdade de expressão do que Elon Musk.

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Desde que comprou o Twitter, aceitou 83% dos pedidos de bloqueio de contas e publicações solicitados por Governos autoritários (antes eram 50%).

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O segundo maior investidor na rede é um príncipe saudita.

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[Musk] ama tanto a liberdade como os seus novos amigos Trump, Bolsonaro e Milei.

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Segundo um estudo recente, Musk já publicou 50 tweets com alegações falsas sobre as presidenciais.

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De acordo com vários estudos, o discurso de ódio aumentou desde que Musk comprou o Twitter.

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O algoritmo ajudou a difundir o ódio e a mentira até a violência tomar conta das ruas do Reino Unido.

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Depois da recusa [de Musk] em cumprir, pagar multas e ter um representante no Brasil, o Supremo decidiu agora, por unanimidade, manter a decisão de suspender o X até que as decisões judiciais sejam acatadas.

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[Musk] acha que as leis dos Estados democráticos não se lhe aplicam. Por isso não só não as cumpre como lança campanhas contra juízes.

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É o homem mais poderoso do mundo. Colabora com ditaduras e alimenta o caos em democracias para reforçar o seu poder.

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Declarou apoio ao regresso de Trump e anda de braço dado com Putin, tem mais informação sobre nós do que uma Stasi [polícia política da antiga RDA] e mais poder do que um exército imperial.

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É capaz de alimentar campanhas de desinformação para erguer e destruir regimes ao serviço dos seus interesses empresariais. 

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Havendo muito mais provas da interferência eleitoral e disseminação de ódio em Musk, o Brasil está, no campo democrático, quase sozinho neste combate.

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Para Musk, decide ele, falando para o mundo e acima dos Estados, que leis cumpre. Até as democracias lhe darem o poder de escolher quem as governa.

Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)

 

Em Portugal, os procedimentos adotados pelos gestores da coisa pública pecam sistematicamente por falta de reflexão estratégica e ausência de planeamento. 

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As decisões são apresentadas como boas a partir da crença absoluta nas “leis do mercado” e pelo seguidismo, acrítico, das políticas da União Europeia.

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As propostas do Governo nas áreas da Saúde e do Ensino, ou a privatização da TAP e os negócios com a Vinci Airports, apresentam-nos um país que funciona como loja de conveniência. 

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A opção pela falta de reflexão estratégica pode constituir, em si mesma, uma estratégia.

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Na Saúde, há muito se constata que faltam médicos para o funcionamento de todas as necessárias unidades de saúde familiar (USF). 

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Agora o Governo propõe a criação de USF nos setores privado e social. 

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É mais um empurrãozito a juntar aos muitos que vêm de trás, que empobrece o SNS, mas engorda o setor privado.

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Na abertura do ano letivo temos a repetição crónica da falta de professores. 

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O abaixamento da qualidade da escola pública é um maná para o setor privado (com subsídios reforçados), que se vangloria de ser mais procurado.

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Esse processo [de privatização da TAP, em 2015], mais o vergonhoso contrato blindado estabelecido com a Vinci Airports, dona da Ana Aeroportos, são exemplos de que parece haver quem, a partir de cargos públicos, tenha conveniência em esbulhar o Estado.

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Precisamos de uma sociedade crítica e exigente, de instituições que funcionem, de escrutínio implacável, mas distanciado da cultura da calúnia.

Carvalho da Silva, JN

 

O cargueiro alemão MV Kathrin está neste momento a subir a costa ocidental africana com bandeira de Portugal e oito contentores de explosivos RDX/Hexogen destinados a Israel.

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Documentos que obtive confirmam a existência desta carga a bordo e o seu destino final.

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Foi ao verificar isto que a polícia namibiana cancelou, a 24 de Agosto, a autorização anteriormente dada para o navio aportar em Walvis Bay, Namíbia.

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O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros Paulo Rangel disse a 29 de Agosto que o navio não transportava carga para a guerra, e que o destino não era Israel.

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A bandeira sob a qual navega continua a ser a portuguesa.

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Movimentos de solidariedade com a Palestina, e também o Bloco de Esquerda, questionaram o governo português e apelam para que Portugal retire a bandeira, de modo a travar o navio.

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O ELSC [organização de advogados — a European Legal Suport Center] apresenta-se como organização mandatada para dar assistência legal ao movimento de solidariedade palestiniano, indica que o RDX deverá ser descarregado em Koper, Eslovénia, e a partir daí levado até Israel.

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Lembra a recusa da Namíbia a 24 de Agosto, e as recomendações do Tribunal Internacional de Justiça para a prevenção de genocídio a 24 de Janeiro.

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Os advogados recordam que a Constituição Portuguesa considera a lei internacional como parte da lei nacional.

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Recordam que Portugal assinou a Convenção de Genocídio e as Convenções de Genebra, bem como outros tratados.

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[Já] tinha enviado um conjunto de questões ao ministro Paulo Rangel.

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Rangel sabe bem que a questão política, moral — e legal, como apontam a relatora da ONU e os advogados europeus — é Portugal dar a bandeira para transportar essa carga.

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Como o próprio Rangel lembrou nesse 29 de Agosto, o governo português decidiu em Junho proibir a exportação de armas e munições para Israel.

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Mal a Namíbia confirmou o destino final da carga de RDX, seria então natural que Portugal fizesse tudo para assegurar que não estava a transportar sob a sua bandeira munições para a guerra.

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Se [Portugal] pode, com a sua bandeira, fazer navegar um navio que carrega munições que podem matar gente em Gaza, também pode, só com a sua bandeira, pará-lo.

Alexandra Lucas Coelho, “Público” (sem link)


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