sexta-feira, 15 de agosto de 2025

CITAÇÕES

 
Sempre houve no TC votos de vencido. Houve-os no chumbo da lei da eutanásia, por exemplo.

(…)

A direita acha que, quando tem maioria, se suspendem os poderes do TC e o sistema deixa de ser semipresidencialista.

(…)

Não me recordo de se falar de mudanças na Constituição ou na composição do Tribunal [quando a lei da eutanásia foi repetidamente chumbada pelo TC].

(…)

As dúvidas de Marcelo e o chumbo do TC basearam-se, para além do direito dos imigrantes ao acesso à Justiça, na defesa do reagrupamento familiar, tratado como um direito fundamental.

(…)

Nada mais óbvio para quem passa a vida a repetir que a família é o núcleo central da sociedade. 

(…)

Foi o PSD que mudou, não foi o Presidente da República.

(…)

[Agora, a direita] pode pôr fim ao equilíbrio do TC ao centro e rever sozinha a Constituição. 

(…)

Claro que isso obrigaria a um acordo com o Chega, que quererá escolher pelo menos um dos juízes. 

(…)

O entendimento preferencial com o Chega se tornou, entretanto, uma evidência. 

(…)

Os democratas devem perguntar-se se desejam uma revisão liderada pela agenda de um partido de extrema-direita.

(…)

Ventura dá mais entrevistas televisivas do que todos os outros líderes juntos.

(…)

Os democratas devem perguntar-se se querem um líder que disse “quero que a Constituição se lixe” a selecionar quem julga a constitucionalidade das nossas leis. 

(…)

Com um primeiro-ministro sem âncora moral ou doutrinária, estaríamos a entregar à extrema-direita a chave do regime.

(…)

Como é historicamente comum, a ascensão dos fascismos serve para des­truir barreiras, limites e direitos.

(…)

O verdadeiro programa são as contrarreformas laboral e da Segurança Social, que se lhe seguirá. 

(…)

Queremos cristalizar o descontrolo moral que vivemos por estes dias mudando agora a lei que enquadra o regime e os direitos que temos?

(…)

Queremos dar a um inimigo da democracia a chave da Constituição e do Tribunal que a defende?

Daniel Oliveira, “Expresso” (sem link)

 

Palestine Action é um grupo britânico pró-palestiniano, fundado em 2020, cujo programa de acção visa o fim do que os seus membros e apoiantes consideram ser um apartheid israelita.

(…)

O governo britânico decretou a proibição do Palestine Action e estabeleceu que qualquer pessoa que use, transporte ou exiba publicamente material de apoio (cartazes e outros suportes) ao grupo pode ser condenado a uma pena de prisão.

(…)

Ganhou evidência que o terrorismo não se define apenas por actos extremos.

(…)

O “terrorismo” é também um nome — um nome de Estado, uma denominação, mesmo antes de ser objecto de uma definição.

(…)

[O texto de Owen Jones] era também sobre o terrorismo como nome de Estado que cria um espantalho.

(…)

Em La transparence du Mal (1990), Jean Baudrillard formulou uma ideia que, à luz do que estamos a assistir, tem hoje um sentido muito mais “transparente” e apto a ser constantemente confirmado pelos factos.

(…)

Este demónio da reversibilidade total paira hoje sobre Israel: as suas operações continuadas contra os terroristas do Hamas (…) estão a ser revertidas, pela opinião pública mundial e até por organizações israelitas e personalidades da elite cultural de Israel, para a condição de puro terrorismo.

(…)

E a razão de Estado que em princípio devia legitimar essas acções tem a feição de uma fúria comandada pela desrazão.

(…)

Para a inscrição memorialista deste fenómeno extremo está a iconografia do terror que não pode ser desmentida.

(…)

As imagens actuais da cidade de Gaza (…)  mostram um urbanicídio e um ecocídio em tudo semelhantes, mas numa escala maior (…) Também aqui a reversibilidade é total.

(…)

E a coroar este fenómeno diabólico da reversibilidade, temos o fanatismo cego dos defensores da acção militar de Israel, custe o que custar,

António Guerreiro, “Público” (sem link)

 

Num país [Angola] com aproximadamente 100 jovens por cada cinco pessoas com mais de 65 anos (…) a pressão sobre o Governo e as empresas para criar postos de trabalho é tremenda. E tem falhado redondamente.

(…)

A média da taxa de desemprego em Angola entre a população jovem nos últimos dez anos esteve sempre acima dos 50%.

(…)

No primeiro trimestre deste ano cifrava-se em 54,4%. Entre 2017 e 2024 calcula-se que tenham emigrado 3,5 milhões de jovens angolanos.

(…)

Da parte do Governo parece haver falta de sensibilidade para o problema.

(…)

A insensibilidade demonstrada pelo Presidente João Lourenço ao menorizar as pessoas, maioritariamente jovens, envolvidas nos protestos dos taxistas contra o aumento dos combustíveis.

(…)

Negando o seu direito à indignação face ao desespero de uma realidade sem futuro.

(…)

A frustração [dos jovens] é maior com João Lourenço porque ameaçou ser melhor.

(…)

Sem soluções, só tem uma resposta, a da repressão. Até um dia.

António Rodrigues, “Público” (sem link)

 

Como é que o conhecimento do próprio corpo se tornou um campo de batalha ideológica?

(…)

Falar sobre o funcionamento do próprio corpo aumenta a autoestima, melhora a capacidade de perceção sobre o que pode não estar bem e reduz a ansiedade associada às transformações da puberdade.

(…)

Falar sobre a fisiologia da gravidez e o impacto que pode ter no corpo, no comportamento e na vida de um homem e de uma mulher aumenta a literacia reprodutiva e capacita os jovens para o uso seguro e adequado dos métodos contracetivos.

(…)

Falar sobre doenças sexualmente transmissíveis é falar de saúde pública. 

(…)

Falar sobre diferenças entre orientação sexual e orientação de género não pode transformar um heterossexual em homossexual nem um homem cis em não cis.

(…)

A transmissão de ferramentas de capacitação e decisão a adolescentes em desenvolvimento por professores capacitados (…) pode ser a arma mais poderosa contra crimes hediondos, como, por exemplo, o abuso sexual contra menores.

(…)

Trabalhar com as crianças e os adolescentes a definição e perceção de “espaço pessoal”, “o meu corpo as minhas regras”, assédio, abuso e consentimento não pode, de forma alguma, ser uma guerra entre a esquerda e a direita.

(…)

Mais do que uma bandeira politica, a educação sexual é um passo importante na construção de uma sociedade melhor, mais informada, mais consciente e mais forte.

Catarina Soares, “Público” (sem link)


Sem comentários:

Enviar um comentário