sábado, 30 de agosto de 2025

MAIS CITAÇÕES (348)

 
O Governo de Luís Montenegro anunciou um regime de incompatibilidades para os chamados prestadores de serviço.

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[A ministra Ana Paula Martins] insiste em manter salários desajustados, carreiras bloqueadas e condições de trabalho degradadas.

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[Os médicos internos e especialistas] são o coração do serviço público.

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A fuga de médicos não é um capricho: é a consequência inevitável de quem se vê forçado a trabalhar sem condições.

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Muitos dos médicos que terminam o internato irão para o setor privado ou para o estrangeiro.

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Luís Montenegro não resolve a carência de médicos no público — apenas garante mais médicos para o privado e menos para os utentes do SNS.

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É esta a política em curso: enfraquecer o público para fortalecer o negócio da doença.

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O caminho não é impor barreiras artificiais.

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Luís Montenegro desvaloriza quem escolheu servir o SNS, empurra médicos para o privado e deixa os doentes à espera. 

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[O verdadeiro erro político é] transformar a saúde pública num campo de negócios, em vez de a garantir como um direito de todos.

Joana Bordalo e Sá, “Expresso” (sem link)

 

O total de acessos, nesta 1.ª fase [de colocação de alunos no Ensino Superior], ficou 12% abaixo do ano anterior.

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Uma realidade desastrosa, num quadro em que outros indicadores relativos a condições de trabalho, a níveis salariais e a custos da habitação são muito duros, em particular para os jovens.

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Nos níveis inferiores da escola o desaparecimento de crianças filhas de portugueses é compensado pela entrada de filhos de imigrantes. 

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O enredo do problema é complexo e condiciona a evolução do tecido socioeconómico, o equilíbrio do sistema de proteção social, a modernização dos serviços públicos, a prestação dos direitos fundamentais a todos os cidadãos.

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Há falta de profissionais qualificados em várias dos subsetores públicos.

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Portugal é hoje um país bloqueado no seu processo de desenvolvimento e a condição de membro da União Europeia - no atual contexto internacional - pode acrescentar cargas negativas pesadas.

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O Estado social depende da valorização e dignificação do trabalho e da cidadania social que coloca os indivíduos como os portadores dos direitos.

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O ataque à escola pública, as políticas de baixos salários e o bloqueio no acesso à habitação conduzem-nos a um inexorável retrocesso.

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O alojamento para estudantes é de valor insuportável para a maioria das famílias. Não há residências públicas para estudantes.

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O acesso ao ensino público é um lugar onde as desigualdades a montante do sistema têm um brutal impacto. 

Carvalho da Silva, JN

 

O capitalismo seduziu todos os povos porque alimenta este “ADN capitalista”: um consumo crescente, pornografia gratuita, expectativas de poder, tecnologia que reduz a necessidade de esforço físico.

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Temos também um “ADN social”: empatia e cuidado pelo outro, sentido de cooperação e de justiça, propensão para a espiritualidade.

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No Ocidente, o sistema que criámos foi a democracia liberal.

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É precisamente a democracia liberal que os tecnolibertarianos (…) visam destruir, para impor um projeto político-ideológico baseado no ultraliberalismo digital, projeto que, na prática, institui um poder autoritário.

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[Trump e quem o rodeia] consideram a democracia ineficiente e um entrave ao avanço da inovação tecnológica.

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Começaram, assim, a desmantelar as “regras e instituições de outra era”, os seus “inimigos internos”.

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Trump pretende decretar um “dia sem regras”.

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[O fenómeno tecnolibertariano] propaga-se pelos países europeus através das plataformas digitais e do financiamento de partidos de extrema-direita.

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[Apenas] mencionam [o trabalho] para salientar que a tecnologia é mais eficiente e muito mais barata e que, portanto, substituirá o trabalho humano.

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Ora, o ADN social está associado ao trabalho; surgiu da necessidade de trabalhar para todos, incluindo crianças e idosos, sobreviverem.

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É no trabalho e nas esferas familiar e social, e não no consumo, que cuidamos dos outros e somos úteis.

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Sociedade pós-humana, sociedade pós-trabalho; a consistência ideológica do terramoto cultural tecnolibertariano é assustadora.

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A esquerda lutou, e bem, contra a exploração do trabalho pelo capital, denunciou o ADN dos capitalistas e reivindicou o aumento dos salários.

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Os trabalhadores não querem ser vistos como vítimas mas sim como pessoas autónomas e capazes de agir.

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O seu ressentimento tem sido canalizado pela extrema-direita para uma revolta contra a civilização liberal.

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É ao ADN capitalista que a extrema-direita e os tecnolibertarianos apelam, pois não acreditam no ADN social.

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Prometem uma sociedade infinitamente próspera e infinitamente livre. Promessas que são um logro existencial.

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O consumo ilimitado conduz às catástrofes ecológicas a que começámos a assistir.

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A liberdade ilimitada conduz a sociedades em que imperam a barbárie e a lei do mais forte.

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A lei da força está de regresso.

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Dados os impasses a que o ADN capitalista nos leva, qual é o projeto que permite construir uma economia dentro dos limites planetários e que seja politicamente viável?

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[Há que] identificar os domínios e as formas em que se exerce a lei da força e conseguir transmitir essa informação aos cidadãos.

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[Há que] criar novas instituições que consolidem o ADN social, começando pelo mundo do trabalho, porque é aí que se pode potenciar o ADN social.

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É hora de levar a centralidade do trabalho (não só o emprego) a sério.

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É o trabalho que mais cristaliza os traços do ADN social.

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Isso exige enfrentar o ADN capitalista, mostrar que não é no consumo que está o sentido da vida.

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A democracia política não sobrevive sem democracia no trabalho.

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Descartar o trabalho e a política é descartar os trabalhadores e o seu poder. 

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Descartar o Estado e a democracia e substituí-los por uma “República digital” é obter um poder absoluto. 

Helena Lopes, “Público” (sem link)


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