sábado, 23 de agosto de 2025

MAIS CITAÇÕES (347)

 
Passam décadas de estudos, planos, políticas, leis, e o resultado continua a ser a trágica devastação do país pelo fogo.

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Não é, pois, falta de conhecimento nem de meios tecnológicos de previsão. Não é desamparo comunitário nem inconsciência. 

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É outra e sempre a mesma coisa: tudo consegue ser retardado, impedido, bloqueado, descontinuado, num constante para-arranca das políticas florestais e de ordenamento do território.

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[Somos] o país com a maior percentagem de área florestal ardida na EU.

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Este ano saiu também a rifa às Áreas Protegidas (AP).

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Os fogos arderam com notável precisão nas mais preciosas AP.

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Tudo perante a inação administrativa que faz com que estas áreas (des)protegidas continuem a não ser cuidadas e geridas, nem dotadas de meios técnicos e humanos, nem sequer de diretores.

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Somos, aliás, o único país do mundo com um Parque Nacional sem diretor!

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O facto é que, coincidência ou não, parece ter chegado o momento oportuno de pôr tudo a arder.

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Além das Áreas Protegidas, o fogo alastrou pelo país interior, desesperando as populações e os autarcas.

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[Há uma vulnerabilidade aos incêndios] que aumenta de ano para ano com os crescentes impactos das alterações climáticas.

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A saúde pública, que os próprios incêndios afetam gravemente, está sob ameaça gradual das ondas de calor e de uma cadeia de fenómenos perigosos.

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A mesma obstinação cega consegue fazer prevalecer as mesmas forças impeditivas sobre a razão e o bom senso.

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Nos últimos anos têm-se registado em média 2500 mortes e 18 a 20 mil internamentos devido às ondas de calor.

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Acresce que alguns dos poucos ‘pulmões’ naturais nessas zonas [urbanas] encontram-se em risco de destruição.

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Parece que não se vê que este fogo é uma arma suprema que, além do território, vai destruindo a esperança e a própria democracia.

Luísa Schmidt, “Expresso” (sem link)

 

Francesca Albanese, Relatora Especial das Nações Unidas sobre a situação dos direitos humanos nos territórios palestinianos ocupados desde 1967, concluiu que Israel está a cometer genocídio em Gaza.

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Homicídio de membros do grupo; ofensas graves à integridade física ou mental de membros do grupo; sujeição intencional do grupo a condições de vida com vista a provocar a sua destruição física, total ou parcial — alicerçada com a intenção de destruir.

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Tal alerta já havia sido feito pela África do Sul no processo levantado contra Israel no Tribunal Internacional de Justiça, em janeiro de 2024, acrescentando o risco eminente de morte por fome.

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A negação sistemática de água, comida e saneamento é uma parte significativa do processo de genocídio.

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Reconhecer formalmente o genocídio significaria [o Ocidente] assumir as consequências jurídicas e políticas dessa designação.

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[A União Europeia representa] 32% do comércio total de mercadorias de Israel com o mundo em 2024. 

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Reconhecer o genocídio confronta os interesses que sustentam o status quo.

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É dado apoio político a Israel e são preservados interesses, em detrimento da justiça e dos direitos humanos.

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A mesma Europa que disse "nunca mais" em 1945 assiste passivamente à repetição dos mesmos mecanismos de desumanização.

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Evita-se identificar os responsáveis.

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Retrata-se a situação como um desastre natural, sem agentes. Gaza morre, mas ninguém mata.

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[Distorcer as palavras] também contribui para a propagação da violência, da impunidade e para a banalização do mal.

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Há quase dois anos que nos habituamos a assistir a imagens e vídeos circularem nas redes sociais que mostram uma realidade insuportável.

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Quando se apaga o culpado pela fome, quando se recusa reconhecer um genocídio significa ser-se cúmplice.

Diana Batista, “Público” (sem link)

 

Em 1972, um grupo de cientistas do MIT (…) publicou um estudo encomendado pelo Clube de Roma no qual (…) juntava variáveis como o crescimento populacional, recursos naturais, industrialização, produção de alimentos e contaminação para prever cenários futuros para a evolução do planeta.

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[O estudo] advertia nas suas conclusões que, ou arrepiávamos caminho no avanço desenfreado de crescimento contínuo e expansão ilimitada, ou haveríamos de perecer às nossas próprias mãos no século XXI.

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O ponto de inflexão a caminho da desgraça seria o ano 2040.

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No princípio dos anos 1970, por entre o optimismo tecnocrático e a fé do eterno progresso (…) a projecção foi considerada no mínimo alarmista e, na generalidade, merecedora do maior escárnio e maldizer.

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Várias investigações posteriores, escreve Sergio Parra, na National Geographic espanhol (…) a perturbadora conclusão é que “as curvas reais de desenvolvimento económico, consumo e degradação ambiental coincidem, em demasiados pontos, com o cenário de referência do modelo original”.

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A humanidade avança como crash test dummies sem vontade própria (dummies pode ser traduzido em português por totós) para o cenário dramático previsto pelos cientistas do MIT há mais de meio século.

António Rodrigues, “Público” (sem link)


[Luís Montenegro] colocou o Tribunal Constitucional (TC) sob suspeição, acusando desbragadamente os juízes.

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Acompanhou o Chega e a Iniciativa Liberal no ataque à Constituição da República. 

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Dá-lhe jeito instabilizar o TC, como passo para lhe impor outra composição que facilite a desconstrução da Constituição da democracia.

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A questão é saber-se, com objetividade e rigor, quem beneficiam e quem prejudicam as políticas adotadas.

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[Luís Montenegro] sabe muito bem que o seu Governo e o programa que vai executando se amparam em forças antirregime.

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O amplo setor neoliberal do PSD prossegue na convicção de que tomando a agenda da extrema-direita a controla ou aniquila. Tantas vezes e em tantos países já vimos este filme, que acaba sempre mal.

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[Temos] um ataque brutal aos direitos no trabalho e aos fundamentos do direito do trabalho para consolidar uma política de baixos salários e de desconstrução do sistema de relações coletivas de trabalho assente em valores democráticos. 

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Em grande medida, as alterações nas políticas de imigração associam-se a esse objetivo.

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O SNS está a ser crescentemente corroído por dentro.

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A mesma estratégia de ataque vai surgir em relação à Segurança Social.

Carvalho da Silva, JN


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